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A-24

A coerência de Mário Soares

por A-24, em 08.12.14
Rui Ramos

Custa talvez a reconhecer que o Mário Soares da Fonte Luminosa em 1975 é o mesmo da prisão de Évora em 2014. Mas é. Ele não mudou. E vai entrar na história com tudo isso.

Para muita gente, Mário Soares é uma dificuldade. Como é possível que o político que confrontou Vasco Gonçalves na Fonte Luminosa em Julho de 1975 seja o mesmo que defendeu José Sócrates diante da prisão de Évora em Novembro de 2014? A propósito, menciona-se a idade ou contradicções. Ora, Soares envelheceu certamente, mas não mudou. Há, na sua vida, uma coerência que convém reconhecer. Não é uma coerência doutrinária, como a que celebrizou Álvaro Cunhal, mas uma coerência prática, que explica, entre outras coisas, porque é que, tendo sujeito o país à austeridade em 1983, ao lado do PSD, a contestou em 2013, ao lado do PCP.  

O “enfant terrible” da democracia


O que nos impede de perceber Mário Soares é a vontade de o elevar acima de controvérsias e divisões. Há muito tempo que Soares parece pronto para ficar na história. É o último político em actividade que conheceu os barões assinalados da I República, como António Sérgio ou Jaime Cortesão. Está em fotografias com Norton de Matos em 1949 ou com Humberto Delgado em 1958. A ditadura salazarista prendeu-o, deportou-o e exilou-o. Depois de 1974, venceu e perdeu eleições, foi primeiro-ministro, foi presidente da república. Mas Soares, por mais avançado nos anos, nunca se dispôs a ficar-se pelo papel do velho estadista consensual. Com efeito, mais do que o clássico “pai fundador” do actual regime, ele foi acima de tudo o seu “enfant terrible”: o “sapo” que muitos tiveram de engolir, a pedra no caminho de quase todos. Soares enfrentou e contestou toda a gente: em 1975, Álvaro Cunhal; em 1980, o general Eanes, mas também Francisco Sá Carneiro; em 1994, Cavaco Silva e António Guterres; este ano, Passos Coelho e António José Seguro.

Não houve ninguém em Portugal, da direita à esquerda, que não tivesse tido Soares como adversário num momento ou noutro. Todas as correntes de opinião o acusaram, incluindo o partido que fundou: a direita nacionalista selecionou-o como principal responsável civil da descolonização de 1974; o PCP culpou-o pelo fracasso do PREC em 1975 (Álvaro Cunhal nunca lhe perdoou); muitos dos seus correligionários socialistas lamentaram a sua negligência ideológica e o seu favorecimento da direita, em 1978 (governo com o CDS), em 1983 (governo com o PSD) ou em 1987 (quando proporcionou a primeira maioria absoluta de Cavaco Silva); e a direita passou a encará-lo como um dos seus adversários mais radicais na fase final do governo de Cavaco Silva (1994-1995) e agora durante o último programa de ajustamento (2011-2014). Estes rancores têm uma razão: toda a gente, em certo momento, pensou que podia contar com Mário Soares, apenas para ficar desiludida com ele.

Oposicionista sem quixotismo

Mário Soares contestou todas as grandes propostas e situações de poder do seu tempo. Foi esse o papel histórico deste filho-família, literato e advogado da Baixa de Lisboa. Antes de 1974, combateu a ditadura salazarista, mas também a hegemonia que o PCP procurou exercer sobre a oposição. Depois de 1974, resistiu à aliança do PCP com o militarismo progressista, combateu o “eanismo”, e contrariou o reformismo liberal que a direita tentou protagonizar. Em geral, embora sem sempre, conseguiu polarizar conjugações de forças variadas para contrariar o que pareciam ser movimentos irresistíveis.

Soares parece ter concebido a oposição como um ponto de partida vantajoso. Em 1969, foi sondado por marcelistas liberais para se aproximar da ditadura, provavelmente em troca de um tratamento privilegiado. Recusou, para não deixar ao PCP o monopólio da resistência. Em 1974, aconselhou ao general Spínola que encaixasse o PCP no I Governo Provisório, mais uma vez para não deixar os comunistas aproveitar a oposição. Em 1978, quando o general Eanes forçou a sua demissão de primeiro-ministro, declarou que se sentia “livre como um pássaro”. Todos julgaram que ironizava. Era provavelmente mesmo assim. Fundamentalmente, Soares percebeu que numa sociedade plural e complexa, todo o poder suscita dúvidas e resistências, criando oportunidades de acção política.


Através dos seus protestos e impugnações, Soares marcou o desenvolvimento do actual regime: primeiro, impediu o estabelecimento de uma ditadura militar influenciada pelos comunistas, e ajudou à fundação de uma democracia pluralista, com uma economia de mercado, enquadrada pela NATO e pela União Europeia; desde então, identificou-se com todos os que contestavam a adaptação do Estado e da sociedade portuguesa à globalização e à integração monetária europeia.

Inicialmente, Soares acreditou que o seu Partido Socialista, fundado em 1973, seria um pequeno partido, fiel da balança entre uma grande Democracia Cristã e um grande Partido Comunista, como na Itália. Nada se passou assim. Em vez disso, o PS tornou-se em 1975, não só o maior partido, mas o único partido verdadeiramente nacional, com votos no sul e no norte. Em 1976, quando formou governo, discutiu-se a sua vocação “mexicana”. De facto, Soares acabou por passar os primeiros vinte anos do regime sobretudo na oposição, mesmo quando foi primeiro ministro ou presidente da república: no governo, entre 1976 e 1978 e entre 1983 e 1985, confrontou o presidente, o general Eanes; na presidência, entre 1986 e 1996, chocou com o governo chefiado por Cavaco Silva.

Soares tem assim pouco a ver com as figuras tutelares de outros regimes portugueses, como Fontes Pereira de Melo durante a Monarquia Constitucional ou Salazar sob o Estado Novo. Soares foi acima de tudo um político de oposição. Por isso, para além dos filiados no seu partido, reuniu à sua volta sobretudo personalidades em transição, desgarrados das suas famílias partidárias de origem: antigos marcelistas, ex-CDS, ex-comunistas, ex-PSD.

A tendência de Soares não foi tanto a de constituir um poder dominante, mas para reagir aos poderes tendencialmente dominantes em cada momento. Foi assim que se afirmou, que adquiriu poder e influência. Porque nunca o fez quixotescamente, para perder. No Verão de 1975, teve uma epifania numa praia do Oeste, cheia de famílias e de automóveis: num país com uma classe média veraneante, o comunismo não era possível. Kissinger julgou-o destinado a ser um Kerensky. Ele sempre soube que era possível ganhar. Em 2011, perante uma população envelhecida e uma Europa dividida, ter-se-á convencido de que a rejeição da Troika seria outra causa auspiciosa. E não hesitou em misturar-se com os seus antigos inimigos na Aula Magna, nem em permitir-se os maiores excessos verbais.

Se nunca foi um Dom Quixote, também nunca foi simplesmente um irrascível, dominado pelo simples gosto de contrariar. Em 1970, no exílio, evitou isolar-se e estendeu a mão a toda a gente, incluindo o PCP, que o atacara ferozmente no ano anterior. Nunca perdeu o instinto de sobrevivência política. Em 1974, conseguiu definir uma plataforma política abrangente: fim da guerra em África através da negociação com as guerrilhas, pluralismo partidário (“valor essencial”), e “abertura à Europa”. “Socialismo”, sim, mas com “rosto humano” e realista. Foi-lhe assim possível, em 1975, conspirar ao mesmo tempo com a igreja católica, a diplomacia americana e os moderados do MFA.

Republicano, laico, socialista e… político

Alguém perguntará: e o que é que ele era de facto? Mário Soares fez questão de se definir: “homem de esquerda”, ou mais detalhadamente, “republicano, laico e socialista”. Era, com efeito, de esquerda, sem os alçapões biográficos de François Mitterrand. Vinha de uma família republicana, com uma passagem pelo partido comunista no imediato pós-guerra. Mas aprendeu, na oposição ao salazarismo depois de abandonar o PCP, que não devia excluir ninguém em princípio. O seu republicanismo, numa época em que a forma republicana já não dividia, e o seu laicismo, extirpado de rigores anti-clericais, nunca o limitaram nos seus contactos, como haviam limitado os velhos republicanos de 1910. Tratou com católicos e monárquicos sem problemas de consciência. Também não estava condicionado, como os sociais democratas do norte da Europa, por uma máquina sindical pesada (em 1974, aliás, o PS quase não existia para além de um grupo de amigos). Pôde fazer política com todo o virtuosismo e desassombro, capaz de charme mas também de brutalidade, implacável num momento e magnânimo no outro.

Acima de tudo, Mário Soares é um político. “Desde criança que fui atingido pela política”, escreveu este ano de 2014 no prefácio ao seu livro mais recente, “Cartas e Intervenções Políticas no Exílio”. Em 1950, no seu primeiro livro, “As Ideias Políticas e Sociais de Teófilo Braga”, examinou a questão do “primado da luta política sobre todas as outras actividades”. A política que o “atingiu” não foi uma qualquer política, mas a política de uma sociedade democrática e aberta. Na primeira “Carta de Paris” publicada no  jornal “República” em 1971, explicou aos seus leitores portugueses que os debates, conflitos, antagonismos e “complicadas coligações dos partidos” da França eram uma fonte de dinamismo e até de força. Pouca gente, num país com uma cultura anti-política, partilhada igualmente pelos tecnocratas da ditadura e pelos revolucionários da oposição, era capaz de conceber a política dessa maneira. Ele foi.

Moldávia é o próximo campo de baalha entre a Rússia e a UE

por A-24, em 08.12.14
Via The Moscow Times


Foi por um triz. Depois de uma campanha eleitoral amargo que opôs partidos pró-europeus contra um pró-russo Partido Socialista bem financiada, moldavos optou por um percurso europeu nas eleições parlamentares em 30 de novembro Os resultados mostraram um país dividido entre se aproximando para a Europa ou para Rússia.
Os liberais democratas, o Partido Democrata e do Partido Liberal, juntos, conquistaram 45,5 por cento, ou 54 lugares, do parlamento. Partindo do princípio que eles podem acabar com a reputação de brigas e corrupção que muitas vezes era a marca registrada no governo ao longo dos últimos cinco anos, eles vão formar próxima coligação na Moldávia.
Não vai ser um passeio fácil para eles. O partido radical-esquerda dos Socialistas, liderado por Igor Dodon e firmemente apoiada pelo presidente Vladimir Putin, ganhou com 21 por cento dos votos, tornando-se o maior partido político do país.

O embaixador da Rússia na Moldávia, Farit Mukhametshin, não escondeu a sua satisfação acerca da ascensão meteórica do partido. Ele visitou a sede dos socialistas em 2 de dezembro e esbanjou felicitações e elogios sobre a sua liderança. Junto com os comunistas, que ganhou 18 por cento dos votos, os partidos de esquerda e anti-europeus terão agora 44 assentos num parlamento de 101 membros.
Não é de admirar, então, que o resultado da eleição vai testar o compromisso da União Europeia a este pequeno e pobre país.
Como a Ucrânia, a Moldávia se tornou uma competição geo-estratégica entre Bruxelas e Moscovo. E, como a Ucrânia, a Rússia tem se determinado a não deixar o país escapar de sua influência. Como foi mostrado durante a campanha eleitoral, a Rússia vai tentar usar a sua versão do soft power para continuar a se intrometer na Moldávia.
Na verdade, o que o resultado das eleições na Moldávia mostrou foi as diferenças entre as ferramentas de soft power utilizados pela UE e os utilizados pela Rússia.
A UE orgulha-se de seu poder de persuasão, que consiste, entre outras coisas, de ajudar a construir o Estado de direito, a concessão de assistência financeira e ajuda ao desenvolvimento, e estendendo-se tarifas de comércio preferencial. No caso da Moldávia, é a própria atratividade da UE, que se manteve um ímã para a maioria dos 3,5 milhões de habitantes do país.
Não é apenas sobre os instrumentos de soft power do comércio. É o simples fato de trazer Moldova mais perto da Europa - por exemplo, permitindo a isenção de visto, que foi recentemente concedido a moldavos.
Este tipo de soft power não deve ser subestimado. Quando os cidadãos da vizinha Roménia - um membro da UE - foi dado o direito de trabalhar em qualquer lugar nos países da UE, o impacto sobre os jovens, em particular, foi surpreendente.

Foram eles que durante a eleição presidencial do mês passado na Roménia estiveram horas nafora de suas embaixadas em Londres, Paris, Berlim e Madrid para votar. Foram eles, juntamente com a geração mais jovem de volta para casa, que decidiu que queria um novo rumo para o seu país. Eles votaram a favor da etnia alemã-romeno, Klaus Iohannis.
Este prefeito não-carismático de Sibiu, Transilvânia, fez da luta contra a corrupção e a necessidade de transparência a sua batalha eleitoral chora. Depois de quase 25 anos de desgoverno, corrupção desenfreada e as elites políticas cínicas que levou o eleitorado como um dado adquirido, a vitória Iohannis "poderia agora regenerar política romena.
Em suma, a mudança na Roménia não poderia ter acontecido sem a exposição de uma geração mais jovem a trabalhar e estudar nos países da UE. Este é provavelmente um dos aspectos mais importantes da UE de soft power. Moldavos estão experimentando agora a oportunidade de comparar as estruturas políticas e sociais de poder.
Próprio soft power da Rússia, que utilizou durante a campanha eleitoral de Moldova, é completamente diferente. Além do fato de que a Rússia apoiou o Partido bem oleada de máquina socialistas, ea Rússia tem enormes meios à sua disposição para influenciar os meios de comunicação, tanto em países não membros da UE e da UE, o poder brando da Rússia na Moldávia, também foi baseada em ameaças e intromissão.
A Moldávia já tenha sido sujeita a um extraordinário grau de chantagem e ameaças por parte da Rússia. Pouco antes  de a Moldávia assinar um acordo de associação da UE em Vilnius mais de um ano atrás, a Rússia lançou uma violenta campanha contra a UE na Moldávia. Ele também ameaçou impor vários tipos de embargos comerciais em um país que tem sido fortemente dependente da Rússia para a sua energia, do comércio e do mercado de trabalho dos trabalhadores migrantes.
A pressão aumentou após a assinatura e posterior ratificação do acordo entre a UE, a Rússia, desde então, proibiu a importação de vinhos, carne e legumes. A Rússia também ameaçou cortar o abastecimento de energia e impedir os trabalhadores migrantes da Moldávia de entrar na Rússia.
Intromissão da Rússia na Moldávia aumentou de outra maneira também. Não é apenas na região da autoproclamada república de Transdnestr onde durante vários anos líderes apoiados pelos russos têm vindo a tentar romper com a Moldávia.
A Rússia está se intrometendo na região de Gagauzia, sudeste do Moldova, que é o lar de 200 mil habitantes de língua turca. A comunidade tem se tornado cada vez mais pró-russoa como o Kremlin apoia abertamente os seus pedidos de mais autonomia, se não a independência da Moldávia.
O governo em Chisinau poderia ter um grande movimento separatista em suas mãos, apoiado pela Rússia. Em um referendo realizado entre a minoria Gagauz em fevereiro passado, 98 por cento votaram contra a aproximação da Moldávia com a UE e 92 por cento apoiaram a Moldávia se juntar à União Aduaneira liderada pela Rússia.
Carregado com as distrações de um conflito congelado em Transdnestr, o apoio da Rússia para a Gagauz e embargos econômicos de Moscovo, o governo de entrada da Moldávia será duramente pressionado para combater a corrupção e introduzir reformas de longo atraso. Não fazê-lo poderia reivindicar versão russa do soft power.

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A Podridão do Regime

por A-24, em 08.12.14
Via História Maximus


"Não vale nada um povo que não sabe defender a honra da sua Pátria." - Friedrich von Schiller (1759-1805)


A gravíssima crise de regime a que temos assistido nos últimos tempos em Portugal já era de esperar há muito para quem é conhecedor daquilo que já aconteceu durante a Primeira República Portuguesa.
A fórmula política que foi imposta aos portugueses em consequência do 25 de Abril de 1974 não passa de uma cópia actualizada da já malograda Primeira República e por isso mesmo um desastre à espera de acontecer. O rotativismo partidário, a corrupção em larga escala e a todos os níveis da máquina do Estado, a incompetência, a cobardia, a traição, a mentira compulsiva e todos os restantes elementos nefastos que acabaram por culminar no colapso da Primeira República estão hoje presentes na actual versão da República que só ainda não colapsou ou foi derrubada pela força por não existirem condições internacionais (ainda...) que permitam tal aventura. 
Nunca escondi o facto de ser totalmente avesso ao actual regime e por isso espero e anseio ardentemente para que os ventos políticos na Europa mudem o mais rapidamente possível de forma a permitir as condições necessárias no plano internacional para a derrota e destruição definitiva do regime de traição e corrupção ilimitada que hoje governa Portugal.
Se os portugueses ainda não perceberam, então é hora de perceberem que a raiz do mal no regime republicano e já anteriormente no regime da monarquia liberal (a verdadeira origem de quase todos os males...) foi desde sempre os partidos políticos. Um partido, tal como o nome o indica, representa uma parte da Nação e não o todo. Mais grave ainda do que isto é o facto de os partidos existirem apenas para se combaterem perpétuamente uns aos outros numa luta fratricida e extremamente dispendiosa para os bolsos do contribuinte. O resultado desta situação é que raramente os partidos conseguem chegar a acordo seja no que for e mais raramente ainda defendem o interesse nacional, pois acima de tudo está a defesa dos interesses do partido e dos seus respectivos militantes.
Por outro lado, os partidos políticos funcionam como empresas e tal como qualquer empresa o seu objectivo é ter lucro. A forma de obter este lucro é mediante a corrupção, nomeadamente favorecendo determinadas empresas, sociedades de advogados e bancos que em troca de determinados favores financiam campanhas eleitorais e garantem prémios chorudos aos políticos que as beneficiam. 
O jogo "democrático" ou jogo dos partidos apesar de ser teoricamente atraente e até mesmo sedutor, na prática é extremamente prejudicial aos interesses colectivos da Nação e à sociedade civil como um todo, pois enfraquece a mesma e torna-a permeável a inúmeros vícios. O alto capital apátrida e internacionalista entretanto agradece e esfrega as mãos de felicidade com esta situação, pois quanto mais decadente ficar a sociedade civil e quanto mais fracas ficaram as instituições nacionais, mais fácil é para o mesmo dominar uma Nação e escravizar os seus habitantes.
Como é que os portugueses passaram de um povo guerreiro que em tempos se destacou pela tenacidade com que empreenderam a Reconquista e posteriormente a fantástica epopeia dos Descobrimentos, para um povo que arrisco chamar de letárgico, é coisa que não consigo compreender e sinceramente duvido que alguém seja capaz de tal.
Orlando Braga escreveu há poucos dias atrás que "a irracionalidade da nossa sociedade só poderá ser superada com muita violência"[1], hoje, mais do que nunca sou obrigado a concordar com este pensamento não por ser um psicopata, pois decerto que não o sou, mas porque já percebi que na História normalmente o que nasce afogado em sangue, morre afogado em sangue. O actual regime que governa Portugal foi erguido sobre a pilha de mais de um milhão de cadáveres que resultaram da "descolonização exemplar", quando cair e há-de cair, é provável que deixe atrás de si outro banho de sangue.
Resta-nos então esperar que soprem ventos de mudança do resto da Europa e que o actual regime continue a apodrecer a rápida velocidade de forma a que quando chegar a hora de "atravessar o Rubicão" o mesmo possa ser facilmente removido, com o mínimo de danos colaterais possíveis e que os seus agentes, servos de Mamon e vassalos de Lúcifer, sejam devidamente julgados e condenados à única pena adequada a patifes da sua laia. 
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Notas:
[1] BRAGA, Orlando - A irracionalidade da nossa sociedade só poderá ser superada com muita violência. Algol Mínima, 21 de Novembro de 2014. Link: http://www.algolminima.blogspot.pt/2014/11/a-irracionalidade-da-nossa-sociedade-so.html

Brigada feminina do ISIS aterroriza sírios

por A-24, em 07.12.14
Via Breitbart


O Estado Islâmico (EI) instituiu uma força policial do sexo feminino, cuja missão é garantir uma sociedade shariah-compliant e gerenciar bordéis abastecido com mulheres iázidis que foram forçadas à escravidão sexual.
O grupo diz-se ser chamada Brigada Al-Khansa. A unidade só de mulheres esconde declaradamente armas de aplicação, tais como armas de fogo e facas sob seus revestimentos de corpo inteiro islâmicos. Eles são baseados fora de Raqqa, que tem sido descrita como a capital do ISIS, na Síria.
As mulheres muçulmanas britânicas que viajaram para a região orgulhosamente ostentavam nas redes sociais um comportamento primitivo exibido pelas patrulhas do sexo feminino ISIS em Raqqa, detalhando como elas realizam espancamentos sem motivo e asseguram que as meninas iáziges mantenham um comportamento adequado, enquanto escravizadas, relata o Daily Mail.

A patrulha da polícia já teria batido muitas vezes a mulheres que não vestem correctamente o véu islâmico, e outros que estavam usando sapatos que não eram apenas negros.
Al-Khansa empresta seu homônimo de um poeta que viveu no mesmo tempo que o profeta Mohamed, de acordo com a escritura islâmica. Al-Khansa traduzido do Inglês como "mãe de muitos mártires."
Separadamente, os militantes ISIS continuaram se aproximando de uma base aérea síria no leste do país. Na quinta-feira, os relatórios afirmaram que dezenas de soldados sírios e jihadistas do ISIS foram mortos em combate. A base aérea tem sido usada como uma plataforma para ataques contra cidades ISIS-ocupados e aldeias em toda a região. Caso a queda base aérea nas mãos de ISIS, os jihadistas guerreiros santos espera enfrentar muito menos resistência em suas operações regionais futuras.

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O Fascismo e a Memória Curta da Esquerda

por A-24, em 07.12.14
Via História Maximus

"O Comunismo distingue-se fundamentalmente do Fascismo porque foi o primeiro." - Virgílio Ferreira (1916 - 1996) in "Pensar", Bertrand Editora, 1992.

A esquerda usa e abusa da palavra "Fascismo". Desde há décadas, quando se trata de atacar qualquer inimigo, a esquerda não hesita em rapidamente o apelidar de "fascista" e a propaganda marxista tem-se laboriosamente encarregue desde a Segunda Guerra Mundial de erguer um "muro de betão" que tenta a todo o custo esconder a velha amizade e camaradagem que em tempos a esquerda partilhou com o "papão" fascista. A esquerda padece e sempre padeceu de memória curta e infelizmente são poucos os que tanto dentro, como fora do campo político da esquerda contradizem esta tendência. Deixo aqui um breve contributo que espero que possa auxiliar alguns "camaradas" a combater a gravíssima amnésia de que padecem há demasiado tempo.

Aquando da fundação dos Fasci italiani di combattimento em 1919, uma parte significativa dos seus membros e teóricos políticos eram, à semelhança do próprio Mussolini, ex-marxistas e/ou ex-membros de organizações da esquerda radical e revolucionária. Já em 1917 e no papel de líder dos Fasci d'Azione Rivoluzionaria, Benito Mussolini apoiou abertamente a Revolução Bolchevique, tendo-se mais tarde desiludido em relação à mesma por esta não ser na sua visão suficientemente radical, vejam bem! Sendo também um admirador de Lenine, Mussolini ficou igualmente desiludido com este por considerar que o mesmo estava a ficar demasiado parecido com o Czar Nicolau II.[1]

Desde a sua génese e até tomar o poder, o Fascismo foi em muitos aspectos ainda mais de esquerda do que a própria esquerda. O apelo à acção popular revolucionária, a estrutura para-militar, a retórica anti-capitalista e anti-burguesa, o anti-clericalismo, o ódio às elites e às monarquias, todos os elementos da esquerda mais radical e violenta estavam presentes no Fascismo. Talvez a única coisa que o Fascismo partilhava com a direita fosse o fervor nacionalista, de resto nada mais o distinguia da esquerda. 
No campo social, o Manifesto Fascista (Il manifesto dei fasci italiani di combattimento) publicado em 1919 por Alceste De Ambris e o futurista Filippo Tommaso Marinetti[2] propunha avanços radicais para a época como o sufrágio universal para homens e mulheres, a criação de uma jornada de trabalho de oito horas para todos os trabalhadores, um salário mínimo, a participação dos trabalhadores na gestão das empresas, a redução da idade da reforma dos 65 para os 55 anos, um forte imposto progressivo sobre todo o capital, a confiscação de toda a propriedade pertencente a instituições religiosas e a revisão de todos os contratos militares, podendo o governo confiscar até 85% dos seus lucros.

Em 1924, a Itália já sob a liderança do Duce Mussolini, tornou-se o primeiro País da Europa Ocidental a reconhecer a União Soviética.[3] Se dúvidas houvesse sobre a latente irmandade entre marxistas e fascistas, estas dissiparam-se todas aqui. A este reconhecimento diplomático por parte da Itália Fascista, seguiram-se toda uma série de relações amistosas com os soviéticos que iam desde o campo económico ao campo cultural.
Na sua essência, o objectivo final tanto do Fascismo como do Marxismo era o esmagamento revolucionário da velha ordem social conservadora e burguesa e a sua substituição por uma nova ordem social baseada no culto da força, da vitalidade e da ordem em prol dos trabalhadores. A única diferença de relevo era que enquanto o Fascismo advogava o Nacionalismo, já o Marxismo seguia a linha do Internacionalismo, mas na praxis ambas as ideologias partilham muito mais semelhanças do que diferenças.
Em Portugal, o professor Salazar tornou-se um grande admirador de Mussolini e do Fascismo Italiano e chegou a ter na sua secretária uma fotografia de Mussolini autografada pelo próprio. No entanto, o modelo político seguido por Salazar, apesar de partilhar algumas semelhanças com o Fascismo Italiano, não foi na realidade um verdadeiro Fascismo devido à sua profunda interligação com a Igreja Católica que no fundo foi o que impediu que o regime caísse nos excessos de violência que caracterizaram outros regimes fascistas. Se quiserem, podem utilizar o termo "Fascismo Clerical" para caracterizar o regime de Salazar, mas mesmo assim ficam muito aquém de uma definição completa e que verdadeiramente faça justiça àquilo que realmente foi o Salazarismo.


António de Oliveira Salazar com a fotografia autografada de Mussolini sobre a sua secretária.

O ódio de Mussolini ao Liberalismo económico fica patente no facto de em 1935 já estar nacionalizada ou sob forte controle estatal cerca de 75% de toda a indústria italiana. O Duce sempre teve um "grande interesse pela URSS, talvez mais genuíno que o que sentia pela Alemanha nacional-socialista. Mussolini manteve boas relações diplomáticas com a URSS - na noite que precedeu o ataque alemão à URSS, houve grande jantar-festa na embaixada soviética em Roma, com a presença dos mais altos hierarcas do regime, pelo que as más línguas sugerem que Hitler não informou Mussolini do iminente ataque à Rússia de Estaline com medo que os amigos fascistas italianos informassem o Kremlin - e ao longo dos dois anos que se seguiram Mussolini defendeu sempre a ideia de uma paz separada entre o Eixo e a URSS. O anti-fascismo foi, pois, uma estória do pós-guerra !"
Curiosamente, foi nos anos finais da sua vida que Mussolini adoptou as políticas mais esquerdistas. Em 1943 e já como líder da então designada República Social Italiana, Mussolini insistiu que ao contrário do que muitos pensavam, ele nunca abandonou as políticas de esquerda e quis até nacionalizar a propriedade privada em 1939-1940, mas não o fez por razões tácticas que tinham a ver com a economia de guerra e a necessidade de não perturbar o sistema económico antes de vencer a guerra então em curso.[4]   
Com a guerra a correr mal para as forças do eixo, Mussolini começa cada vez mais a radicalizar as suas políticas económicas. Ordena a nacionalização de todas as empresas com mais de 100 trabalhadores e pede auxílio ao ex-comunista e antigo estudante de Lenine, Nicola Bombacci, para que o ajude a recuperar a imagem do Fascismo, conferindo-lhe uma imagem de movimento progressista e amigo dos trabalhadores. Oficialmente, a política económica da República Social Italiana foi designada de "Socialização" e foi o próprio Nicola Bombacci que teorizou a política económica. Ironicamente, mais tarde Mussolini acabaria por ser fuzilado com Bombacci e os seus corpos expostos lado a lado na Piazzale Loreto.


Da esquerda para a direita: os corpos de Nicola Bombacci, Benito Mussolini, Clara Petacci, Alessandro Pavolini e Achille Starace.

A rivalidade histórica e o ódio existente entre marxistas e fascistas é muito menos um conflito entre a esquerda e a direita e mais um conflito entre irmãos de esquerda que salvo algumas excepções, nunca se entenderam entre si, nem se vão entender. O corpus ideológico do Fascismo é hoje totalmente independente da esquerda marxista e este adquiriu uma identidade própria como ideologia política. Apesar de enfraquecido, está longe da derrota e a actual crise do modelo económico-financeiro em prática no Ocidente está a criar uma "oportunidade de ouro" para que movimentos, grupos e partidos de inspiração fascista possam ressurgir em força e com a imagem restaurada.

Claro que nada do que acima se escreveu irá alguma vez ser publicado no jornal Avante! ou ser reconhecido pelas lideranças dos partidos de esquerda, sob pena destas contradizerem mais de 70 anos de mentiras produzidas pela sua própria propaganda. No fundo, a "gloriosa luta" anti-fascista não passa de uma meia-verdade, sim, é verdade que os movimentos de esquerda combateram o Fascismo, mas apenas após o ataque Nacional-Socialista contra a União Soviética é que o fizeram com seriedade, pois até lá ambas as ideologias colaboraram extensivamente e partilharam entre si um compadrio muitíssimo comprometedor.

Resta dizer que no campo do sucesso político, o Fascismo sempre bateu e vai continuar a bater a esquerda marxista em toda a linha, pelo simples motivo de que este alia dois dos mais poderosos elementos que sempre motivaram o ser humano: a luta pela Nação ou tribo se assim lhe quiserem chamar e a luta por uma utopia social que acabe com a exploração do mais fraco pelo mais forte, ou a "exploração do homem pelo homem" se desejarem utilizar um termo genuinamente marxista. Estes dois elementos explosivos são o núcleo do Fascismo como ideologia e são o que lhe conferiram a força imbatível que teve nas décadas de 1930-1940 e que provavelmente voltará a ter futuramente numa forma metamorfoseada se a actual crise do modelo económico-financeiro na Europa não se resolver a breve trecho.

[1] NEVILLE, Peter - Mussolini. Oxon, England, UK; New York, New York, USA, Routledge, 2004, p. 36.
[2] ELAZAR, Dahlia S. - The making of fascism: class, state, and counter-revolution, Italy 1919–1922. Westport, Connecticut, US, Praeger Publishers, 2001, p. 73.
[3] PAYNE, Stanley G. - A History of Fascism: 1914-1945. The University of Wisconsin Press, United States of America, 1995, p. 223.
[4] SMITH, Denis Mack - Mussolini: A Biography. New York, Vintage Books, 1983, p. 311.
[5] SMITH, Denis Mack - Mussolini: A Biography. New York, Vintage Books, 1983, p. 312. 

Estudo: Pior seca na Califórnia dos últimos 1200 anos

por A-24, em 06.12.14
Via Breitbart

As chuvas em todo o estado desta semana tiveram pouco impacto no alívio de seca extrema , na Califórnia. Na verdade, de acordo com um novo estudo científico, esta seca é a pior que a Califórnia tem experimentado nos últimos 1200 anos . Pesquisadores que estudam os anéis das árvores concluiu que " o evento atual é a seca mais severa dos últimos 1.200 anos, com único ano (2014) e os déficits de humidade acumulados, pior do que qualquer período contínuo anterior de anos secos. 
"O estudo publicado como uma pesquisa na revista da American Geophysical Union, foi escrito por Daniel Griffin, da Universidade de Minnesota e Kevin J Anchukaitis do Woods Hole Oceanographic Institution. Ao medir anéis de árvores a partir de cerca de 300 carvalhos azuis, e comparando essas medidas com dados de árvores mais velhas, como sequóias gigantes, os cientistas foram capazes de gerar estimativas de precipitação por séculos. Como o San Jose Mercury News informou: "Os investigadores recolheram amostras de núcleo, que não prejudicam as árvores vivas, de carvalhos com cerca de 500 anos e troncos de carvalho que datam mais de 700 anos (...)
 " Apesar de já terem ocorrido 37 vezes ao longo dos últimos 1.200 anos, quando havia três anos de períodos de seca na Califórnia, nenhum período teve tão pouca chuva e foi tão quente de temperaturas tão 2012-14", relatou o Mercury News. Enquanto isso, os californianos ainda esperam que as tempestades desta semana possam significar o início de uma recuperação .

A Herança de Sócrates

por A-24, em 06.12.14
via Viriatos da Economia

- Dívida Pública aumentou 90.000 milhões de euros entre 2005 e 2010.
- Nacionalizou o BPN, com o contribuinte a pagar, aumentando o seu buraco em 4.300 milhões em 2 anos, e fornecendo ainda mais 4.000 milhões em avales da CGD que irão provavelmente aumentar a conta final para perto de 8.000 milhões, depois de ter garantido que não nos ia custar um euro.
- Derrapagem de 695 milhões nas PPPs só em 2011.
- Aumentou custo do Campus da Justiça de 52 para 235 milhões.
- A CGD emprestou 300 milhões a um amigo do partido para comprar ações de um banco privado rival, que agora valem pouco mais que zero.
- Injectou 450 milhões no BPP para pagar salários dos administradores.
- Desbaratou 587 milhões do OE de 2011 em atrasos e erros de projeto nas SCUTs Norte.
- Desapareceram 200 milhões de euros entre a proposta e o contrato da Autoestrada do Douro Interior.
- Anulou e deixou prescrever 5.800 milhões em impostos.
- Perdeu 7.200 milhões de fundos europeus pela incapacidade do governo de programar o seu uso.
- Enterrou 360 milhões em empresas que prometeu extinguir.
- Contratou 60.000 milhões em PPPs até 2040.
- Usou Reformas para financiar a dívida de SCUTs e PPPs.
- Deu de mão beijada 14.000 milhões aos concessionários das SCUTs na última renegociação.
- Deixou agravar o passivo da Estradas de Portugal em 400 milhõesem 2009.
- Deu 270 milhões às Fundações em apenas dois anos.
- Pagou à EDP, em rendas excessivas, 3.900 milhões tirados à força da vossa fatura da eletricidade.
- Deixou os sindicatos afundar as EPs em 30.000 milhões de passivo para os camaradas sindicalizados com salários chorudos e mordomias, pagos pelo contribuinte.
- Aprovou um TGV que já nos custou 300 milhões só em papelada, e vai custar outro tanto em indemnizações
- Mais todos os milhões enterrados no Aeroporto fantasma de Beja, totalmente inoperacional, inaugurado à pressa antes das eleições para fechar logo de seguida.

Ryanair vai abrir nova base aérea nos Açores em Abril

por A-24, em 05.12.14
Público


A Ryanair anunciou nesta sexta-feira que vai abrir uma nova base aérea nos Açores, a quarta em Portugal, já em Abril. A companhia low cost vai instalar um avião no aeroporto de Ponta Delgada, prevendo transportar 350 mil passageiros por ano.
De acordo com um comunicado da transportadora aérea irlandesa, a abertura da base acompanhará o lançamento de três novas rotas entre Ponta Delgada e Londres (um voo semanal), Lisboa (dois voos diários) e Porto (um voo diário).
De acordo com cálculos da empresa, o investimento será de 100 milhões de euros, criando 350 postos de trabalho. Este último número baseia-se no rácio da Airports Council International, que estima que são criados 100 empregos por cada milhão de passageiros transportados.
A Ryanair adianta que “também está em negociações com o Governo dos Açores sobre possíveis voos para a Ilha Terceira e voos internacionais adicionais para as ilhas”. Nos últimos meses, a low cost, que já tem bases aéreas no Porto, Faro e Lisboa, tinha deixado transparecer a vontade de lançar voos de e para o arquipélago.
O comunicado inclui declarações do Governo Regional dos Açores, com o secretário para o Turismo e Transportes, Vítor Fraga, a afirmar que espera que a companhia “alcance um grande sucesso com o início das suas operações” para “desenvolver o turismo nas nossas ilhas”.
Já David O’Brien, director comercial da Ryanair, refere que a empresa “congratula-se pela decisão do Governo em abrir o mercado açoriano à competição, o que irá beneficiar os residentes, turistas e consumidores”.

Ainda na quinta-feira, a Easyjet anunciou que começará a voar para o arquipélago em Março, com a abertura da rota, com quatro ligações semanais, entre Lisboa e Ponta Delgada. Além desta transportadora aérea e da Ryanair, também a francesa Transavia e a Biter Canárias já manifestaram intenção de voar para os Açores.

E no dia anterior:


A EasyJet começa a voar para os Açores no final de Março de 2015, com quatro voos semanais entre Lisboa e Ponta Delgada, anunciou nesta quinta-feira o director comercial da companhia aérea em Portugal.
"Finalmente temos todas as garantias de que necessitávamos para podermos anunciar a abertura da rota Lisboa/Ponta Delgada, que vai ser facto real a partir de final de Março do próximo ano", afirmou José Lopes aos jornalistas em Ponta Delgada, após uma reunião com o secretário regional do Turismo e Transportes, Vitor Fraga, que não prestou declarações.
A operação decorre no âmbito do novo modelo de ligações aéreas para os Açores, que estará em vigor em 2015 e que garante que os residentes no arquipélago pagarão, no máximo, 134 euros pelas viagens ao continente e, se a companhia aérea lhes cobrar mais do que isso, serão posteriormente reembolsados da diferença pela administração central.
José Lopes adiantou que a EasyJet vai começar a operação com quatro voos semanais, utilizando um Airbus 320, com capacidade para 180 lugares, e remeteu para a próxima semana a divulgação dos preços do bilhete que a companhia pretende praticar.
"Temos um evento programado para a próxima terça-feira, em que o nosso director geral ibérico estará aqui junto com o secretário de Estado dos Transportes e o presidente do Governo Regional", disse José Lopes, acrescentando que na ocasião "serão anunciados detalhes, nomeadamente os preços que vamos pôr em venda".
Após vários anos de contactos com o Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) e os governos nacional e regional, o director comercial da EasyJet referiu que a companhia fazia questão de ser das primeiras a anunciar que ia começar a voar para os Açores, estando já a trabalhar para poder cumprir o objectivo de ter um voo diário para o arquipélago a partir do inverno de 2015.
Além da EasyJet, a Ryanair, a Transavia e a Biter Canárias manifestaram intenção de voar para os Açores.
A 31 de Outubro, o Instituto Nacional da Aviação Civil (INAC) informou todas as operadoras aéreas de que o Governo pretendia liberalizar, com efeitos operacionais no verão IATA 2015, o transporte aéreo entre a ilha Terceira e o território continental, bem como entre Ponta Delgada (Aeroporto João Paulo II) e o território continental, ou seja, as rotas Lisboa/Ponta Delgada/Lisboa, Lisboa/Terceira/Lisboa, Porto/Ponta Delgada/Porto e Porto/Terceira/Porto.
Na mesma comunicação, o regulador adiantava que o Governo da República e o Governo Regional dos Açores pretendem aplicar um mecanismo de auxílio social à mobilidade, a definir em diploma próprio, sendo tal auxílio passível de ser atribuído aos residentes na Região Autónoma dos Açores e aos estudantes, em benefício do superior interesse dos cidadãos insulares, mecanismo que assenta nos princípios de coesão social e territorial.
José Lopes explicou que será o resultado da rota Lisboa/Ponta Delgada a ditar a abertura ou não de novas rotas da EasyJet para os Açores, mas admitiu que a companhia aérea já está a estudar abrir a rota do Porto, Terceira e destinos europeus.
Só as ligações entre o continente e as ilhas de São Miguel e Terceira serão liberalizadas em 2015, ao abrigo do acordo assinado entre o Governo Regional e o do República.
O director comercial da EasyJet assegurou que a transportadora aérea de baixo custo "não tem qualquer contrapartida" por voar para os Açores, alegando que "é a concorrência que gera preços baixos" e que a companhia britânica defende mercados abertos.
A EasyJet está presente em Portugal desde 1999, tendo transportado quatro milhões de passageiros de e para Portugal este ano, o que representa mais 3% do que em 2013. 

Portugal sobe ligeiramente no ranking de transparência e corrupção

por A-24, em 05.12.14
Índice de Percepção de Corrupção de 2014 coloca país em 31.º. Análise não inclui casos recentes como vistos gold, Duarte Lima ou Sócrates.

Portugal subiu duas posições no Índice de Percepção de Corrupção e em 2014 está no 31.º lugar dos países mais transparentes entre os 175 analisados pela organização não governamental Transparency International.
Nos últimos dois anos, o país tinha-se mantido na 33.ª posição, mas agora teve uma oscilação ligeira e passou a apresentar 63 pontos no relatório mundial.
Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia lideram numa lista que tem o Afeganistão, a Coreia do Norte e a Somália como os países mais corruptos.
No ranking mundial, Portugal partilha o 31.º lugar e os 63 pontos (em 100, país totalmente transparente) com o Botswana, Chipre e Porto Rico, ficando seis posições acima de Espanha (37.º), que no índice da Transparency International recolhe um total de 60 pontos, mais um do que em 2013, ano em que se situava na 40.ª posição. Portugal é ainda mais transparente do que a Itália e a Grécia, ambas na 69.ª posição.
“A boa notícia é que desde 2000 tínhamos vindo a perder posições de forma quase desenfreada e nos últimos dois anos esta tendência de descida estancou, mas mesmo assim não estamos a subir”, considerou ao PÚBLICO João Paulo Batalha, director executivo da Transparência e Integridade – Associação Cívica (TIAC). João Paulo Batalha disse que o facto de a subida do país ter sido ligeira demonstra que "Portugal está no limite daquilo que consegue fazer no combate à corrupção".
Se a leitura for feita entre os 28 países da União Europeia (UE) e a Europa Ocidental, Portugal situa-se a meio da lista, na 17.ª posição, novamente à frente de países como Itália, Grécia, Hungria, República Checa, Polónia ou Roménia. Aqui, a liderança é partilhada pela Dinamarca, Finlândia e Suécia. 
A TIAC admite que a actual legislação é um bom instrumento para combater a corrupção, mas sublinha que é "necessário que essa legislação se traduza numa eficácia". "Estamos mais ou menos condenados ao meio da tabela europeia. Agora vamos ver de que forma se vão reflectir os casos mais recentes que têm vindo a ser revelados", acrescentou João Paulo Batalha.
O ranking apresentado esta quarta-feira não teve em conta casos tornados públicos recentemente como o dos vistos gold ou as suspeitas que recaem sob o antigo primeiro-ministro José Sócrates, vistos como casos de "grande corrupção", sublinha João Paulo Batalha, que envolvem responsáveis da administração pública e política. É possível que no índice de 2015 estes casos venham influenciar a posição de Portugal. "Num ano de grandes escândalos em Espanha – como o caso de delitos fiscais da infanta Cristina e do marido, Iñaki Urgangarín –, Espanha caiu [no ranking]", exemplifica.
"Temos um ano para mostrar o que por cá fazemos para que Justiça prossiga com estes casos", no sentido de acabar com a "política do amiguismo" e de ter uma "política mais aberta e transparente" para "melhorar a percepção internacional" sobre Portugal, continuou o responsável da TIAC.
O índice permite que se faça um levantamento da situação quanto aos países de língua portuguesa, sendo o mais transparente, por ordem de classificação no índice, Cabo Verde (42.º lugar), seguido de Brasil (69.º), São Tomé e Príncipe (76.º lugar), Moçambique (119.º), Timor-Leste (133.º), Angola (161.º), Guiné-Bissau (161.º). De fora fica a Guiné Equatorial, por falta de indicadores fiáveis. Em 2013 estava na 163.ª posição.
Do total dos 175 países cujos níveis de transparência e corrupção foram avaliados, a Transparency International colocou nos primeiros lugares a Dinamarca (92 pontos), Nova Zelândia (91), Finlândia (89) Suíça (87) e Noruega (86). No fim do ranking, a 174.ª posição foi atribuída ex aqueo à Somália e à Coreia do Norte, ambos com apenas oito pontos, a 173.ª pertence ao Sudão e a 172.ª ao Afeganistão.

Abuso de poder mina esforços contra corupção

O Índice de Percepção de Corrupção de 2014 destaca que as maiores quedas no ranking, e “apesar de um crescimento médio da economia de mais de 4% nos últimos quatro anos”, foram registadas na China, Turquia, Malawi, Ruanda e Angola. Por outro lado, países como a Costa do Marfim, Egipto, São Vicente e Granadinas subiram cinco pontos e o Afeganistão, Jordânia, Mali e Suazilândia aumentaram quatro. 
Perante estes dados, José Ugaz, que dirige a Transparency International, considera que o “crescimento económico está a ser prejudicado e os esforços para impedir a corrupção desvanecem-se quando os líderes e altos funcionários abusam do poder para se apropriarem de fundos públicos para obter ganhos pessoais”.
Aos países menos transparentes e mais corruptos a organização aconselha que “adoptem medidas anticorrupção radicais a favor das suas populações”. Por sua vez, os países que lideram o ranking mundial devem “certificar-se de que não exportam práticas corruptas para países subdesenvolvidos”. José Ugaz sublinha que a “grande corrupção em grandes economias não só bloqueia os direitos humanos básicos aos mais pobres, como cria problemas de governança e instabilidade”. “As economias de crescimento rápido cujos governos se recusam a ser transparentes, e toleram a corrupção, criam uma cultura de impunidade em que a corrupção prospera”, reforça o responsável.
O Índice de Percepção de Corrupção de 2014 é realizado com base na percepção de quão corrupto é o sector público e um país e de dados recolhidos em instituições independentes consideradas reputáveis na posse de informações sobre governança e economia. O ranking é a conclusão da análise e comparação de todos esses dados, que incluem actividades ilegais ou subornos, e que apenas se tornam públicas quando são anunciadas investigações e, posteriormente, condenações.
Público

Obama e Ferguson

por A-24, em 05.12.14
A morte de Ferguson, em breve uma cidade fantasma, é uma tragédia por ser obra do que há de pior na política hoje, o que chamo de Guerra contra a Verdade. George Orwell já havia previsto em “1984″ um regime totalitário em que um Ministério da Verdade seria responsável pela cultura, educação, imprensa e especialmente por reescrever a história conforme o interesse do estado. O que está acontecendo hoje em Ferguson e em várias cidades dos EUA é a materialização das piores previsões de George Orwell. 
Os sanguessugas da esquerda americana, poucas horas após a morte de Brown, roteirizaram uma farsa em que um “gigante gentil” de 18 anos foi abordado por um policial frio, desumano e racista. Mesmo desarmado, indefeso, com os braços levantados e gritando “não atire! não atire!”, o “gigante gentil” foi morto. Fotos “fofinhas” de Michael Brown criança, a mesma técnica usada no caso Trayvon Martin, inundaram o noticiário. A história, falsa como uma nota de três dólares, incendiou o país.
Você não precisa de dois minutos para entender o caso. Michael Brown, um gigante de quase 2 metros de altura e 140 kg, viciado em drogas, entra numa loja de conveniência para cometer um assalto e é filmado pelas câmeras de segurança. Ele sai da loja com o produto do roubo e a polícia é acionada. O policial Darren Wilson para o carro ao lado de Brown para fazer a abordagem, Brown impede que Wilson saia do carro. Brown se projeta para dentro do carro pela janela desferindo vários socos no policial. Brown tenta pegar a arma de Wilson que dispara, atingindo sua mão. Brown corre e Wilson sai atrás dele, Brown se vira e parte para cima de Wilson que dispara matando Brown. Não há qualquer dúvida: o policial matou um assaltante violento em legítima defesa.

O caso Brown, assim como foi o caso Trayvon Martin em 2012, é mais um legado tóxico e destrutivo do pior presidente da história americana, de quem foi eleito prometendo uma democracia pós-racial mas que, na prática, só jogou lenha na fogueira das tensões raciais do país.Darren Wilson matou Michael Brown em legítima defesa. Barack Obama matou Ferguson a sangue frio.