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A-24

When Political Correctness Took Over in Yorkshire

por A-24, em 08.09.14
Perfect storms don't come much more perfect than the Rotherham child-abuse revelations currently rocking the U.K. Everything modern Britain is famous for fretting over—from class to race, pedophiles to official incompetence—is implicated in this sordid story of abuse in and around a northern English town once known for producing steel.

All eyes have been on Rotherham since a report into child sexual abuse there was published on Tuesday. Commissioned by Rotherham Borough Council and wrote by Professor Alexis Jay, the report makes grim reading. It says that from 1997 to 2013, 1,400 children and teenagers were subjected to "appalling abuse" by gangs of older men. Some of the victims, the vast majority girls, were trafficked around Britain to be sexually abused. Some were beaten, some raped.
The report says a key reason the abuse went on for so long is because of the "collective failures" of the local authorities, including police. Despite being presented with what Ms. Jay calls stark evidence that abuse was taking place, the Rotherham authorities underplayed the seriousness of the problem. The institutions charged by modern society with protecting the vulnerable from the malevolent through their inaction allowed the abuse to continue.
It took the press, one of the most maligned institutions in Britain, to do the thing that they're so often criticized for doing—digging dirt—for the Rotherham abuse to become a national story. Dogged reporters at the Times of London, owned by the same company as this newspaper, played a central role in exposing child abuse in towns like Rotherham and forcing an investigation.
A street in Rotherham, now the epicenter of a sex-abuse scandal. EPA
Why were officials so unwilling to poke their noses where they most certainly did belong? Because of the race and class of the perpetrators and victims, according to the Jay report. The vast majority of the abusers were of Pakistani and Muslim origin. The vast majority of their victims were white and working class.
Ms. Jay's report finds that fear of appearing racist held back Rotherham's officials from giving the case the attention it so obviously deserved. Many of those interviewed by Ms. Jay talked about their "nervousness about identifying the ethnic origins of perpetrators for fear of being thought racist."
Julie Bindel, a feminist campaigner who has investigated the phenomenon of girls being exploited by groups of Pakistani Muslim men, says she has long found herself battling the cultural sensitivities of officialdom. In 2008, when she wrote about the disappearance of a 14-year-old girl in Blackpool in northwest England who had reportedly been exploited by South Asian gangs, Ms. Bindel was told by police and social services that they were "treading carefully" when it came to naming the suspected perpetrators because they did not want to provoke a "race riot."
"I argued, as an antiracist, that it was important that this issue was not pushed under the carpet, because if it were, then the likes of the [far-right] British National Party would colonize the story for its own ends," Ms. Bindel tells me. "But much of the liberal press were scared to name this particular phenomenon," she says.
So this is more than a story of opportunistic men taking advantage of vulnerable girls from a poor, postindustrial town. It speaks to the elevation of offense-avoidance above everything else, even the basic civilized requirement to protect the vulnerable. This is why the Rotherham story has rattled so many. They feel that the abuse is partly a consequence of the moral cowardice of modern-day politicos more concerned with appearing right-on than doing what is right.
Rotherham exposes the danger of politically correct underreaction to reports of serious crimes. Yet there is a risk that the story will spark a serious overreaction in another regard. The story plays into a rather unhealthy obsession of modern Britain: pedophiles.

The revelations are being crammed into an increasingly popular narrative about perverts preying on kids everywhere. From the Operation Yewtree investigations into high-profile pedophiles at the BBC and other institutions to recent (unfounded) claims that there was a pedophile network in Parliament in the 1980s, many Brits have become convinced that a conspiracy of weirdos threatens the nation and its children.

Ellie Lee, Director of the Centre for Parenting Studies at the University of Kent, calls for caution. "What happened in Rotherham was terrible," she says. "But unbalanced overreaction will make a bad situation worse. The panic about sex abusers in Britain has led to a climate of suspicion and distrust, meaning kids can barely play out unaccompanied anymore and teen lives are more policed than ever. Britain is not teeming with sex offenders and kids are not in general at risk. A clear head is needed."
It might help tamp down overactive imaginations if the public could trust their officials to vigorously pursue sex-crimes cases when they do occur. Whatever the veracity of the underlying claims, the BBC and Parliament uproars have fed off of a sense that the powerful use their influence to protect themselves at the expense of children. Rotherham officials trying to protect their political reputations are part of that pattern, too. Rebuilding public trust in the government must be a matter of urgency if Britons are not to live in a climate of fear.

Mr. O'Neill is editor of the online journal Spiked.

Opiniões

por A-24, em 07.09.14

Não haverá mais bebés. Habituem-se

por A-24, em 30.07.14
Ana Sá Lopes
A cultura em vigor é a maior ameaça à natalidade. A crise financeira agravou tudo


Não foi porque as mulheres começaram a trabalhar que se deu o rombo da natalidade: afinal, as mulheres das classes trabalhadoras sempre tiveram muitos filhos, no tempo anterior à massificação dos métodos anticoncepcionais. Foi a pílula - e muito menos a entrada das mulheres das classes média e alta no mercado de trabalho - a responsável pela queda a pique das famílias numerosas. Muitas dessas famílias numerosas, importa dizer, viviam a pão e água.
À pílula seguiu-se uma dessacralização e uma sacralização, que nos últimos 40 anos funcionaram em paralelo e se foram agravando: as pessoas dessacralizaram a ideia de "casar e ter filhos", mantendo-se na indecisão sobre se era exactamente isso que queriam e no momento em que decidiram - o que foi acontecendo cada vez mais tarde - foram engolidas por uma cultura de "sacralização". A gravidez era, dantes, uma coisa despreocupada. Hoje, os progressos científicos transformaram-na radicalmente: as mulheres grávidas têm mesmo de mudar de vida e hábitos porque os riscos que lhes são hoje apresentados (desconhecidos anteriormente) são medonhos. A gravidez sacralizada é só o princípio - o complicómetro dispara no nascimento do bebé. A cultura em vigor é a maior ameaça à natalidade: as mulheres deixaram de reconhecer o relógio biológico e convenceram-se (também aqui graças ao progresso científico) de que é possível e absolutamente natural ter o primeiro filho depois dos 40 anos. E vão adiando o "momento certo", mesmo que existam condições sentimentais e financeiras. Muitas vezes o momento certo não chega, porque a fertilidade entra em decadência depois dos 35. Junta-se a isto o rol de pressões para que os pais sejam absolutamente perfeitos - e tenham dificuldade em multiplicar a perfeição por dois ou três. À antiga expressão "tudo se cria"
(e muitas vezes criava-se muito mal) sucedeu o oposto: é "tudo" mesmo muito difícil de criar. Esta situação, que mistura o direito à opção com um caldo cultural que transformou o acto normal de ter filhos numa paranóia, é a principal responsável pela queda da natalidade.
Dito isto, a crise financeira veio agravar a situação, que já não era famosa, e juntou-lhe muito desemprego e uma crise de confiança no futuro. As medidas de apoio à natalidade não resolvem a situação mas, de qualquer modo, como mais ou menos explicou Passos Coelho, não haverá dinheiro - "é preciso fazer contas". Com esta cultura e esta política, não haverá mais bebés.

Dubai tem cada vez mais carros de luxo abandonados

por A-24, em 23.07.14
Observador 
O Dubai é tido como um dos El Dorados do planeta. Não é assim tão raro ouvirmos histórias de pessoas que decidiram tentar a sorte nos Emirados Árabes Unidos, com promessas ou esperança de uma vida melhor. Já os relatos de que existem carros de luxo em barda são banais. A notícia aqui é que tem acontecido um fenómeno nos últimos anos capaz de dar um nó no estômago aos apaixonados aos carros topo de gama.
Ferrari Enzo abandonado no Dubai

Por cá estamos habituados a ver esquecidas viaturas com muitos anos de vida, que mais parecem autênticas carcaças. No Dubai a realidade é um bocado diferente: cada vez mais são vistos abandonados carros de luxo como Ferraris, Porsches, BMW e Mercedes. A Top Gear até publicou a fotografia de um Ferrari Enzo abandonado no Dubai, com a frase “prepare-se para chorar”. O carro pertencia a uma edição especial da famosa marca, pelo que estava avaliado em mais de um milhão de euros.
A crise financeira explica este fenómeno. Não só porque os donos dos carros começam a ter dificuldades em pagar as suas contas, mas porque uma divida ou até o esquecimento de um simples pagamento dá direito a prisão, o que leva à fuga do país por parte de locais e estrangeiros.
Recorrente é, segundos alguns artigos sobre o tema, ver os carros de luxo no aeroporto ainda com as chaves na ignição. Segundo a Business Insider, assim que há suspeita de um veículo estar abandonado, os inspetores do Governo enviam uma notificação. Se o dono do carro não responder em 15 dias, a viatura será levada para uma espécie de sucata da polícia, onde pode ser levantada em troca de uma pequena taxa. 

Veganismo

por A-24, em 21.07.14
Lido por aí...

For hundreds of thousand of years, our ancestors hunted, cooked and ate meat * 


cooked meat is actually one of those items that allowed for the growth and 
development of the human brain and why we evolved in other direction than our close cousins, the gorillas.

since the year 2000, there's been an intense and widespread growth of a new fundamentalist religion - Veganism! - who not only care about their business, but they try to force others into adopt their fundamentalist agenda.

i do like vegetarian people and respect their choices ... but when it comes to veganists, i really think they should get professional help. those people seem to suffer from some sort of a mental condition and that needs to be fixed. 

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* homo sapiens has only about 250.000 years

Políticas pouco amigas da família

por A-24, em 19.07.14
Glória Rebelo

Recentemente divulgado, o Inquérito à Fecundidade 2013 apresentou os resultados de um inquérito realizado entre janeiro e abril de 2013.

De acordo com esta publicação – estruturada em três partes, uma de análise da fecundidade ao longo das últimas décadas, outra de apresentação e interpretação dos principais resultados do inquérito e uma terceira de reflexão crítica das medidas e das características da fecundidade em Portugal – que recua até meados dos anos 1970 (altura em que em Portugal ainda se assinalava um índice de fecundidade de 2,1 crianças por mulher, o que permitia assegurar a substituição das gerações), em 2012 Portugal registava, no conjunto dos 28 Estados-membros da União Europeia, o mais baixo nível de fecundidade (1,28 crianças por mulher), sendo que em 2013 este índice ainda baixou para 1,21 crianças por mulher. Ainda como refere este estudo, a maioria das pessoas (53,2%) não pensa ter (mais) filhos, o que, adicionando aos que não pensam ter mais filhos aqueles que não pensam ter filhos nos próximos três anos (21,9%), a percentagem sobe para 75,1%. Em síntese, três quartos das pessoas em idade fértil não tencionam ter filhos nos próximos três anos.
Não sendo o problema do envelhecimento da população exclusivamente português – uma vez que é uma tendência transversal aos países da União Europeia até 2050 – este acentuado envelhecimento foi já identificado como o mais marcado na União Europeia das últimas três décadas no Report on the Evolution of the Family in Europe 2009, situação que compromete seriamente o desenvolvimento sustentável do nosso país.
A verdade é que vivemos uma realidade social inquietante: a par de uma persistente tendência de declínio da fecundidade e de um adiamento da maternidade assistiu-se, nas últimas três décadas, em grande medida graças à melhoria verificada nos cuidados de saúde da população, a um envelhecimento evidente da sociedade portuguesa. Esperando-se alterações da estrutura etária da população, que resultam de um contínuo e forte envelhecimento demográfico, a verdade é que, segundo as Projeções de População Residentedivulgadas este ano pelo INE, se estima que, entre 2012 e 2060, o índice de sustentabilidade potencial passe de 340 para 149 pessoas em idade ativa por cada 100 idosos, sendo que a população residente em Portugal tenderá a diminuir até 2060, passando de 10,5 milhões de pessoas em 2012 para 8,6 milhões de pessoas em 2060.
Assim urge pensar num conjunto de políticas de apoio à família que devem passar, entre outras, por um reforço de investimento na área da educação, mas também devem incluir um reforço da tutela laboral, apresentando soluções no plano da conciliação entre a vida familiar e profissional. De facto, em Portugal aos problemas de incerteza criados por um nível elevado de precariedade de emprego (contratos a termo e de trabalho temporário) e pela consequente intermitência emprego/desemprego, assim como um nível salarial médio baixo, a crise internacional de 2008 veio acrescentar outros, tais como a destruição de emprego e aumento do desemprego (em especial o desemprego de longa duração), o agravamento das condições laborais, o tendencial aumento do período normal de trabalho, o incremento do subemprego a tempo parcial, a par das severas medidas de austeridade (em particular a pesada carga fiscal sobre as famílias) dos últimos três anos, conduzindo o país a uma dramática situação demográfica.
Por exemplo, segundo os dados do INE, o subemprego de trabalhadores a tempo parcial tem aumentado, a par de uma diminuição de trabalhadores a tempo completo, sendo que também se verificou um aumento do recurso aos contratos de trabalho de duração limitada (contratos de trabalho a termo e de trabalho temporário). Esta situação redobra a precariedade a muitos trabalhadores que, no conjunto, acumulam um contrato de trabalho a termo com trabalho a tempo parcial. Em particular os jovens saem do sistema de ensino caindo numa cadeia de contratações precárias (desde as prestações de serviços, passando pelos estágios e pelos contratos de trabalho de duração limitada e/ou a tempo parcial) que os sujeita a uma forte instabilidade profissional e a baixos salários, ameaçando a possibilidade de equacionar um projeto de família.

OS muçulmanos, quando se queixam das cruzadas, queixam-se de quê?

por A-24, em 12.07.14
Via A Corte na Aldeia

Depois de Marselha, Malmö torna-se a segunda cidade europeia maioritariamente islâmica

por A-24, em 10.07.14
Via Totalitarismo Universalista

E é apenas a segunda de muitas cidades europeias cuja demografia será radicalmente alterada, talvez até irreversivelmente. O gráfico em baixo mostra a evolução, ou melhor, a involução da estrutura populacional de Malmö entre 2002 e 2013:


Legenda: Utländsk bakgrund = origem estrangeira; Svensk bakgrund = origem sueca; Utrikesfödd eller född i Sverige med minst en förälder född utomlands = Nascido no estrangeiro ou nascido na Suécia tendo pelo menos um dos pais nascido no estranegiro; Född i Sverige med tvä svenskfödda föräldrar = Nascido na Suécia com os dois pais nascidos na Suécia.
Comentário do blogueiro: lembrem-se, caros leitores e leitoras, os imigracionaistas europeus juraram a pés juntos que isto nunca aconteceria, que os níveis de natalidade dos muçulmanos eram comparáveis aos dos europeus, e que falar em substituição demográfica era parnóia, xenofobia, racismo, etc. Mas cá está a realidade nua e crua, prevista há décadas pelos nacionalistas: as etnias que têm mais filhos acabam por ultrapassar as restantes em apenas algumas décadas, mesmo partindo em franca desvantagem.
Ainda não é tarde demais, ainda é possível inverter esta tragédia e salvar os povos europeus da extinção anunciada. Mas está a ficar cada vez mais difícil. E, se ainda queremos ir a tempo, é absolutamente necessário que os europeus abracem o Nacionalismo, porque só o Nacionalismo tem como prioridade inverter os fluxos migratórios.

Em Espanha, troca-se sexo oral por bebidas grátis

por A-24, em 07.07.14
O Instituto da Mulher de Espanha pediu ao Ministério Público para investigar uma prática que estará a tornar-se comum em Maiorca. Consiste em oferecer bebidas grátis a mulheres em troca de sexo oral e foi detetada em alguns locais de entretenimento em Magaluf, Maiorca. Segundo El País, o instituto considera a situação “humilhante” e pede que aquilo que considera ser um ato de discriminação seja rejeitado, tanto pelas pessoas em geral como pela indústria do entretenimento.

De acordo com o El País, que cita relatos da imprensa local, alguns residentes de Magaluf são responsáveis por organizar competições de índole sexual: as mulheres têm de praticar sexo oral a um determinado número de homens, presentes num mesmo local, o mais depressa possível. A “vencedora” ganha bar aberto. A técnica terá sido batizada de “mamading”.

O Instituto da Mulher remeteu o caso para o Ministério Público para perceber se os promotores destes “concursos” estão ou não a incorrer num crime, como incitação à prostituição. De acordo com as informações recolhidas pelo mesmo organismo, estas atividades acontecem em vários locais e já se tornaram populares nas redes sociais.

Magaluf recebe um grande número de turistas no verão, sobretudo jovens britânicos que, diz o El País, “gostam de passar as suas férias com muito álcool”. OBSERVADOR

Audiências de futebol nos EUA batem recordes da NBA e do basebol

por A-24, em 02.07.14
A América sempre olhou para o futebol com um misto de indiferença e desprezo. Fiel aos seus desportos tradicionais, resistiu à sedução da FIFA com a mesma tenacidade que a imaginária aldeia gaulesa de Astérix rejeitou os avanços da romanização. Mas o novo milénio promete mudanças e a bem sucedida campanha da selecção dos EUA no Mundial do Brasil pode estar a contribuir, no imediato, para despertar uma nova paixão desportiva na nação. Os jogos estão a bater recordes de audiências e a partida com Portugal, no Arena Amazónia, em Manaus, atingiu um pico histórico de, aproximadamente, 25 milhões de telespectadores, superando as médias das últimas finais da NBA e MLB (liga de basebol). E até Barack Obama tem contribuído para o share.

As expectativas dos operadores televisivos que adquiriram o exclusivo dos jogos do Mundial, foram superadas e, ontem, antecipavam-se novos recordes para o encontro com a Bélgica, que decide o acesso aos quartos-de-final do torneio. Inesperado foi também o elevado número de americanos que decidiu ver os jogos in loco, lotando os estádios brasileiros por onde a selecção passa. No último fim-de-semana a imprensa da Bahia destacava o grande número de estado-unidenses que estavam a chegar a Salvador, para assistir ao encontro com os belgas no Arena Fonte Nova. Mais a sul, os americanos “invadiram” também o Rio de Janeiro, sendo presença assídua na praia de Copacabana, onde está instalado o ecrã gigante do FIFA Fan Fest.
Também nas principais cidades americanas, a instalação de ecrãs gigantes para emitir os jogos dos EUA está a ser um sucesso, concentrando multidões animadas de dezenas de milhares de adeptos. Mais recatadamente, o próprio presidente Barack Obama tem seguido a campanha da selecção de Jurgen Klinsmann nos relvados brasileiros. Na última quinta-feira, deixou-se fotografar a bordo do Air Force One a assistir pela televisão à partida frente à Alemanha, que terminou com a derrota dos americanos (1-0), mas confirmou o apuramento para os oitavos-de-final.
O jogo bateu um recorde em termos de retransmissão na Internet, com 1,7 milhões de espectadores online, superando a marca alcançada no Super Bowl (final da NFL, o campeonato de futebol americano, que é a modalidade mais popular no país), o evento desportivo com maior audiência nos EUA, que reuniu 111,5 milhões de telespectadores, em Fevereiro deste ano.
Esta euforia recente com uma modalidade forasteira com poucas tradições por terras do “Tio Sam” tem provocado alguma irritação e incredulidade em certos espíritos. Na última quarta-feira, a articulista Ann Coulter, famosa pelas suas posições conservadoras, gerou polémica com um artigo de opinião onde criticava duramente os adeptos americanos de soccer. Qualificando a modalidade de “desporto estrangeiro”, considerou que o interesse que estava a despertar no país só poderia indiciar “um sinal da decadência moral da nação”, associando o sucesso do soccer às alterações demográficas no país, com o crescimento das populações de origem hispânica.
“Garanto: nenhum americano cujo bisavô tenha nascido aqui está a ver futebol. Tenho a esperança de que, com o tempo, estes novos americanos, além de aprenderem inglês, percam o ‘fetiche’ pelo futebol”, concluiu, demonstrando total estupefacção pelo interesse num desporto que apelidou de “totalmente entediante”: “Se Michael Jackson tivesse tratado as suas crónicas insónias com um vídeo de um Argentina-Brasil em vez de Propofol [um sedativo usado pela antiga estrela pop, considerado responsável pela sua morte], ainda estaria vivo, apesar de aborrecido.” Opiniões qualificadas de “racistas” e intolerantes por alguns colonistas do jornal New York Times e das revistas Times e Forbes nos dias seguintes.
A consternação de Ann Coulter contrasta com o optimismo da FIFA, que acredita estarem lançadas as bases para a afirmação definitiva do futebol (versão europeia) na América. “Esta impressionante alta no interesse nos EUA é um verdadeiro ‘divisor de águas’ para o Campeonato do Mundo e para o futebol”, garantiu Niclas Ericson, director da TV FIFA, em declarações ao siteoficial do organismo: “Estamos entusiasmados por ver a maneira com que os adeptos americanos estão a receber, como nunca antes, o Mundial.”
O responsável destacou ainda as audiências expressivas verificadas na Ásia, na Europa e em outras paragens do continente americano, acreditando que este torneio poderá ser o mais popular da história no que diz respeito às transmissões televisivas. No Brasil, o jogo de abertura, entre a selecção da casa e a Croácia, no dia 12 de Junho, foi o evento desportivo mais visto nos ecrãs, em 2014, com 47,4 milhões de telespectadores. Um registo que não foi superado, até ao momento, por nenhum dos restantes jogos da “canarinha”, incluindo a dramática eliminatória dos oitavos-de-final com o Chile, resolvida nos penáltis. PÚBLICO