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A-24

Di Maria resolve no minuto 118; Argentina tremeu mas já está nos quartos-de-final; Bélgica sofreu do mesmo para passar.

por A-24, em 01.07.14
Argentina 1-0 Suíça (Di Maria 118' a.p.)

Tremido, como tem sido praticamente todos os jogos destes oitavos-de-final, mas com um golo de Di Maria no prolongamento (exibição incrível do médio/extremo do Real) a Argentina bateu a Suíça por 1-0 e já está nos quartos-de-final. O encontro foi dividido, mas a Albiceleste, que com esta vitória dá sequência ao que tem acontecido nesta fase, com as 7 equipas que venceram os grupos a ultrapassarem os seus adversários, principalmente pelo que fez na 2ª parte e no prolongamento, mereceu a vitória.


Quanto à partida, na 1ª parte houve mais Suíça. Os suíços conseguiram condicionar o jogo da Argentina (não teve uma oportunidade) e ainda criaram duas oportunidades claras para marcar, 1º Xhaka num canto depois de uma boa jogada de Shaqiri permitiu a defesa a Romero, depois foi Drmic isolado a oferecer a bola ao guardião argentino com um chapéu falhado. No 2º tempo, o jogo mudou. A Albiceleste apareceu mais intensa, a profundidade que Rojo deu foi importante, e teve muito volume ofensivo. No entanto, Rojo, Di Maria e Messi nunca conseguiram superar Benaglio. No prolongamento, a capacidade física de Di Maria acabou por fazer a diferença, o argentino que cansou de ver correr, fartou-se de desequilibrar, insistiu, rematou muito, nem sempre decidiu bem, mas ia perdendo os duelos com Benaglio. Curiosamente quando parecia que os penaltis eram inevitáveis, Messi numa grande jogada isola Di Maria e o craque do Real descaído sobre a direita fez o 1-0. Estávamos no minuto 118, mas o jogo ainda tinha mais história. Primeiro Dzemaili atirou ao poste quando estava em boa posição, depois foi Shaqiri, no último lance do encontro, a desperdiçar um livre, que tinha tudo para ser perigoso, à entrada da área.




Destaques

Di Maria - Às vezes até foi excessivo nas suas acções individuais, mas a intensidade e velocidade que ele emprestou ao futebol da Argentina foi impressionante. Mereceu sem dúvida ter sido o herói da partida e depois do que fez no Real Madrid, quem não se lembra da final da LC, até ficamos chocados quando vemos na imprensa espanhola possibilidade dos merengues abdicaram do argentino para contratarem James (além de serem jogadores totalmente diferentes, o ex-Benfica tem uma intensidade no momento ofensivo e defensivo muito mais útil para os Blancos).

Argentina - O futebol não encanta, Messi hoje além da assistência e de uma excelente jogada no minuto 77 (em que driblou alguns elementos e obrigou Benaglio a uma excelente defesa) também fez pouco, mas o que conta são os resultados, e este susto até deve dar mais força à Albiceleste. A nível individual, continua a ser estranho ver Gago no 11, voltou a aparecer muito pouco, Lavezzi também não fez esquecer Aguero enquanto que Zabaleta está a milhas do que apresenta no City (praticamente não deu profundidade). No entanto, Rojo, que viu amarelo e vai falhar a partida dos quartos-de-final, compensou com mais uma bela exibição (nem sempre cruzou bem, mas envolveu-se muito no momento ofensivo e com a sua presença deu mais largura à equipa), Mascherano também esteve implacável nas tarefas defensivas, enquanto que Romero, até ao momento tem dito sempre presente quando foi chamado a intervir (hoje esteve perto de cometer uma falha, mas por enquanto ainda está com o registo limpo).
Suíça - Com outra eficácia na 1ª parte o resultado final podia ter sido totalmente diferente, mas o futebol não é feito de "SE's", e apesar da boa réplica os suíços despedem-se da competição nos oitavos-de-final. E esta exibição dos helvéticos nem devia surpreender, não podemos ignorar que estamos perante um conjunto que foi cabeça de série no sorteio e que conta com algumas unidades de grande nível. Uma delas, Shaqiri, voltou a estar em evidência. Foi sempre uma dor de cabeça para a defesa argentina, e sai desta competição em alta (vai ter mercado de sobra para deixar de ser suplente em Munique). Outro elemento que se valorizou foi Ricardo Rodriguez, ele que é um dos laterais esquerdos da moda, o jogador do Wolfsburgo, principalmente pela sua qualidade técnica (com o decorrer do jogo sofreu um pouco defensivamente), mostrou-se em várias jogadas e deixa o Mundial como um dos melhores na sua posição. No entanto, além de Benaglio (que fez várias defesas de bom nível), hoje o grande destaque da Suíça foi Behrami. O médio do Nápoles encheu o campo, esteve muito forte no capítulo defensivo, e com a sua presença conseguiu condicionar o jogo argentino.


Bélgica 2-1 Estados Unidos  (a.p.)

Foi uma luta difícil, mas a Bélgica venceu os Estados Unidos por 2-1 esta terça-feira e qualificou-se para os quartos-de-final do Mundial.
A Bélgica forçou o golo, mas encontrou quase sempre a oposição de Tim Howard, que encheu a baliza durante os noventa minutos e empurrou o jogo para o quinto prolongamento deste Mundial.
Mas a “estrela” do guardião norte-americano tinha prazo de validade. Na primeira oportunidade após o tempo regulamentar, Kevin De Bruyne fez o primeiro golo que a Bélgica tanto procurou. Lukaku, que tinha acabado de entrar, recuperou uma bola na direita, entregou a De Bruyne que, desta vez, não falhou.
A contagem estava aberta e tudo ficou mais fácil. Papéis invertidos, com Lukaku (105’) a concluir um contra-ataque conduzido por De Bruyne, dilatando a vantagem.
Logo a seguir, Julian Green, que também tinha acabado de sair do banco, ainda reduziu para os EUA, relançando a partida, mas a vitória já não fugiu aos belgas. PÚBLICO

Mundial: França e Alemanha nos quartos de final

por A-24, em 30.06.14


França 2-0 Nigéria (Pogba 79' e Yobo a.g 90'+2)


Não foi fácil. A Nigéria chegou a estar por cima, mas os franceses conseguiram confirmar o favoritismo e ficam à espera do vencedor do Alemanha-Argélia. Foi um erro de Enyeama que permitiu a Pogba desbloquear o marcador num jogo em que a França apresentou muitas lacunas no último passe. A Nigéria mostrou ser uma equipa madura e bem organizada, mas acusou o desgaste na recta final do encontro. A dupla Musa-Emenike voltou a ser um quebra-cabeças para os adversários e sai deste Mundial muito valorizada.

A Nigéria conseguiu equilibrar o jogo contra uma das equipas mais fortes da fase de grupos. A equipa surgiu concentrada e bem posicionada, conseguindo travar a dinâmica do meio campo francês durante um largo período. Só quando Pogba e Matuidi conseguiam ultrapassar Mikel e Onazi é que a turma de Deschamps conseguia criar perigo, e num desses lances o médio da Juventus viu Enyeama negar-lhe o que seria um grande golo. Do outro lado, Musa e Emenike deixaram a defensiva francesa em sentido. Os nigerianos até bateram Lloris, mas o golo de Moses foi invalidado por um fora de jogo no limite. Na segunda parte, a França entrou com uma atitude muito passiva e os africanos, mais acutilantes, superiorizaram-se e podiam ter marcado (Lloris esteve atento). A mudança no jogo deu-se com a entrada de Griezmann e a passagem de Benzema para a zona central. Os europeus voltaram ao comando da partida e chegaram à vantagem na sequência de um canto, com Pogba a aproveitar um mau alívio de Enyeama. Já em cima do final, Yobo fez um auto-golo quando Griezmann se preparava para marcar.


França - Foi a pior exibição até ao momento, muito por culpa de Deschamps. A opção inicial, com Giroud e Benzema, não deu resultado ofensivamente (fez falta um jogador como Griezmann a aparecer entre linhas) e prejudicou a equipa defensivamente, já que o jogador do Real Madrid não defendeu e permitiu a Ambrose ter uma auto-estrada no flanco direito. O técnico francês foi a tempo de corrigir o erro, mas fica o aviso para a próxima eliminatória. Individualmente, Pogba fez uma exibição algo intermitente mas quando aparecia no jogo fazia a diferença com a sua capacidade de passe e transporte, tal como Matuidi. Benzema fez o jogo menos conseguido, aparecendo menos e cometendo muitos erros no passe. Valbuena esteve em bom plano e foi mesmo o elemento que esteve mais assertivo no último terço. Defensivamente, para além da segurança de Lloris, Varane e Koscielny fizeram uma exibição impecável, bem como Debuchy, que sempre que se integrava no ataque criava desequilíbrios. Evra sofreu bastante com a velocidade dos nigerianos, muito por culpa da falta de apoio de Benzema.

Nigéria - Excelente réplica dos africanos. Se não fosse o erro de Enyeama (não merecia e até fez várias defesas espectaculares) até podiam ter conseguido o prolongamento. Keshi montou bem a equipa, conseguindo anular durante a maior parte do encontro as subidas dos laterais franceses (Musa e Moses estiveram bem nas tarefas defensivas), pressionando a saída de bola e aproveitando a superioridade numérica no corredor direito para criar perigo. Ambrose fez um grande jogo, apoiando muito bem o ataque. A dupla Musa-Emenike voltou a causar imensas dificuldades ao adversário com a sua potência, velocidade e, ao contrário de muitos jogadores africanos, boa capacidade de decisão. Odemwingie também surpreendeu, recuando bastante e dando critério à posse de bola da equipa.




Alemanha 2-1 Argelia (a.p,)

Não estava nas previsões, mas a Argélia deu muito trabalho à Alemanha, a ponto de ter pairado a hipótese de uma enorme surpresa. Os germânicos precisaram de um prolongamento para vencer os argelinos (2-1) e seguirem para os quartos-de-final, fase em que vão defrontar a França.
Depois de 90 minutos sem golos, Schurrle quebrou a resistência da Argélia, ao marcar logo no início do prolongamento. O jogador do Chelsea marcou de calcanhar, após um cruzamento de Müller.
No penúltimo minuto do prolongamento, Özil marcou o segundo golo e logo a seguir Djabou reduziu para a Argélia.
Com a vitória por 2-1, a Alemanha garante pela 15.ª vez seguida a presença entre os oito melhores de um Mundial de futebol.

Mundial: Holanda consegue reviravolta nos últimos 5 minutos e elimina o México e o sonho da Costa Rica continua

por A-24, em 29.06.14

Holanda 2-1 México (Sneijder 88' e Huntelaar 90'+3 e Giovani dos Santos 48')
Os europeus levaram a melhor sobre os centro-americanos no primeiro duelo do dia e ficam agora à espera do vencedor do Costa Rica-Grécia, sendo certo que tem bastantes probabilidades de chegar às meias. A Holanda esteve a perder desde o início da segunda parte, mas conseguiu a reviravolta nos últimos minutos, com Robben a desequilibrar e Huntelaar a ser decisivo com uma assistência de cabeça e um golo de penalty. Quanto ao México, acabou por deitar tudo a perder na recta final do encontro, pagando pelo facto de ter recuado as linhas (quase abdicando do ataque) demasiado cedo. 

Quanto ao jogo, foi menos interessante do que seria de esperar, provavelmente devido ao calor que se fez sentir em Fortaleza. As duas equipas jogaram a um ritmo lento e tiveram dificuldades na criação ofensiva, proporcionando poucos lances junto das balizas. Ainda assim, o México foi superior durante a primeira parte, com Herrera mais uma vez em destaque (esteve perto de marcar). Na segunda parte, o golo madrugador de Giovani dos Santos, com um remate espontâneo de fora da área, alterou a postura das equipas. Van Gaal fez entrar Depay e a Holanda passou a jogar em 433, exercendo maior pressão sobre um México que optou por defender o resultado. Ochoa negou o golo aos holandeses com duas defesas fantásticas, mas nada pôde fazer para travar um remate de Sneijder na sequência de uma bola parada. Pouco depois, Robben ganhou um penalty e Huntelaar não vacilou, confirmando a vitória da selecção laranja.


Holanda - Apesar de os holandeses terem 4 vitórias em 4 jogos, o futebol praticado está muito longe de ser positivo. A turma de Van Gaal está a jogar com uma atitude demasiado conservadora - hoje só a perder é que entrou no jogo - e neste encontro ficou claro que apostar num sistema de 3 centrais não foi benéfico, já que a equipa esteve muito permeável defensivamente (Vlaar e De Vrij cometeram muitos erros) e ofensivamente não conseguiu encontrar soluções para penetrar na defensiva mexicana. O técnico holandês foi feliz com as entradas de Depay, que agitou a partida, e Huntelaar, decisivo na passagem, mas a verdade é que até então o conjunto voltou a depender exclusivamente das arrancadas de Robben. O craque cresceu no jogo quando passou para o lado direito e pelo quarto encontro consecutivo voltou a ser fundamental no sucesso da sua equipa. Destaque também para Sneijder, que, apesar de não ter conseguido fazer a diferença enquanto criador de jogo, acabou por empatar o encontro com um remate indefensável.

México - Depois da derrota do Chile, é a vez de mais uma selecção muito interessante do ponto de vista colectivo dizer adeus ao Mundial. Os mexicanos fizeram 87 minutos excelentes, disciplinados no plano táctico e com grande entrega ao jogo, mas a estratégia de Herrera (que se tivesse resultado o tornaria num herói no seu pais) acabou por condenar a equipa na recta final do encontro. Nem um super Ochoa, que juntou mais duas defesas do outro mundo ao seu vasto leque de grandes paradas, conseguiu evitar o remate de Sneijder e o penalty de Huntelaar. O trio de centrais esteve novamente muito bem (incluindo Reyes, que entrou para o lugar de Moreno) até Robben passar para a direita e colocar Rafa Márquez em grandes dificuldades. Salcido, no lugar do castigado Vázquez, não deu a mesma fluidez à equipa. Nas laterais, Aguilar atacou pouco e Layun, quando o fez, cruzou mal. O grande destaque do conjunto mexicano, especialmente durante a primeira parte, foi o portista Herrera, que voltou a impressionar pela sua capacidade técnica e facilidade de chegar à área contrária. Giovani dos Santos, depois de exibições mais apagadas, voltou a brilhar, enquanto Peralta fez um jogo esforçado na frente. Esta foi a 6ª eliminação consecutiva do México nos oitavos-de-final (1994, 1998, 2002, 2006, 2010 e 2014).

Sonho da Costa Rica continua

Costa Rica e Grécia seriam duas selecções com poucas expectativas para este Mundial. Nenhuma delas tem grande historial na competição e, entre as duas, apenas os centro-americanos tinham avançado para lá da fase de grupos. Mas, depois de ter sobrevivido e prosperado num grupo com três antigos campeões do mundo (já nenhum deles está em competição), a Costa Rica continua a sua história de sonho, qualificando-se neste domingo para os quartos-de-final com um triunfo nos penáltis (5-3, depois de 1-1 em 120 minutos) sobre a Grécia de Fernando Santos, num jogo realizado no Arena Pernambuco, em Recife. Segue-se agora a Holanda, num jogo marcado para o próximo sábado, em Salvador.

Mesmo não sendo uma das equipas mais cotadas, a Grécia seria, seguramente, um adversário complicado para os costa-riquenhos. Os “Ticos”, de vocação ofensiva, teriam uma equipa grega habituada e confortável a defender já desde os tempos de Otto Rehhagel e do Euro 2004. Foi exactamente o que aconteceu. Depois de brilharem na fase de grupos, homens como Joel Campbell e Bryan Ruiz, as “estrelas” ofensivas dos centro-americanos, perderam-se na contenção da Grécia, provavelmente a única selecção sobrevivente neste Mundial com uma estratégia declaradamente defensiva.



Os primeiros 45 minutos foram soporíferos e pouco interessantes, sem nada para animar os espectadores. A única jogada que se pode descrever como oportunidade de golo aconteceu aos 36’ e para o lado da equipa de Fernando Santos. Holebas faz o cruzamento, Salpingidis responde bem à solicitação, mas o guarda-redes Keylor Navas não deixa que o golo aconteça. Era isto que Fernando Santos queria. Manter o adversário longe da baliza de Karnezis e aproveitar o voluntarismo dos seus avançados para marcar um golo, algo que é coisa rara nesta selecção grega.

Mas a Grécia até surgiu mais confortável na segunda parte. Logo aos 47’, Samaras teve na cabeça uma oportunidade, mas o remate foi à figura de Navas. Pouco depois, finalmente a Costa Rica conseguiu furar a resistência grega. Aos 52’, Bolaños faz o cruzamento para a entrada da área e Bryan Ruíz, num remate com pouca força e muita colocação, consegue meter a bola na baliza grega, naquele que foi o seu segundo golo do Mundial – já tinha marcado à Itália. Karnezis, muito encostado ao outro poste e tapado por um seu colega, nem se mexeu para tentar deter a bola que entrou bem junto ao ferro do lado esquerdo.

Santos foi metendo os avançados que tinha no banco, primeiro Mitroglou, depois Gekas. Pelo meio, uma expulsão para o lado da Costa Rica. Aos 66’, Óscar Duarte vê o segundo cartão amarelo e deixa a sua selecção a ter de defender uma magra vantagem com menos recursos humanos que o adversário. Os papéis invertiam-se. Era a Grécia quem tinha agora de atacar, com a sua própria sobrevivência em causa. Com pouco discernimento, mas muito coração. E a entrega grega, não menos que total, deu frutos, tal como acontecera no jogo com a Costa do Marfim.
Já em tempo de compensação, após um primeiro remate de Gekas defendido por Navas, é um defesa, Sokratis Papastathopoulos (um dos apelidos mais compridos deste Mundial), a fazer o empate e a dar mais um exemplo de sobrevivência no limite. Depois, no prolongamento, Grécia correu mais, a Costa Rica resistiu e o seu guarda-redes foi o herói. Trinta minutos depois, manteve-se o empate e avançou-se para os penáltis. Fernando Santos foi expulso do banco e teve de ver o desempate pela televisão. Acertaram os sete primeiros e foi Gekas, um dos mais experientes dos gregos, o primeiro a falhar. Ou melhor, foi Navas o primeiro a defender. Depois, Michael Umaña, central que ainda joga no seu país, rematou forte e colocado e acabou com os gregos.

Suárez, o vampiro do Uruguai que tirou sangue à selecção inglesa

por A-24, em 29.06.14
Avançado do Liverpool é criticado em Inglaterra porque já mordeu adversários e foi suspenso e multado por insultos racistas. Mas afirma que os dois golos que marcou contra a selecção inglesa serviram para calar os críticos.

Jogavam-se os últimos instantes do Uruguai-Inglaterra e as câmaras não conseguiam desviar o olhar da expressão de Luis Suárez. Sentado no banco de suplentes, o avançado uruguaio tinha acabado de ser substituído e esperava pelo apito final com a ansiedade de quem sabe que está a momentos de ser levado em ombros pelos seus 22 colegas e pelos milhões de compatriotas que acompanhavam o jogo pela televisão.


Não era para menos – Suárez, o temível avançado do Liverpool, acabara de marcar os dois golos da vitória sobre a selecção inglesa no estádio Arena Corinthians, em São Paulo, mas na sua cabeça passava um filme ainda mais electrizante. E, mais uma vez, não era para menos – Suárez acabara de calar todos os ingleses que já o tinham atirado para o canto dos derrotados, com críticas à sua condição física e ao seu polémico comportamento em campo, que oscila entre a genialidade, a simulação, a violência e as provocações racistas.

No final do jogo contra a selecção inglesa, Luis Suárez não conseguiu esconder que ansiava por este momento de vingança, a que ele chamou sonho: "Sonhei com isto. Estou a apreciar este momento, por tudo o que sofri, por todas as críticas de que fui alvo."

Era muito mais do que um jogo, como se percebeu pelas palavras que se seguiram: "Antes do jogo, muitas pessoas em Inglaterra riram-se da minha atitude nos últimos anos. É um momento muito bom para mim. Quero saber o que é que eles pensam agora."
A mensagem era dirigida a muitos adeptos de futebol ingleses, excepção feita aos seus fiéis seguidores do Liverpool, que já lhe perdoaram muitas excentricidades. Mas os outros já responderam, através das redes sociais, e muitos chegaram a fazer piadas sobre uma possível expulsão do uruguaio de Inglaterra.

Racismo, mordidelas e mergulhos
Suárez chegou ao Mundial 2014 com o rótulo de herói em Liverpool, ao fim de uma época em que o seu clube esteve perto de quebrar um jejum de 24 anos sem ganhar o campeonato inglês.
Apesar de ter terminado atrás do Manchester City, o avançado uruguaio marcou 31 golos em 33 jogos, foi considerado o melhor jogador da liga inglesa e dividiu a Bota de Ouro com Cristiano Ronaldo.
Mas a sua relação com os adeptos e com os jornalistas de desporto ingleses tem sido atribulada desde que pôs os pés em solo britânico, na época de 2010-2011, proveniente dos holandeses do Ajax.
De tempos a tempos, o futebol revela ao mundo personalidades complexas, que desejam mais do que trabalhar muito durante a semana para conquistar a confiança do "mister", mas o caso de Luís Suárez é ainda mais difícil de analisar.
Se muito do que faz em campo pode ser encarado como um saudável desafio às figuras de autoridade, a sua carreira ficará para sempre manchada pelo episódio em que despejou uma dose de racismo em cima do defesa Patrice Evra, do Manchester United. Quase três anos depois do caso, Suárez continua a afirmar que não é racista, mas a verdade é que foi suspenso por oito jogos e multado em 40.000 libras (50.000 euros) por ter feito "referência à origem étnica e/ou à cor e/ou à raça de Patrice Evra", como escreveu a federação inglesa de futebol no seu relatório final. Mal regressou à competição, o uruguaio deixou Evra de mão estendida antes do início de um novo jogo entre o Liverpool e o Manchester United, o que não ajudou a melhorar a sua reputação.
O avançado uruguaio pode negar as acusações de racismo – só ele sabe o que lhe vai na cabeça –, mas é mais difícil negar que tem uma certa inclinação para morder adversários. Aos 27 anos de idade, Luis Suárez já foi filmado a morder dois deles: o médio holandês Otman Bakkal, no ombro (sete jogos de suspensão); e o sérvio Branislav Ivanovic, no braço (dez jogos de suspensão). Uma fixação que lhe valeu alcunhas como "Hannibal Lecter", "vampiro" ou "zombie".
Outra das acusações que lhe fazem em Inglaterra é aquela que só os ingleses acreditam ser exclusiva de cidadãos de outros países – a de que não perde uma oportunidade para se atirar ao chão mal sente um toque de um adversário. É verdade, e também há imagens que o comprovam, mas Luis Suárez aproveita para provocar ainda mais os seus adversários quando é acusado de "mergulhar".

Em Setembro de 2012, num escaldante dérbi Everton-Liverpool, o uruguaio vingou-se do então treinador da equipa adversária, David Moyes, após marcar um dos golos da sua equipa. Depois de uma semana em que Moyes não se cansou de o acusar de se atirar ao chão, o uruguaio foi a correr até ao banco do treinador para festejar, lançando-se para o chão em grande estilo.

Suárez supenso por nove jogos.


FIFA aplica castigo pesado ao avançado uruguaio, que não joga mais no Mundial 2014 e estará banido do futebol durante quatro meses.
Joseph Blatter, presidente da FIFA, anunciou nesta quinta-feira um pesado castigo a Luis Suárez, por ter mordido Chiellini no jogo entre Itália e Uruguai, na fase de grupos do Mundial 2014.
Em conferência de imprensa, no Maracanã, Blatter confirmou que Suárez foi suspenso por nove jogos internacionais oficiais pelo Uruguai, terminando assim a sua participação no Mundial 2014.
Além disso, Suárez foi banido durante quatro meses de qualquer atividade relacionada com o futebol. Quer isto dizer que, até ao final de outubro, não poderá jogar pelo Liverpool e fica, assim, invalidada a possibilidade de ser transferido para outro clube no mercado de verão.

Mundial: Colómbia nos quartos de final com distinção

por A-24, em 28.06.14
Visão de Mercado

A Colômbia ao levar de vencida o Uruguai garantiu pela primeira vez na sua história presença nos quartos de final de um Mundial, marcando desde já encontro com o Brasil. Os "cafeteros", carregados por James Rodriguez, o jogador número 1 do Mundial até ao momento, derrotaram o Uruguai, um conjunto que sem Suárez foi uma presa fácil, ficando assim bastante longe da prestação alcançada na África do Sul, onde atingiram as meias finais da prova.

Inicialmente assistimos a uma supremacia colombiana, ao que o Uruguai respondeu, equilibrando o encontro. Numa fase onde a partida era disputada essencialmente a meio campo (os "cafeteros" transpareciam no entanto a ideia de ter o jogo perfeitamente controlado), surge "El Bandido", que num lance de génio marca aquele que é até agora o golo da competição. Injecção de moral nos colombianos, que desde então se posicionaram sempre por cima no encontro, surgindo o segundo golo, no início do segundo tempo, através do suspeito do costume, James. Tabarez mexeu (colocou Stuani e Gaston Ramirez), ao que Pekerman respondeu, baixando as linhas, trocando Téo Gutierrez por Mejia. Alterações que permitiram ao Uruguai ter bastante bola numa zona adiantada do terreno, provocando alguns sustos, superiormente resolvidos por Ospina.

James - O melhor do Mundial até ao momento (5 golos e duas assistências). Golos de génio, muita técnica, muita classe, está num nível soberbo. Com um "bandido" destes é possível "roubar" sonhos a muitos adversários...



Colômbia - Os "cafeteros" prometem mas os 30 minutos finais deixaram algo a desejar (a equipa baixou em demasia e expôs-se sem necessidade), mesmo ofensivamente fica a ideia que, apesar de haver muito talento, vivem muito na base de aquilo que James e Cuadrado oferecem (nos quartos-de-final seria preferível abdicar de Teo e colocar Ibarbo na esquerda). A nível individual, a dupla Yepes - Zapata, apesar de ser algo limitada tem estado melhor que a encomenda, mas contra o Brasil o grau de exigência vai ser maior. C. Sanchez e Aguilar são dois médios de cobertura que percorrem maratonas por jogo e voltaram a cumprir, mas são algo limitados ao nível do passe (Guarín podia dava outra qualidade com bola). Ospina foi um "monstro" entre os postes, estando bastante em foco na parte final do encontro, onde negou algumas vezes o golo aos uruguaios. Jackson Martinez foi titular pela segunda vez mas apareceu mais a desgastar-se nas alas no que em zonas de finalização, ao passo que Armero mostrou toda a sua velocidade e vocação ofensiva.

Cuadrado - O fiel escudeiro de James. Está também ele num momento excelente, somando a quarta assistência na prova.

Uruguai - Sem Suárez os uruguaios são um osso bem menos duro de roer. Saem do Brasil com uma prestação bem distante da exibida no último mundial, e com a imagem de que a supremacia presenciada nos trinta minutos finais da partida de hoje foram mais por consentimento da Colômbia, do que por mérito próprio. Sempre com uma postura defensiva, excessivamente faltosos, sem a principal estrela, viveram em demasia do futebol directo. Em 2010 e 2014 somam por derrotas todos os jogos disputados sem Luís Suárez.

Pékerman - Muitas vezes apelidado como "o melhor treinador de jovens do mundo", pode nesta competição provar que pode ir além desse rótulo.

Mundial 2014: Brasil sofre para se apurar para os quartos

por A-24, em 28.06.14
Público
O Brasil qualificou-se neste sábado para os quartos-de-final do Mundial 2014 que está a organizar, após bater neste sábado, em Belo Horizonte, o Chile nos penáltis, após um empate (1-1) ao fim de 120’.

Os brasileiros foram mais certeiros nos pontapés dos 11 metros, marcando três, enquanto os chilenos marcaram apenas dois. Na próxima sexta-feira, o Brasil defronta nos “quartos”, em Fortaleza, o vencedor do jogo deste sábado entre Colômbia e Uruguai.

O Brasil colocou-se em vantagem aos 18’. Canto marcado por Neymar e David Luiz, a meias com Gonzalo Jara, faz o 1-0, sendo que, apesar de parecer autogolo, a FIFA creditou o golo ao antigo defesa do Benfica.
Os chilenos responderam ainda na primeira parte, aproveitando da melhor maneira um erro da defesa brasileira. Aos 32’, após um lançamento na linha lateral, Hulk tenta devolver a bola a Marcelo, mas Vargas chega primeiro e consegue fazer o passe para Alexis Sánchez, que faz o empate.
O Brasil teve quase sempre maior iniciativa ofensiva, mas o guardião chileno Bravo foi o herói, defendendo várias bolas de golo, até ao final dos 90’ e durante o prolongamento, mas foi o Chile quem esteve mais perto do golo, no último minuto do tempo extra, com Mauricio Pinilla a atirar à trave.
Com o empate no final do prolongamento, a decisão foi para os penáltis e Júlio César foi o herói, ao defender os remates de Pinilla e Alexis, com Jara a atirar ao poste na última tentativa chilena. David Luiz, Marcelo e Neymar compensaram os falhanços de Willian e Hulk.


En Belo Horizonte este sábado lloró todo el mundo. Los jugadores de Brasil, los deChile, las aficiones de los dos equipos y hasta más de uno, de dos y de tres periodistas. El partido fue un dramay el sonido ambiental del estadio el mejor termómetro para medir el grado de pánico y tensión.
No hubo incidentes en las gradas, que es de alabar. Y tampoco fuera. Los chilenos que se quedaron sin entrada se marcharon pacíficamente a la Fan Fest a disfrutar del partido con sus viandas. Han viajado a Brasil con la casa a cuestas. Muchos en caravanas, donde han hecho vida en Copacabana durante los últimos 15 días. Hasta vendían pulseras y bebidas en la calle para sacarse un dinerillo y financiarse el Mundial.
En Río de Janeiro había más de 40.000, que fueron los que convirtieron Maracaná en Santiago de Chile el día en que jugó allí España. Este sábado, en Belo Horizonte, sólo había 5.000. Y se hicieron notar con su famoso ''Chi-chi-chi, le-le-le''. Quedará por siempre en la memoria de los brasileños, que aplaudieron a los aficionados de La Roja al final del partido, haciendo las paces tras un partido de infarto y un rifi-rafe con los himnos. Ambas aficiones abuchearon la prolongación de sus

Portugal diz Adeus ao Brasil com uma vitória

por A-24, em 26.06.14
Portugal 2-1 Gana (Boye 31' p.b. e Ronaldo 80'; Gyan 56')

Se Paulo Bento tivesse colocado sempre este meio-campo (Amorim-William-Veloso), Se Pepe não tivesse sido expulso contra a Alemanha (algo que condicionou a diferença de golos), Se CR7 estivesse a 100%, Se os convocados tivessem sido outros, Se Portugal apresentasse sempre esta dinâmica, principalmente na 1ª parte, Se a Alemanha tivesse goleado, Se isto, se aquilo...vai ser o discurso nos próximos tempos. Mas a realidade é que a selecção nacional, apesar da vitória frente ao Gana (o resultado foi melhor que a exibição), despediu-se do Mundial, logo na fase de grupos (algo que já não acontecia desde 2002). De nada valeu o golo de Ronaldo, igualou Klinsmann ao marcar em 7 fases finais consecutivas, nem a boa 1ª parte. Portugal, apesar da vitória por 2-1 frente ao Gana, despediu-se do Brasil com 4 pontos, os mesmos que os EUA (perderam por 1-0 contra a Alemanha, golo de Muller), mas com pior diferença entre os golos marcados e sofridos.

Ficou a ideia que era possível golear o Gana, Ronaldo em dia sim hoje tinha facturado por 3 ou 4 vezes, mas verdade seja dita que a selecção ganesa teve igualmente várias oportunidades de golo, e quando Portugal chega ao 2-1 os africanos até estavam por cima. Quanto ao jogo, Portugal entrou melhor, mais intenso, agressivo, a circular melhor a bola. Logo aos 5 minutos Ronaldo atirou à barra, a meio da 1ª parte, falhou um golo escandaloso de cabeça (mérito do guarda-redes ganês que efectuou uma excelente defesa), e sendo certo que na jogada a seguir Gyan também podia ter marcado (grande defesa de Beto), foi mesmo a selecção nacional a chegar ao 1-0 fruto de um auto-golo de Boye. Na 2ª parte, esperava-se um jogo mais partido (o Gana tinha de ganhar), mas Portugal não aproveitou isso e entrou adormecido. Para piorar, depois da Alemanha fazer o 1-0, passado um minuto Gyan empatou a partida. A partir daqui, com as duas equipas a precisar de arriscar o jogo ficou mais partido e houve várias ocasiões de parte a parte. Paulo Bento lançou Varela e Vieirinha e a equipa portuguesa voltou a estar perto de marcar, com Ronaldo a ganhar destaque... pela negativa. É certo que o craque fez o 2-1 (aproveitou um mau alívio de Dauda), mas falhou 3/4 ocasiões claras que poderiam ter dado um resultado mais folgado. Do outro lado, os jogadores ganeses também não estiveram de pontaria afinada. Até final, nota para a lesão de Beto, mais uma na equipa nacional.

Destaques: 

Portugal - Apesar de tudo, foi o melhor jogo da equipa portuguesa. A explicação é óbvia: as entradas de Rúben Amorim e William Carvalho no 11, que não só deram maior equilíbrio e dinâmica ao meio campo como também permitiram a subida de rendimento de Moutinho. Durante a primeira parte, que foi claramente a melhor de Portugal neste Mundial, houve um bom controlo do jogo a meio campo e uma maior ligação com o ataque. Na segunda parte a equipa entrou com pouca crença e com menos intensidade, fazendo uma exibição mais próxima dos dois primeiros jogos. Os médios foram caindo de produção e a defesa voltou a demonstrar uma banalidade incrível em termos posicionais (Veloso e Bruno Alves cometeram demasiados erros). Ainda assim, Portugal podia ter marcado várias vezes, mas apresentou uma ineficácia tremenda num jogo em que era necessário anular a diferença de golos e isso acabou por ser fatal.

Ronaldo - Fez história e juntou-se a Klinsmann, marcando pela sétima fase final consecutiva (Euro 04, JO 04, Mundial 06, Euro 08, Mundial 10, Euro 12 e Mundial 14). No entanto, foi um péssimo Mundial para o capitão português. É certo que estava em dificuldades físicas, mas hoje apresentou uma falta de eficácia incrível (e a finalização até é o seu ponto forte). Pedia-se ao melhor jogador do Mundo que tivesse mais capacidade de desequilibrar e sobretudo de assumir o jogo, até porque é um elemento que praticamente não defende (como se viu na partida com os EUA).

Paulo Bento - O maior culpado da fraca prestação neste Mundial. Tudo começou na convocatória, onde ignorou alguns jogadores, convocou outros pelo estatuto, chamou jogadores com problemas físicos e conseguiu levar apenas 1 lateral esquerdo quando a lógica é ter 2 elementos por posição. Hoje Portugal acabou o jogo com 2 laterais adaptados, mas foi principalmente a lateral esquerda que deu muitos problemas. Percebeu-se que Almeida e Veloso, apesar de fazerem a posição, não têm a competência necessária para substituir Coentrão. Para além do mau futebol apresentado, que é consequência do péssimo estado físico dos jogadores e da falta de ideias do seleccionador (demasiado pontapé para a frente), este jogo serviu para provar que as escolhas para o 11 nas duas primeiras partidas foram erradas. Hoje PB finalmente deu oportunidade a jogadores que mereciam (Amorim e William) e a equipa melhorou significativamente, mas já foi tarde demais.

William/Moutinho - A entrada do primeiro levou à subida de rendimento do segundo. O facto de ter um médio de cobertura mais posicional à frente da defesa deu maior liberdade a Moutinho, que fez a melhor exibição do Mundial. O médio do Mónaco apresentou outra intensidade, jogou mais próximo do ataque e foi decisivo no primeiro golo. Quanto a William, não fez um jogo brilhante mas deu claramente maior segurança, equilíbrio e capacidade de recuperação ao meio campo de Portugal. Cometeu alguns erros no passe e por vezes acusou a sua falta de velocidade, mas ficou claro que era a solução para aquela posição.

Éder - Entrou bem contra a Alemanha, mas a partir daí foi uma nulidade. É demasiado limitado tecnicamente (hoje não conseguiu receber uma bola) e apresenta graves lacunas na finalização. Apesar de tudo, ficou evidente que Postiga continua a ser melhor solução para o ataque.

Vieirinha - É o espelho do que é a selecção portuguesa actualmente. Entrou bem, demonstrou qualidade e que merecia ter tido mais minutos. Mas nem podemos dizer que é o futuro de Portugal já que no Euro 2006 já vai ter 30 anos.

Veloso - Fez um jogo esforçado, mas de facto não tem qualidade para jogar naquela posição. A sua falta de rotinas ficou clara (erros de posicionamento e de abordagem) e prejudicou a equipa. Ainda assim, foi decisivo ofensivamente no primeiro golo de Portugal.

Nani - Esteve aquém do que poderia e deveria fazer. Foi mais uma exibição semelhante às anteriores: esteve muito activo, tentou assumir o jogo de Portugal, mas quase tudo lhe saiu mal (o último passe, o remate). Não foi um jogador capaz de fazer a diferença (ele que em tempos era claramente um dos melhores 3/4 elementos da equipa).

Mundial 2014: Argentina e Nigéria seguem em frente

por A-24, em 25.06.14
Argentina 3-2 Nigéria (Messi 3' e 45' e Rojo 51'; Musa 5' e 49') 

3 jogos, 3 vitórias. Com melhorias claras em termos exibicionais (a tendência daqui para a frente é melhorar), a Argentina derrotou a Nigéria por 3-2 e conseguiu o pleno no grupo F (deve defrontar a Suíça ou Equador nos oitavos-de-final, já os nigerianos, apesar da derrota, garantiram o 2º lugar). Num jogo com muitas ocasiões de parte a parte, Messi juntou aos golos - numa recarga e num livre directo cobrado de forma exemplar - uma excelente exibição (já é o melhor marcador, juntamente com Neymar). O craque jogou, fez jogar e certamente vai aparecer em grande forma na fase a eliminar, tal como Di Maria, que continua a espalhar técnica e a impressionar pela sua intensidade. O mesmo não se pode dizer de Higuain, que foi mais uma vez uma nulidade e que, pelo que não tem feito, deveria ser substituído por Lavezzi. O avançado do PSG até pode ganhar o lugar a Agüero, que saiu lesionado deste encontro. No entanto, a maior preocupação dos argentinos é mesmo a fragilidade do sector defensivo, que hoje ficou bem visível. Uma equipa de topo não pode deixar o adversário marcar com tanta facilidade como a Nigéria o fez. Apesar disso, Rojo voltou a estar em bom plano a nível ofensivo, marcando um golo "made in Portugal" (Garay desviou e o jogador do Sporting encostou). Do lado africano, Musa e Emenike voltaram a deslumbrar pela sua potência, velocidade e facilidade de remate. Sempre que aceleravam colocavam dificuldades à defesa argentina, e o extremo do CSKA, que bisou (um remate em arco e um golo relativamente isolado), mostrou frieza na hora de finalizar. Para além dos dois avançados, a Nigéria é uma selecção algo limitada. Mikel teve bons apontamentos técnicos mas apresentou alguma falta de intensidade, e o sector defensivo concedeu demasiado espaço ao ataque argentino.

Bósnia 3-1 Irão - Vitória natural da Bósnia, mais uma vez ficou a ideia que era a 2ª equipa mais forte neste grupo, frente a um Irão que apesar de precisar de vencer à excepção de uma bola na barra, o lance do golo e uma outra situação em bolas paradas quase não teve caudal ofensivo.Dzeko abriu o marcador, pouco depois o conjunto de Queiroz atirou à barra, mas o jogo praticamente acabou com esse 1-0. A Bósnia que já só estava a cumprir calendário geriu o tempo de jogo com bola (equipa com muita qualidade técnica) e sem forçar chegou ao 2-0 (golo de Pjanic depois de uma excelente jogada) e o Irão nunca demonstrou ter argumentos para contrariar o resultado. Queiroz numa fase em que arriscou tudo ainda viu a sua equipa reduzir (Ghoochannejhad na sequência de um canto), mas na jogada seguinte a Bósnia fez o 3-1 (Vrsajevic numa transição) e o encontro ficou decidido. Em suma, Queiroz despede-se deste Mundial com um ponto, mas considerando as fragilidades do seu conjunto já muito fez o português. Quanto à Bósnia, Pjanic voltou a emprestar muita qualidade técnica, Dzeko conseguiu finalmente marcar, e a boa surpresa Besic esteve novamente em destaque no meio campo.

As Honduras foram a pior equipa da CONCACAF neste Mundial (0 pontos), enquanto que o Equador foi a única selecção sul-americana a falhar o apuramento para os oitavos-de-final.

A 3ª jornada do Grupo E não teve grande história, a França, que vai defrontar a Nigéria nos oitavos-de-final, empatou a 0 com o Equador. Os gauleses com o 1º lugar (praticamente) garantido aproveitaram para gerir, pouparam alguns jogadores, e apesar de não terem forçado tiveram diversas oportunidades para chegar à vantagem. Enquanto que no outro jogo, a Suíça, confirmando o domínio das equipas europeias neste grupo (o que foge um pouco ao que tem sido este Mundial), com um hattrick de Shaqiri (o 1º foi um golaço, os outros 2 foram fruto de boas assistências de Drmic), bateu as Honduras por 3-0. O resultado não traduz bem o que se passou em campo, já que a selecção da CONCACAF dividiu o jogo, teve oportunidades claras de golo e inclusive sai do encontro pouco contente com a arbitragem, mas a passagem de um dos cabeças de série neste Mundial é indiscutível. Algumas notas: Shaqiri, que já tinha deixado boas indicações nos outros jogos, fez uma excelente exibição (a Argentina se continuar a cometer erros defensivos, principalmente na transição, vai sofrer com a velocidade e capacidade técnica do "mini-Hulk"), em contrapartida Xhaka continua muito displicente. No que diz respeito ao Equador-França, destaque para a expulsão de Antonio Valencia, ele que foi uma das principais desilusões da competição (rendimento paupérrimo), ao contrário de Enner, que voltou a estar em destaque e sai do Brasil em alta (dificilmente vai continuar no campeonato mexicano). Quanto aos franceses, num jogo de clara gestão é injusto fazer alguma crítica (até porque esta poupança pode ser importante na fase a eliminar), mas mesmo assim a França (que jogou mais de 30 minutos contra 10) perdeu uma bela oportunidade de terminar o grupo com 9 pontos. Foi visível que apesar da qualidade técnica e física dos comandados de Deschamps, sem Valbuena (hoje não foi utilizado) a equipa perde alguma capacidade de decisão no momento ofensivo (Pogba, que juntamente com Digne foi o elemento mais em jogo, cometeu alguns erros, enquanto que Sissoko jogou demasiado adiantado).

Itália também fica fora do Mundial, Godín voltou a decidir. Costa Rica garante primeiro lugar

por A-24, em 25.06.14
O Uruguai derrotou a Itália por 1-0 e assegurou presença nos oitavos-de-final. Godin, que já tinha oferecido o campeonato ao Atlético Madrid (e quase uma Liga dos Campeões) foi decisivo ao marcar o único golo da partida, aos 81 minutos. A partida foi bastante fraca e com nenhuns rasgos de genialidade. O Uruguai precisava do triunfo, mas não conseguiu criar lances dignos de golo, enquanto a Itália jogou claramente para o 0-0. Durante os primeiros 45 minutos, salvo uma defesa complicada de Buffon, a partida foi-se arrastando, enquanto na segunda parte, Marchisio recebeu ordem de expulsão e tudo mudou. O Uruguai passou a arriscar mais, Suarez ficou perto do golo (defesa de Buffon) e, num lance de bola parada, Godin saltou mais alto para marcar o golo decisivo. Até final, destaque para mais um lance polémico de Suárez. O avançado uruguaio voltou a morder num adversário (Chiellini), escapando a uma sanção do árbitro da partida. A Itália está de fora na fase de grupos pelo segundo Campeonato do Mundo consecutivo e é mais uma selecção europeia de topo a abandonar o Brasil. 

Costa Rica 0-0 Inglaterra - A Costa Rica confirmou o 1º lugar no grupo da morte, depois de segurar o nulo frente à Inglaterra. Roy Hodgson promoveu muitas mudanças na equipa, para estrear outros jogadores num Mundial, enquanto os centro-americanos pouparam dois elementos. Ao contrário do Itália-Uruguai, esta partida acabou por ser bem mais interessante. A Costa Rica tentou controlar os britânicos e ficou perto do 1-0 em dois momentos (remates de Joel Campbell e de Celso Borges, este último ao poste), contudo, do outro lado Sturridge esteve bastante rematador (no segundo tempo falhou uma grande oportunidade). O jogo teve mais alguns lances de perigo, mas Keylor Navas (grande segurança) e Foster impediram que os adeptos vibrassem com golos. A Inglaterra saiu do Mundial sem qualquer vitória (2ª vez, tal como em 1958) e com a pior prestação de sempre (em termos pontuais). Já os costa-riquenhos saíram da fase de grupos sem qualquer derrota (histórico) e com apenas 1 golo sofrido (de grande penalidade).

Fernando Santos fez história e qualificou pela 1ª vez a Grécia para os oitavos-de-final de um Mundial (e considerando que vai defrontar a Costa Rica as hipóteses de chegar aos quartos são muito fortes). Um penalti convertido por Samaras já nos descontos eliminou uma Costa do Marfim, que pelo 3º Mundial consecutivo ficou pela fase de grupos (verdade seja dita que só neste tinham reais obrigações de passar). E o apuramento dos gregos até foi justo. A Grécia, apesar de ter abusado do cinismo, mesmo a precisar de ganhar deu a iniciativa à Costa do Marfim (como é habitual os gregos exploraram as transições e jogaram no erro do adversário), depois de na 1ª parte ter feito o 1-0 (erro incrível de Tiote), teve diversas oportunidades para ampliar o marcador no 2º tempo (atirou 3 bolas aos ferros e falhou algumas transições em situações em que estava em superioridade numérica), além disso soube aproveitar bem as fragilidades dos africanos. Sendo certo que a Costa do Marfim depois de ter chegado ao empate também teve algumas oportunidades para fazer o 2-1 (vão ficar a "chorar" uma transição em que estavam em clara superioridade numérica). A nível individual, destaque para mais uma excelente exibição de Manolas (bem apoiado por Maniatis e Sokratis); Holebas (atirou uma bola à barra) também teve nota muito positiva, e Lazaros Christodoulopoulos destacou-se com a sua condução de bola e capacidade de desequilíbrio. No entanto, o mérito é todo deFernando Santos (que admitimos não sermos propriamente fãs). O técnico português foi forçado a fazer duas alterações ainda na 1ª parte, mas mesmo assim conseguiu sempre encontrar soluções para contrariar o adversário e principalmente soube aproveitar com mestria as debilidades dos africanos. Quanto à Costa do Marfim, custa ver uma geração como esta ficar de fora tão cedo, principalmente em detrimento de uma selecção que é um pouco anti-futebol. Mas acabou por ser mais do mesmo, nos momentos decisivos (seja em Mundiais ou na CAN) esta geração falhou sempre, e desta vez não foi diferente. Muitos erros infantis, e um excesso de individualismo que foi fatal. Em vários lances depois do desequilíbrio a opção era um remate, num dos poucos que isso não aconteceu, Gervinho (que juntamente com Yaya foi o elemento que acrescentou mais qualidade) ofereceu o golo a Bony.

Japão 1-4 Colômbia (Okazaki 45´+2; Cuadrado 17´g.p., Jackson 55´ e 82´ e James 89´) - Excelente espectáculo de futebol em Cuiabá, com uma equipa à procura de um milagre e outra com o seu destino praticamente traçado (1º lugar). Pekerman rodou muitos elementos da equipa base, com Jackson Martínez e Quintero a serem titulares (Arias e Guarín também jogaram de início). A equipa asiática entrou bem na partida e criou jogadas de perigo, contudo, foi a Colômbia a chegar ao 0-1 (Cuadrado não desperdiçou uma grande penalidade). Os sul-americanos geriram as forças e jogaram na expectatica, factor aproveitado pelos japoneses para chegaram perto da baliza de Ospina. Depois de várias tentativas, Okazaki empatou mesmo, aos 45´+2, aproveitando uma assistência de Honda (excelente cabeceamento). Ao intervalo, Pekerman fez entrar James para o lugar do apagado Quintero e o ex-FC Porto mostrou toda a sua classe. Apesar do Japão voltar a ter mais iniciativa e mais remates, foram mesmo os colombianos a chegar ao golo, e logo por 3 ocasiões. A parelha James-Jackson voltou a funcionar, com o esquerdino a assistir o portista por duas ocasiões (no 3º golo, Jackson fez um belo trabalho individual) e facturar com grande classe (driblou um defesa e picou sobre o guarda-redes asiático). Jackson Martínez tornou-se no 1º colombiano a bisar numa partida de um Mundial, enquanto Mondragón entrou aos 85 minutos (ainda fez uma boa intervenção), para se tornar o jogador mais velho a actuar num Mundial, batendo o recorde de Roger Milla. Nos oitavos-de-final vamos ter um duelo sul-americano, entre Colômbia e Uruguai. Nota final para o Japão, que não conseguiu fazer o brilharete de 2010. Apesar dos bons recursos técnicos (os jogadores trocam bem a bola e conseguem progredir no terreno com qualidade), falta maior qualidade na hora de rematar, enquanto o sector defensivo comete bastantes erros para este nível.

Grupo A: Brasil primeiro, México também apurado

por A-24, em 24.06.14
Visão de Mercado

O Brasil confirmou o 1º lugar do grupo A (vai defrontar o Chile nos oitavos-de-final), depois de derrotar a frágil selecção dos Camarões por 4-1. Apesar de Matip ainda ter colocado os africanos no jogo, a vitória dos brasileiros nunca esteve em causa, ainda que a "torcida" canarinha tenha sofrido na parte final (o México chegou a estar perto de roubar o 1º lugar, mas o golo de Fernandinho tranquilizou). Neymar voltou a brilhar, com dois golos (já é o 6º melhor marcador da selecção brasileira, com 35 golos, apesar de ter apenas 10 golos em jogos oficiais), enquanto Scolari, finalmente, deu minutos a Fernandinho. O jogador do Manchester City trouxe outro futebol ao meio campo brasileiro, mais agressividade, intensidade e... golo. Por falar em golo, Fred estreou-se a marcar no Brasil 2014, num pré-aquecimento para os oitavos-de-final (em fora-de-jogo e de baliza aberta). Pelo contrário,Paulinho (teve mais uma actuação abaixo da média) e Hulk (anulado pelos defesas contrários) tiveram nota negativa. O sector mais recuado da "Canarinha" também passou por algumas dificuldades na 1ª parte, enquanto do lado contrario, o último lugar e os zero pontos assentam que nem uma luva. A defesa africana comete erros de posicionamento e abordagem comparados a iniciados na modalidade, pelo que os 9 golos sofridos não constituem uma surpresa (seriam 11, caso não fossem anulados 2 golos aos mexicanos).

Croácia 1-3 México (Perisic 87´; R. Márquez 71´, A. Guardado 75´e J. Hernández 82´) - Grande vitória do México (3-1) no duelo decisivo com a Croácia (os Aztecas vão agora defrontar a Holanda nos oitavos-de-final). Os golos só surgiram na segunda parte (Márquez de cabeça, Guardado a finalizar um cruzamento de Peralta e Chicharito a desviar à boca da baliza na sequência de um canto), mas os mexicanos, apesar de só precisarem de um empate, foram sempre mais fortes (a Croácia, num grande lance entre Rakitic e Perisic reduziu já perto do fim). Intensos, com um futebol envolvente e a juntar à qualidade técnica a capacidade física, voltaram a dar espectáculo. Herrera encheu novamente o campo, mostrando a sua grande qualidade de passe e facilidade de remate (atirou à barra). Vázquez também fez mais uma bela exibição, equilibrando o meio campo e dando liberdade aos laterais - Layun e Aguilar deram enorme profundidade.
A defender, a equipa manteve a consistência. E o trio de centrais esteve novamente muito eficaz, comMárquez em evidência a defender e a atacar (o veterano de 35 anos fez história ao marcar em 3 Mundiais). Do lado da Croácia, a exibição foi uma desilusão. Esperávamos muito mais do conjunto croata. O meio campo não se impôs frente ao meio campo mexicano (Pranjic ex-Sporting jogou a 2º médio) e as fragilidades nas bolas paradas defensivas acabaram por ditar a eliminação. Em suma, um apuramento justo (o jogo contra a Holanda promete, já que este México está com muita confiança) de mais um conjunto da Concacaf (7 pontos que até podiam ter sido 9 e com mais alguns golos, não fossem os erros no jogo com os Camarões), que curiosamente até chegou a este Mundial com alguma sorte. Quanto à Croácia, à semelhança de outras selecções europeias, acabou por desiludir. É certo que o jogo frente ao Brasil teve um desfecho injusto e acabou por pesar, mas um elenco com Rakitic, Modric e Manduzkic hoje tinha a obrigação de fazer muito mais (os médios estiveram sempre muito longe da baliza e o avançado foi presa fácil para a defesa mexicana).