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A-24

3200 dias de guerra no Iraque custaram centenas de milhares de mortos e biliões de dólares

por A-24, em 16.03.13
Em 3200 dias de guerra no Iraque, morreram mais de 100 mil iraquianos e cerca de 4800 militares da coligação que participou na invasão do país, que custou biliões aos norte-americanos.
A guerra no Iraque teve início a 20 de Março de 2003, imediatamente a seguir a uma Cimeira nas Base Lajes, juntando os governantes dos Estados Unidos, Reino Unido, Espanha e de Portugal, que apoiaram a invasão por existirem suspeitas de o regime iraquiano possuir armas de destruição em massa, algo que não se confirmou.
Embora existam números muito díspares sobre o número de civis mortos, o último estudo sobre a guerra, feito por 30 académicos da universidade norte-americana de Brown, dá conta de pelo menos 134 mil civis mortos, um número que pode subir para 189 mil se se tiver em conta forças de segurança, insurgentes ou trabalhadores de organizações humanitárias.
Os números são aproximados mas dão a noção da letalidade do conflito: em média, mais de duas pessoas morta por hora no Iraque¸ durante quase nove anos, de Março de 2003 a Dezembro 2011, quando retiraram as últimas tropas norte-americanas.
Mas o boletim médico Lancet, que analisou a mortalidade no Iraque, estimou em 2006 que mais de 600 mil pessoas tiveram uma morte violenta em consequência do conflito.
No fim de Dezembro de 2011, as forças norte-americanas contavam 4487 baixas em combate, o Reino Unido 179 e verificaram-se 138 mortos entre forças de outros países.
Contam-se ainda mais de 32 mil feridos graves só entre as tropas norte-americanas, sem contar com os que sofreram perturbações psicológicas
Liderada pelos Estados Unidos, a força invasora chegou a ter quase 200 mil soldados.
Ao todo, quarenta países mandaram militares para o Iraque.
Portugal esteve presente com cerca de 130 elementos da Guarda Nacional Republicana¸ que serviram sob comando de forças italianas entre Novembro de 2003 e Fevereiro de 2005.
Além das tropas uniformizadas, entre seis mil e sete mil forças de segurança privadas prestaram serviço no Iraque.
Na capital iraquiana, Bagdad, já era dia 20 de Março de 2003 quando caíram as primeiras de cerca de 4800 bombas utilizadas durante a fase da invasão.
Bagdad caiu a 9 de Abril e no dia 1 de Maio, o presidente norte-americano, George W. Bush, anunciou a bordo do porta-aviões nuclear Abraham Lincoln a "missão cumprida" de quebrar o regime de Saddam Hussein.
Mas com o Iraque sob ocupação, a guerra iria entrar numa nova fase¸ a da insurgência¸ com militantes a atacarem as tropas invasoras com crescente intensidade.
De acordo com números compilados pelo site about.com em 2004 registava-se uma média de 14 ataques diários, um número que foi crescendo até atingir 163 em 2007.
Nesse ano, a organização não governamental Brookings Institute estimou que no Iraque existissem 70 mil insurgentes sunitas e 60 mil recrutados pelo clérico islamita Moqtada al-Sadr para o seu exército Mahdi.
O estudo da universidade de Brown coloca o custo total da guerra em dois biliões de dólares (1,53 biliões de euros).
Acrescentando o dinheiro que o estado norte-americano terá que pagar aos veteranos de guerra e juros, esse valor poderá triplicar nas próximas décadas, referem os académicos no mesmo estudo.
Lusa/SOL