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A-24

O salário mínimo

por A-24, em 30.04.14
Ricardo Arroja


Só assim se entende que os partidos e sucessivos governos percam tanto tempo com uma matéria que se define essencialmente ao nível das empresas privadas, e que resulta em primeiríssimo lugar da produtividade que estas conseguem gerar. Em todo o caso, saliente-se que o salário mínimo em Portugal, atendendo ao custo de vida no País, é de facto baixíssimo, e que a competitividade da economia nacional não deve, evidentemente, assentar numa vantagem de baixos salários. Deve, sim, assentar numa lógica de valor acrescentado, que no entanto nada tem a ver com a definição de um salário mínimo deste ou daquele valor; tem sobretudo a ver com a realização de mais investimento na nossa economia.

Regressando ao salário mínimo, este aplica-se essencialmente ao sector privado, onde o nível médio de qualificações é mais baixo, e onde as empresas concorrem com as suas congéneres nacionais e internacionais, não apenas pelo valor acrescentado que produzem mas também pela estrutura de custos que exibem. Pelo contrário, na administração pública, onde os rendimentos mensais médios são mais altos - quem quiser números específicos pode consultá-los na DGAEP -, a aplicação do salário mínimo será a excepção; o mesmo sucedendo no sector empresarial do Estado. No total, existirão em Portugal cerca de 420 mil empregados por conta de outrem naquele escalão remuneratório - 13% do total de emprego dependente.

Enfim, o salário mínimo nacional, em termos absolutos, é mesmo uma lástima - que não restem dúvidas quanto a isso. Porém, em termos relativos, representando 58% do salário mediano praticado em Portugal, encontra-se acima da média da OCDE (onde o valor correspondente é de 48%). O problema está pois na remuneração mediana, e não na mínima. Mais: o problema está na reduzida produtividade do trabalho em Portugal, onde cada hora de trabalho resulta numa produtividade média de apenas 17 euros por hora (dados do Eurostat). Na União Europeia o valor correspondente é 32 euros, e na zona euro de 37 euros por hora. Evidenciamos, portanto, uma produtividade que é metade daquela que se observa no resto da Europa, e que resulta exclusivamente do nosso padrão de especialização no comércio internacional. Dito de outra forma, os nossos sectores mais competitivos no comércio externo continuam a ser muitos daqueles ditos sectores tradicionais que, tendo progredido na cadeia de valor acrescentado, recorrem ainda a mão-de-obra relativamente barata.

Em suma, sem desprimor por aquele universo de empresas - muitas seriam magníficas empresas em qualquer parte do mundo -, a alteração daquela realidade requer um "upgrade" da tipologia empresarial em Portugal, e do seu posicionamento competitivo na cena internacional. Um "upgrade" que promova salários tendencialmente mais elevados. Ora isto só será possível com níveis de produtividade bem superiores aos actuais, e estes apenas serão alcançáveis com investimento maciço. É, pois, precisamente neste ponto - na captação de investimento, que está hoje miseravelmente reduzido a 15% do PIB -, e não na discussão do salário mínimo, e se este é de 485 ou de 515 euros, que o debate deveria estar centrado. Infelizmente, há alturas em que parece não estar.

Uma teoria simples sobre a corrupção,

por A-24, em 29.04.14
Instituto Ludwig Von Mises

O governo detém o monopólio da criação de leis.  E o monopólio da criação de leis gera oportunidades para se roubar legalmente.  Roubar legalmente significa aprovar uma lei ou regulamentação que favoreça um determinado grupo à custa de todo o resto da economia, principalmente os pagadores de impostos.
Grupos de interesse -- por exemplo, grandes empresas ou empresários com boas ligações políticas -- ansiosos por adquirir vantagens que não conseguem obter no livre mercado irão procurar determinados políticos e fazer lobby para "convencê-los" a aprovar uma determinada legislação que lhes seja benéfica.  Essa legislação pode ser desde a imposição de tarifas de importação até a criação de agências reguladoras que irão cartelizar o mercado e impedir a entrada de novos concorrentes.  Pode também ser uma mera emenda orçamentária que irá beneficiar alguma empreiteira que será agraciada com a concessão de alguma obra pública. 

Em todos esses casos, o dinheiro público estará sendo desviado e desperdiçado, seja em obras superfaturadas, seja na criação de burocracias desnecessárias e que irão apenas encarecer os preços dos bens e serviços e reduzir sua qualidade.  E quanto maior o volume de dinheiro público desviado, maior é a fatia que acaba indo parar no bolso desses próprios políticos.

Quando é do interesse de ideólogos, a Alemanha vira keynesiana

por A-24, em 28.04.14
alemania-españa.jpgEm 2010, após Angela Merkel ter aprovado um programa de moderação nos gastos, Krugman concedeu uma entrevista à revista Der Spiegel afirmando que "as políticas de ajuste alemãs não apenas afetam negativamente sua própria economia, como também reduzem o crescimento de todos os outros países".
O problema é que, desde então, a evolução vivenciada pela Alemanha foi exatamente contrária às previsões de Krugman: o PIB de 2013 está no nível mais elevado de sua história (e 3,4% maior em relação ao pico atingido antes da crise), e sua taxa de desemprego é a mais baixa (de 5,5%).
Krugman, por conseguinte, já criou uma estratégia alternativa para blindar o dogma keynesiano deste contra-exemplo alemão: agora ele afirma que, na realidade, a Alemanha não tem sido um exemplo de austeridade.
Sim, sei que tal postura soa incrivelmente vigarista, mas é o que acaba de defender o economista americano.  No final de tudo, segundo Krugman nos relata, a Alemanha foi o segundo país da zona do euro que menos ajustou seu orçamento entre 2009 e 2013; foram os países do sul da Europa os que mais arcaram com o fardo dos ajustes e da austeridade, e não a Alemanha. 
Para comprovar a veracidade desta afirmação, basta efetuarmos uma comparação entre Espanha e Alemanha.

Instituto Ludwig Von Mises

Azul ao fundo do túnel

por A-24, em 28.04.14
Mário Faria

SLB é o clube de todos os regimes e á sua mesa juntam-se altos dirigentes de todos os quadrantes do regime, sejam do arco da governação ou da oposição. O SCP é mais elitista, aristocrático e convencido. Bruno de Carvalho acrescentou-lhe a vertente populista que lhes fica tão bem. Ambos recebem fortes apoios institucionais. A proximidade ao poder ajuda. Com o SLB é mais íntima essa familiaridade que favorece o trânsito de favores e um tratamento diferenciado. Foi assim quando o governo da altura aceitou as acções do SLB para caucionar a dívida para com a SS ou  a forma como o ministério público permitiu a intromissão abusiva do SLB no processo AD e na divulgação das escutas, que ainda se ouvem nos órgãos de comunicação social colaboracionistas.
O FCP é um clube regional e não se deve envergonhar disso. É a oposição e o contrapoder ao centralismo desportivo que segue em linha com um país que vive obcecado com o primado absolutista da capital. E, por isso, deve continuar a ser um clube de resistência, e não se deve envergonhar disso. O maior cosmopolitismo do clube,  cujo nome passa a fronteira nacional e goza mais prestígio lá fora que cá dentro, deve acompanhar esse crescimento e esse perfil, sem perder as suas origens. Quando os amigos dos nossos rivais comentam que não estamos a jogar à Porto, estão a reconhecer uma assinatura que identifica os valores pelos quais nos batemos e pelos quais nos temem. E esse temor tem muitos rostos e matizes e é implacável quando estamos por cima. Tudo serve para denegrir o valor e a justeza do nosso sucesso. O FCP é um clube da cidade e tem um grande orgulho disso, como o tem demonstrado das formas mais diversas. Quem se tem portado menos bem é a cidade. O Rui Rio comandou o divórcio e o litígio foi abrandando, mas só terminou quando deixou a presidência da câmara. Estamos em tempo de apaziguamento, mas ainda há um certo constrangimento de considerar que, para a cidade, é muito importante o reconhecimento que o FCP é uma instituição que tem  uma história que se casa com o perfil da cidade e da sua gente. Quem tem uma dívida para com o FCP é a cidade que deve, sem medo  e vergonha, assumir essa estreita ligação que, obviamente, não dispensa a “separação de poderes” entre ambas as instituições. Rui Moreira já deu alguns passos que considero muito tímidos. Mas, percebo a timidez porque esses bacocos que têm as chaves do poder são capazes de tudo, nomeadamente de o apoucarem pelo mesmo que outros fazem, porque vivem bem mais perto do Terreiro do Paço e apoiam os clubes certos. Insisto: o FCP é um clube da cidade, da resistência e cosmopolita; não deve abdicar desse perfil em nome de projetos parolos de conquista aos mouros ou pseudo modernistas que visam entorpecer a resistência  quanto à influência asfixiante e às tendências hegemónicas dos clubes da segunda circular e dos seus aliados institucionais, públicos ou privados.

Essa tendência hegemónica suavizou com o advento da liberdade, mas está pronta a explodir se não cuidarmos convenientemente da nossa casa, pois os ventos correm de feição para os saudosistas da ordem desportiva do antanho. Mas, espreitar o futuro, ignorando as actuais dinâmicas desportivas, as condições dos mercados, a situação do país e uma avaliação actualizada das nossas forças e fraquezas, não chegará para que a mudança seja bem mais que cosmética. Resistir não pode ser apenas uma forma de continuar a estar vivo. Não nos devemos resignar á tarefa humilde e útil de animadores do campeonato que nos querem atribuir, a bem da Nação. Por isso, a tarefa é exigente e urgente. As últimas três épocas revelaram alguns sinais de erosão (e de cansaço) que devem ser identificados e atacados. Compete a quem de direito fazê-lo. Não é preciso uma revolução: basta rever processos e procedimentos, avaliar as competências dos que exercem altas funções na estrutura do clube, bem como do quadro de dirigentes e técnicos mais próximos da competição. Depois, reformar o que tiver de ser reformado. Não penso que seja suficiente uma configuração do plantel. Os sócios e adeptos devem perceber que não se pode ganhar sempre e ser solidários nos momentos maus ou menos bons, mas é difícil se não identificarem a justeza do percurso e os meios escolhidos para o percorrer. A diarreia propagandística das últimas semanas para enaltecer a conquista do SLB e o sucesso do SCP chateiam e assustam, se os erros cometidos pelo FCP não forem identificados e os méritos dos rivais não forem reconhecidos. Na “guerra” nunca se pode subestimar a força do “inimigo”, se queremos vencer.

O FCP divulgou que no dia 25 há ainda mais “Azul ao Fundo do Túnel”. É essa luz cheia de azul e de grandeza, que esperamos continue a brilhar. Para isso, é preciso  trabalhar bem no presente para que o futuro não se  esgote nas saudades do passado.

Cartas para Moscovo

por A-24, em 27.04.14
Carlos M. Fernandes via Insurgente

Alexander Rodchenko, pintor, fotógrafo, desenhador e activista da causa bolchevique, chegou a Paris no dia 23 de Março de 1925. Ficou três meses. Viajou para montar algumas das exposições e pavilhões preparados pela União Soviética para a exposição de Artes Decorativas e Industriais Modernas. Aproveitando o embalo, tentou estabelecer contactos com a comunidade artística e na bagagem levava quase trezentas obras suas. Visitou Léger, mas com Picasso ficou-se pelas intenções. Mergulhou no Sena, viu os Dez Mandamentos de DeMille, foi ao circo, bebeu Chablis. E escreveu quase diariamente a Varvara Stepánova, amante e futura mulher.
Nas cartas, Rodchenko descreve um Ocidente decadente e compara-o com a grandeza da pátria em construção. E fala das compras que fez no dia anterior. Critica o consumismo e o capitalismo de uma sociedade tecnológica. E conta que comprou duas camisolas, uma máquina fotográfica e um tripé. Espanta-se, porque ali “todos trabalham e as coisas correm bem”, para logo redimir-se “para quê?”, “onde querem chegar?”. E vão mais duas câmaras e quinze rolos de película. Deixa-se deslumbrar pela oferta e pelos preços de Paris mas logo encontra na mulher-objecto e no bidet motivos para soltar a verve revolucionária. E troca a vestimenta operária pelo fato que comprou de manhã. Volta à carga contra o capitalismo mas é com insucesso que tenta refrear o impulso gastador (“aqui há milhões de coisas, apetece comprar tudo”) e esconder o fascínio pelo esplendor técnico que o rodeia nos dias parisienses. E compra um casaco de peles para Stepánova.
No dia 18 de Junho de 1925, depois de longas negociações com a alfândega e com as autoridades da URSS, deixa Paris, carregado com: várias máquinas fotográficas e respectivos acessórios, máquinas de filmar, roupa, muita roupa, para ele e para a mulher, perfumes, cachimbos, um gramofone e discos. Ao subir para o comboio ainda deve ter soltado mentalmente mais dois ou três impropérios contra o capitalismo. Mas a natureza humana é traidora, inimiga do proletariado e a primeira obreira da contra-revolução. Depois de Paris, o empenho de Rodchenko na invenção do homem novo nunca mais foi o mesmo.

O que houve com os ricaços da década de 1980?

por A-24, em 26.04.14
Instituto Ludwig Von Mises

Atualmente, os sobrenomes Tsutsumi, Mori, Reichmann, Iwasaki e Saji são praticamente irrelevantes. No entanto, estes eram os homens mais ricos do mundo em 1987. 

Da mesma maneira, em 1987, muitos dos homens mais ricos da atualidade — Bill Gates, Amancio Ortega, Larry Ellison, Jeff Bezos, Larry Page, Sergey Brin, Mark Zuckerberg — estavam trabalhando em uma garagem, ou estavam fazendo faculdade, ou estavam brincando no jardim de infância. Nenhum herdou sua atual fortuna. 

Um dos erros mais frequentemente encontrados na maioria das análises ideologizadas da ciência econômica é aquele que pressupõe uma visão estática da riqueza. Quem pensa que a riqueza é estática cai no erro de considerar que, quando uma pessoa se torna rica, ela e seus herdeiros serão ricos — e cada vez mais ricos — para sempre.

Veja o surpreendente histórico do que houve com os 10 maiores bilionários de 1987, ano em que a Forbes criou seu ranking.

As verdades de Abril

por A-24, em 25.04.14
João Vaz

O ex-militante do MRPP e actual responsável europeu, Durão Barroso, de visita ao antigo Liceu Camões elogiou a cultura de excelência promovida pelo sistema educativo do Estado Novo. Logo, ao que parece, o director do estabelecimento de ensino o lembrou da elevada taxa de analfabetismo existente antes do 25 do quatro. Esta é a estratégia comum usada pelos defensores do regime saído daquela data: comparar o incomparável. O sr. director esqueceu-se de referir que, em 1926, data da queda da primeira república, a taxa se situava na casa dos 70%. Em 1974 encontrava-se na dos 30%. Se o ritmo de diminuição operado durante o Estado Novo se mantivesse, há pelo menos cinco anos que não existiriam analfabetos em Portugal. No entanto a taxa mantém-se nos 7, 8%. Como explicam isto os abrileiros? como explicam o que se fez, na educação e não só, durante o Estado Novo, sem os milhões de fundos europeus? Como explicam por que razão, sendo Salazar alguém que promovia a ignorância e o analfabetismo tivesse promovido tal investimento na educação e na cultura?

25 de Abril: quando a obsessão se transforma em ridículo

por A-24, em 24.04.14
João Vaz

Existe uma revista, de nome Mais Educativa, distribuída gratuitamente e de periodicidade mensal que hoje me chegou às mãos, na escola. Folheando-a ao acaso, deparo-me com um artigo intitulado "40 anos de liberdade". A coisa não está assinada, e ainda bem. É que, além das falsidades, o nível é de uma redacção do sexto ano.

Esta pérola literária começa com uma página dedicada ao ensino durante o Estado Novo, que me vou abster de comentar - demoraria demasiado tempo. Posteriormente, a segunda página reflecte sobre a vida antes do 25 do quatro, e aí a narrativa atinge proporções delirantes. Ficamos a saber (ou melhor, ficam os jovens estudantes aos quais a revista se destina) que "Antes do 25 de Abril, a ausência de liberdade e a atuação repressiva das forças da autoridade impediam o aparecimento de quaisquer grupos, dos negros aos ciganos, passando pelos hippies, pelos homossexuais ou pelos punks." Isto é verdadeiramente delirante. Portanto, antes da abrilada não havia negros nem ciganos em Portugal. Só com a liberdade é que as fronteiras se abriram e eles foram autorizados a entrar. Gueis também não existiam. Hippies? nem vê-los. Os cabeludos de Vilar de Mouros, em 1971, por exemplo, não estavam em Vilar de Mouros, mas numa outra dimensão. Quanto aos punks, é de facto revoltante. Tudo bem, não existiam em nenhum país do mundo, mas os fascistas não podiam ser suficientemente inovadores para permitirem o aparecimento de punks antes deles surgirem, alguns anos depois? como é que este país podia ir para a frente com tamanha falta de iniciativa e criatividade?
Mais a frente surge mais informação notável. Diz-se que "Com a democracia, o povo ganhou poder. Durante estes quarenta anos, os vários Governos impulsionaram a criação de leis para direitos reclamados pelas pessoas, como o divórcio, o aborto ou o nudismo.". De facto, Abril valeu a pena para que estes direitos essenciais fossem adquiridos, em especial o último. Creio que não é despiciendo recordar as centenas de pessoas que foram perseguidas por defenderem um direito essencial como o nudismo e há que reconhecer que, desde a sua emergência enquanto direito, este país é um lugar melhor para viver. 
O arraial prossegue ao longo de mais uns parágrafos. Não me vou demorar mais a dissecar algo que não merece a pena. Mas, se alguém puder deitar a mão a um dos 25.000 exemplares desta publicação de distribuição gratuita leia. Leia e veja como a obsessão com Abril e a demonização do Estado Novo atinge níveis de absoluto ridículo, conjugados com a mais descarada falsidade.

EUA aceitam a divisão da Ucrânia

por A-24, em 23.04.14
Da Russia

Os dirigentes das diplomacias russa e norte-americana, respectivamente Serguei Lavrov e John Kerry, encontraram-se em Paris para discutir a complexa situação na Ucrânia e acordaram tomar medidas para abrandar a situação na região no campo da segurança e da política.
Além de defenderem a realização de uma ampla reforma constitucional naquele país, Moscovo e Washington, segundo a agência russa Ria-Novosti, defenderam a federalização da Ucrânia, frisando, porém, que só aos ucranianos pertencerá a última palavra.
Antes desta reunião, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia respondeu assim à proposta russa de federalização: “Porque é que a Rússia não preenche o federalismo, que, a propósito, está fixado no nome oficial do estado, com um conteúdo real, e não apenas declarativo?”
Segundo a diplomacia ucraniana, “O tom de ultimato e se sermão mostra que ao verdadeiro agressor, à Rússia, não interessa qualquer regularização. Esse agressor exige apenas uma coisa apontado os canos das suas metralhadoras:a capitulação total da Ucrânia, a sua divisão e a destruição do estado ucraniano”.
Washington parece não ter ouvido esse apelo, bem pelo contrário. Pelo vistos, John Kerry acredita que Washington e Moscovo têm o mesmo conceito de federação, embora seja difícil acreditar que ele não saiba que, por exemplo, a República da Tartária não tem qualquer tipo de autonomia na Federação da Rússia e nem sequer pode sonhar com o estatuto de qualquer estado norte-americano.
Como é sabido, recentemente, Victor Ianukovitch, ainda Presidente da Ucrânia para alguns, defendeu a realização de referendos em cada região ucraniana para definir o seu estatuto no seio desse país.
Os dirigentes do actual governo de Kiev, bem como políticos de peso como antiga primeira-ministra Iúlia Timochenko, estão completamente contra essa proposta, pois consideram, e com razões para isso, que esse será mais um passo rumo à desintegração da Ucrânia.
O chamado Ocidente, depois de engolir a anexação da Crimeia pela Rússia, tenta apaziguar o Kremlin, cedendo em questões tão importantes como a futura estrutura estatal da Ucrânia. E envereda pelo caminho mais perigoso, que é permitir que, no futuro, regiões do Sul e do Leste do país “adiram voluntariamente” ou “reforcem os laços fraternais com a Rússia”.
Acredito piedosamente nas promessas de Vladimir Putin de que não tenciona enviar tropas para o território ucraniano, pois, por enquanto, não precisa de fazer isso, basta-lhe incentivar o separatismo quando necessário. O pretexto será sempre o mesmo: “defender os direitos dos russófonos e dos russos”. Além disso, com a federalização do país, que Moscovo não quer que seja igual à da Federação da Rússia, país que nada tem de federal, as elites regionais terão o direito de opção. E logo que alguma coisa não agrade ao Kremlin, este irá levantar o barulho do costume e repetir as experiências da Ossétia do Sul, Abkházia e Crimeia.
Se o chamado Ocidente já engoliu essas pílulas amargas, pode engolir ainda mais. Tanto mais que alguns dos “pequenos chacais” que fazem parte da União Europeia: Roménia, Hungria e Polónia, até poderão roubar também o seu pedaço. A Ucrânia poderá ficar reduzida à sua parte central.
A História mostra que esta política de cedências deu sempre maus resultados, mas parece que os actuais diplomatas não são fortes nessa disciplina.

Victoria Luckwell avisa homens ricos para nao casar

por A-24, em 23.04.14
in Marxismo-Cultural

A filha dum dos homens mais ricos do Reino Unido avisou as mulheres ricas a não se casarem depois do seu marido "gold-digger" [interesseiro] ter recebido £1.2 milhão de pagamento após o seu divórcio. Victoria Luckwell, de 37 anos, cujo pai Mike fundou a "The Moving Picture Company", e cuja riqueza se estima que esteja na ordem dos £135 milhões, afirmou que o sistema legal  Britânico actual agia como um "desincentivo" para os ricos se estes tivessem planos para casar, visto que eles não tinham forma alguma de proteger os seus bens familiares.

Os seus comentários chegam depois do seu ex-marido, Frankie Limata, ter recebido £1.2 milhão em pagamentos por parte dum juiz, apesar dele ter assinado diversos acordos pré-nupciais abdicando do direito a qualquer parte do dinheiro da esposa. Victoria ouviu do juiz que ela tem que pagar ao ex-marido £900,000 para comprar uma casa, e mais £300,000 para pagar as suas dívidas, comprar um carro e mobilar a casa. Enquanto saia do tribunal, ela disse:
Infelizmente, chego à conclusão de que há um forte desincentivo financeiro para as mulheres ricas que queiram casar, visto não haver forma de garantir a protecção dos bens familiares. Dito de forma simples, isto é uma licença para os gold-diggers.

Mike Luckwell, seu pai, acrescentou:
Uma lei que premia os gold diggers depois de se terem assinado três acordos legais pré-nupciais merece críticas genuínas.

O casal, que tem três filhos, conheceu-se em 2005 e antes do casamento, o desempregado Frankie Limata assinou 3 acordos pré-nupciais comprometendo-se a não fazer qualquer tipo de exigência - quer seja durante ou depois do casamento - às posses da sua esposa ou aos presentes dados pela família dela. Mas quando eles se separaram em 2012, ele entrou deu entrada a um processo legal exigindo £2.2 milhões como forma de "manter o estilo de vida ao qual ele se havia habituado" [ed: O mesmo argumento que muitas mulheres usam para lançar as mãos nas posses do ex-marido].

Hoje, depois duma longa audiência no princípio deste mês, o juiz Holman ordenou que ela lhe desse £900,000 para comprar uma casa onde viver enquanto os seus três filhos, com 8, 3 e 2 anos de idades, estão em fase de crescimento. Para além disso, ela tem que lhe dar £300,000 para que ele possa mobilar a casa e pagar as suas dívidas. Actualmente. Victoria Luckwell vive na sua casa com o valor de £6.7 milhões na zona central de Londres, mas ela teme agora que tenha que vender a casa como forma de pagar ao ex-marido.

Depois da decisão do Juiz Holman, Victoria disse que a sua família estava "feliz" com o facto do juiz ter reconhecido que financeiramente Limata não havia contribuído em nada para o casamento (com toda a parte financeira a ser sustendada pela família dela). Ela disse:
Ficamos todos perturbados com o facto de hoje Frankie ter sido financeiramente recompensado com alguma coisa depois das falhas imperdoáveis nas suas promessas. Esta foi uma audiência pública dolorosa durante a qual Frankie fez críticas duras e injustificadas à minha família.

Deste caso, importantes considerações sobre a política publica emergem. A menos que o Parlamento coloque em acção a recente proposta da "Law Commission" em relação aos acordos nupciais, a lei irá permanecer num estado de incerteza. Isto causa audiências públicas dispendiosas bem como enormes angustias emocionais e incertezas financeiras. A minha experiência recente é precisamente o tipo de coisas que são evitadas com acordos pré-nupciais.

Frankie Limata alegou que ele havia sido forçado a viver como "um mendigo", com todas as suas possessões colocadas em sacos de lixo desde que se separaram. Antes desta decisão legal, Limata havia rejeitado uma oferta de £850,000 para se chegar a um acordo no caso, e o juiz criticou os custos legais causados pelo casal que se encontravam acima dos £657,000. Falando sobre o que havia apurado, o juiz disse:
Ambos precisam duma casa aceitável para viver. A Victoria tem uma. O Frankie não.

Ele disse ambos tinham um padrão de vida "elevado", o que lhes permitia ir de férias em países estrangeiros e dispendiosos, comer em restaurantes de topo e conduzir carros de luxo.

Telegraph

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Um homem desempregado casa-se com uma mulher rica, assina vários acordos pré-nupciais, e depois consegue que todos eles sejam invalidado, permitindo que ele consiga sacar um milhão da sua antiga esposa. Mas mesmo assim, esta decisão legal ainda valida o Imperativo Feminino que ainda domina os sistemas legais do mundo ocidental. Imaginem o quanto que Victoria não se revoltaria se ela tivesse que dar metade dos seus bens, tal como acontece com muitos homens, e não só UM PORCENTO deles.

Se o conselho de Victoria é verdade para as mulheres ricas, então deve ser CINQUENTA vezes mais importante que os homens ricos evitem o casamento. Como é normal nos dias de hoje, a maior parte das mulheres só se apercebe da injustiça do sistema legal quando o mesmo lhes aflige pessoalmente.

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