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A-24

"Nobody expects the spanish inquisition"

por A-24, em 31.03.14
João Quadros

Segundo uma reportagem do "Expresso", Luís da Silva Canedo, português de 53 anos, emigrante em França há mais de 30, é candidato à autarquia de Perpignan, pela Frente Nacional de Marine Le Pen. Isto é como a história do judeu neo-nazi ou dos deputados homossexuais que votam contra a co-adopção.



Segundo uma reportagem do "Expresso", Luís da Silva Canedo, português de 53 anos, emigrante em França há mais de 30, é candidato à autarquia de Perpignan, pela Frente Nacional de Marine Le Pen. Isto é como a história do judeu neo-nazi ou dos deputados homossexuais que votam contra a co-adopção.

O candidato português da FN diz que não vê qualquer inconveniente em concorrer por um partido que é contra os direitos de voto de cidadãos europeus nas eleições francesas. "Eu falei-lhes nisso quando as listas foram elaboradas, mas tudo na FN está em mudança e essa posição vai mudar", diz Luís Canedo, que está em França a trabalhar como anjinho, presumo eu. Portanto, o Luís vai fazer campanha, e votar, num partido que, se ganhar, prometeu que lhe tirava o direito de votar, mas não tem importância porque eles lhe disseram que não vão cumprir o que prometeram. É isso, Luís. Na pior das hipóteses, vai haver uma votação em que ele já não participa. E, neste caso, não podemos levar a mal que isso aconteça. Lembrem-me de gritar - Canedo! - três vezes sempre que alguém falar da problemática da emigração e da fuga de cérebros.

Luís, que nunca pediu a nacionalidade francesa (sabia lá que vinham aí esses malucos do Le Pen), diz que aceitou participar na lista "porque a cidade está a ser invadida por árabes, o islamismo está a destruir as nossas convicções católicas." Está visto que o Senhor Canedo é facilmente influenciável. Os da Le Pen convencem-no a votar contra si próprio. E agora, o islamismo, só por si, está a destruir as "convicções católicas" do pobre Luís: "Vê-se que eles rezam muito mais que nós, estamos em clara desvantagem. Aquilo das setenta e tal virgens, em vez de um paraíso com almas, que eu nunca percebi bem o que era, não sei, não." Não lhe mostrem o hinduísmo que ele passa-se.

Diz Luís Canedo de Gaia: "A nossa cidade (Perpignan) está a ser invadida por árabes. Em certas cidades francesas, há mais mesquitas do que igrejas." Isto é a Gaiola Dourada em versão Leni Riefenstahl.

O que o Canedo não sabe, nem desconfia, é que ao mesmo tempo, o candidato Mohamed Gairban da FN (prometeram-lhe que não ia cumprir a promessa de retirar voto a cidadãos não nascidos em França) diz: "Isto está cheio de tugas. Gente que nem de ex-províncias francesas veio. O meu avô nasceu na Argélia e diz que qualquer dia temos portugueses na selecção francesa. Imagine que, em certas cidades francesas, há mais camisolas do CR7 que do Karim Benzema."

Luís está convencido de que Marine Le Pen é uma moderada. "Ela não tem nada que ver com o pai, esse sim é contra a presença de europeus nas listas da Frente Nacional" - esse racista! E acrescenta: "Eu já fui socialista, mas eles desiludiram-me..."... foram incapazes de apostar na xenofobia.

Luís termina dizendo : "É preciso um grande sobressalto em França e na Europa, é preciso que a FN ganhe pelo menos uma vez em França para toda a gente se dar conta que tudo tem de mudar." Aqui o Luís é capaz de ter razão. Se a FN tiver um grande resultado nas eleições europeias, isto é capaz de abanar. Homem para homem não deu, vai ser uma mulher a assustar a Merkel.

A estupidificação da Europa

por A-24, em 30.03.14
Via Perspectivas

Na Bélgica, quem não é, hoje, favor da eutanásia livre e "à vontade do freguês", é considerado retrógrado, da direita, e/ou conservador — epítetos que são considerados sinónimos. Por este andar e por absurdo que seja, se se defender na Europa, um dia destes, a existência de campos de exterminação em massa para velhos e deficientes, quem for contra eles é democraticamente reaccionário, retrógrado e conservador. A História repete-se.

À medida que a esquerda radicaliza, o centro vai virando à esquerda que há vinte anos não era tão radical como é hoje. Na Europa, quem for defensor da vida humana intra-uterina é hoje considerado um troglodita pelas elites políticas (nacionais e internacionais) do leviatão europeu (leia-se, União Europeia), e a tal ponto que o "Papa ambíguo" toma posições relutantes e ambivalentes acerca do aborto.

"Troglodita" é hoje o superlativo absoluto simples de "conservador": é uma criatura que ainda habita na caverna de Platão — porque o europeu moderno, democrático, progressista e de vistas largas há muito tempo que viu a luz.
Até em Portugal, o "cota" socialista Manuel Alegre referiu-se a quem não concorda com o "casamento" gay e com a adopção de crianças por pares de invertidos como sendo um "conservador" no sentido de troglodita.
Depois, esta gente estranha que surjam fenómenos políticos como o da Front Nationale de Marine Le Pen.
É que o radicalismo de esquerda foi já tão longe na Europa que quem defenda hoje o aborto apenas e só até às 10 semanas de gravidez é considerado um "cota" moderado, um indivíduo do "centro político". À medida que a esquerda radicaliza, o centro vai virando à esquerda que há vinte anos não era tão radical como é hoje. Hoje, um indivíduo que se diga "do centro" político aproxima-se das posições políticas (na cultura) do Bloco de Esquerda do tempo da sua fundação.
Depois, esta gente vem dizer que a Front Nationale de Marine Le Pen é de "extrema-direita". Pudera! As pessoas não se dão conta de que o epíteto de "extrema-direita" surge em função do actual fenómeno de radicalização extrema à esquerda que aconteceu progressivamente na Europa nos últimos 15 anos.
Um dia destes, e por este "andar hegeliano", um indivíduo que defenda a vida humana intra-uterina será metido na prisão por ser de "extrema-direita". Em alguns países da Europa, pelo simples facto de se defender publicamente o casamento natural (entre um homem e uma mulher), já se pode ser levado a tribunal e condenado por "crime de ódio".
Em suma, a Front Nationale de Marine Le Pen é o que a elite política desta Europa merece. Não merecem outra coisa. Para radical, radical e meio.

A grande fraude da dívida

por A-24, em 29.03.14
Raquel Varela

Disse há poucos dias, num programa de TV, sobre a dívida pública, que quem produz 100 não pode pagar 130. Houve quem contestasse, dizendo que se pode. Mas é evidente que se pode. Aliás, até podemos pagar 140 ou 150. A questão é: como?

O património privado foi efectivamente desvalorizado na crise de 2008 – chama-se a isso correr riscos. Se os portugueses tivessem poupado em vez de consumido, tinham visto as suas poupanças desvalorizadas, porque foi isso que aconteceu: a desvalorização real da propriedade privada. Mas os novos “empresários” não correm riscos: chamaram o Estado e pediram ao Estado para assumir essas perdas. E o Estado disse que sim, emitiu dívida, que passou de 70% para 130% do PIB. E para pagar essa emissão de divida destruiu os salários e as pensões e colocou à venda o património público realmente rico e valorizado (privatizações). A dívida pública é isto: um negócio privado que faliu, cujos lucros nunca foram públicos, mas os prejuízos, esses, foram imediatamente socializados – uma espécie de “comunismo só para os ricos”, como alguém jocosamente lhe chamou.

Antes do «como?», vamos esclarecer alguns passos indiscutíveis: há três obras publicadas em Portugal – cujos estudos jamais foram contestados por alguém – que explicam, com detalhe (incluindo despesas de pessoal e até compra de papel ou agrafos!), que os portugueses pagam todo o Estado social e que a dívida dever ser alocada às mais-valias imobiliárias, aos negócios da banca e às PPPs. O nosso livro Quem Paga o Estado Social em Portugal?, o livro de Carlos Moreno sobre as PPP (Como o Estado Gasta o Nosso Dinheiro), o livro de Paulo Morais sobre a crise (Da Corrupção à Crise. Que Fazer?) e o estudo, também notável, de Pedro Bingre do Amaral sobre as mais-valias imobiliárias, provam que a dívida é um negócio privado cuja essência não diz respeito aos gastos da grande maioria dos portugueses. Se a comunicação social dá 10 minutos de tempo de antena a estes trabalhos, mas faz ouvir 12 horas comentadores que não avançam um único facto, um único argumento sólido, e têm um CV que se resume a escreverem em blogues e colunas de opinião, não invalida o mais simples facto: uma mentira mil vezes repetida não passa a ser verdade.

A maioria dos portugueses não deve nada ao Estado, suporta todas as funções sociais, é responsável pelo pagamento de 75% de todos os impostos e é, por isso, legítima credora do Estado: o Estado deve-lhes os salários, as reformas, a educação de qualidade, saúde digna, cultura e lazer.

Vamos agora ao «como?».

Se assumíssemos uma taxa de crescimento de 2% e um juro real da dívida de 3,7% (o que é um cenário optimista) e pressupondo que a dívida se manteria nos 128% (ou seja, nem sequer a abatíamos), então o saldo primário teria de ser de cerca de 2% do PIB. Isso implica que o Estado teria que gastar menos do que o que arrecada, no equivalente a 2% do PIB, ainda que depois de pagar os juros se registe défice (o Estado prevê gastar o equivalente a 4,4% do PIB em juros da dívida em 2014). Claro que criámos um cenário fantasioso para demonstrar que, mesmo em condições optimistas de crescimento, este estaria longe de ser para todos. Essa é, portanto, a fórmula para, na melhor das hipóteses, perpetuar o inferno dos trabalhadores e pensionistas portugueses. Enquanto se puder esvaziar os bolsos dos portugueses e o património público, a dívida é pagável.

O problema não acaba aqui, porém. Estes senhores, para quem a história não existe, olvidam que, por volta de 2009, a crise económica mundial acabou nos países mais ricos, e esquecem que, desde os anos 20 do século XIX, os choques cíclicos ocorrem com períodos de cerca de 6/7 anos. Isto é, daqui a pouco tempo estaremos a assistir a outra crise. Até lá, ou o BCE consegue aumentar a taxa de juros de referência de forma sustentada para níveis do período anterior à última crise, o que fará que os juros da dívida portuguesa subam ainda mais, ou entraremos na próxima crise sem mecanismos de política contra-cíclica, ou seja, sem a possibilidade de baixar a taxa de juros para criar liquidez e “dinamizar a economia”. Numa economia voltada para exportações, isto significa a paralisia generalizada. É fácil de perceber que, para os trabalhadores portugueses, qualquer que seja a política do BCE é sempre um inferno a somar a outro inferno.

Podemos, em alternativa, suspender a dívida pública e colocar sob controle público o sistema bancário e financeiro, deixando os riscos e os prejuízos a quem fez os negócios. É arriscado? Claro que sim, mas é mais arriscado manter esta política que vai rebentar em menos de uma década com o país, incluindo com os jovens empreendedores que a defendem, porque a política de exportações não sobreviverá à próxima crise cíclica.

Podemos reconverter Portugal à indústria de guerra, transformar a Auto-Europa em fábrica de tanques e 1 milhão e 400 mil desempregados em soldados, e então pagamos 160, 170, o que for necessário. É ver a dívida dos EUA, que a nenhum empresário incomoda porque está assente na maior indústria de guerra da história: os EUA saíram da crise em 2009 com metade da produção da IBM, General Electric e Boeing a ser dedicada, directa ou indirectamente (bombas, electrónica ou capas de sofás de aviões) à guerra. Não podemos esquecer que o sonho do crescimento em Portugal – que chegou a taxas de 7% e mais – foi entre 1960 e 1973. Tirando alguns pormenores – expulsaram-se milhares de camponeses do campo para a cidade, produziu-se material bélico e fez-se uma guerra contra os povos de África durante 13 anos, expulsou-se 1 milhão e meio de pessoas, forçando-as à emigração, mas aguardando as remessas de divisas que sobravam, mesmo que dormissem rodeados de ratos em bairros de lata. Assim, claro que podemos pagar!

Até podemos pagar mais, sobretudo enquanto jovens sem qualquer conhecimento sobre a economia ou a sociedade continuarem a ser a tropa de choque, acarinhada, de um sistema que, desde 2008, tem espalhado a miséria como panfletos que caem do céu, explicando, no meio de uma guerra, que «está tudo bem, estamos a vencer».

O país empobreceu com Salazar?

por A-24, em 28.03.14
Carlos Guimarães Pinto via Insurgente

Diz o André a certa altura no seu artigo abaixo:

“Pobre, o país não se desenvolveu com Salazar, prejudicando as gerações futuras.”

Esta é uma das grandes falácias da história económica portuguesa que, de tão repetida, acabou aceite como verdadeira, mesmo entre os comentadores mais moderados. É evidente que Portugal era um país bem mais pobre do que é hoje no tempo do Estado Novo. Assim como o resto do Mundo. Quando quisermos comparar níveis de riqueza entre períodos de tempo, o mais correcto é analisar a situação em termos relativos, ou seja, quão mais pobres éramos em relação aos restantes países e como evoluiu essa diferença. Pedro Lains tem dedicado bastante tempo ao estudo da evolução do PIB per capita português em relação às economias mais avançadas. O gráfico abaixo foi retirado do seu paper “Catching up to the European core: Portuguese economic growth 1910, 1990″ e ilustra a evolução do PIB per capita português em relação a nove economias avançadas (Alemanha, França, Reino Unido, Holanda, Itália, Noruega, Dinamarca, Suécia e Bélgica.


Como se pode verificar, o maior período de convergência (ou seja, enriquecimento relativo) no século XX aconteceu entre 1950 e 1973. Neste período, o país atingiu um PIB per capita equivalente a 60% das economias desenvolvidas, partindo de cerca de 38%. Nos anos 30 e 40, não existiu convergência, mas foi travado o percurso de divergência que vinha desde o início do século XIX. No século XX, existiu apenas um outro período, já em democracia em que a convergência foi tão forte: os anos seguintes à segunda intervenção do FMI e entrada na CEE. Essa convergência estagnou nos anos 90 e inverteu-se no século XXI (números ausentes do gráfico). Estamos hoje mais ou menos aos mesmos níveis em que estávamos em 1973 em relação às economias mais avançadas. A III República trouxe imensos benefícios, mas economicamente foi um fracasso, pelo menos até hoje (O IDH da ONU, que inclui indicadores de educação e esperança média de vida, conta uma história semelhante). O regime do Estado Novo pode ser acusado justamente de vários atentados à liberdade, é um regime politicamente indefensável, mas o que não pode ser acusado é de ter empobrecido o país.

Ainda os resultados da FN nas autárquicas francesas

por A-24, em 26.03.14
João Vaz

Perante os resultados das autárquicas em França, que proporcionaram bons resultados à FN e à direita em geral, a comunicação social e os bem-pensantes reagem com a habitual falta de carácter e desprezo pela vontade popular. Dizem que "a França está chocada". Isto, além de configurar uma arrogância desmedida, configura igualmente uma ignorância muito séria. Porque se "a França está chocada" isso significa que todos os franceses estão chocados, incluindo os que votaram na FN. Ora, das duas uma: ou os eleitores da FN são maluquinhos e votam para depois se chocarem, ou os jornaleiros de serviço confundem proposições e não são capazes de distinguir uma universal de uma particular. Atendendo a que tal matéria elementar de lógica é dada no 10ºano de escolaridade, é caso para perguntar aos nossos jornaleiros onde estavam eles com a cabeça quando tais conteúdos foram leccionados.

Quanto ao resto, o esperado: se os resultados tivessem beneficiado a extrema-esquerda e os xuxas que têm desgovernado a França e a Europa já não haveria problema e a democracia estaria a funcionar. Assim, quando a vontade popular vai contra a dos donos da democracia, é urgente fazer algo. Brevemente pode ser que a FN seja ilegalizada, devolvendo-se assim a normalidade ao país e fazendo regressar a normalidade, exorcizando-se qualquer choque ou emoção mais abruptos.

Quem perde, quando ganha Le Pen?

por A-24, em 26.03.14
Henrique Monteiro

A vitória da extrema-direita em França é uma derrota de quem? Podemos, talvez, fazer várias teorias e nenhuma estar certa. Mas aquela que me ocorre mais vezes é esta: dos anos de relativismo moral, de desprezo pelas melhores tradições europeias, de sociedades para as quais só havia direitos e não deveres, de apoio a pessoas, necessitadas, é certo, mas que não se esforçavam e não trabalhavam e acumularam o ódio das que, trabalhando auferiam pouco mais. Enfim, anos de despautério, de pouco critério em que os Estados foram tentando comprar a complacência dos cidadãos e a sua paz social.


É por isso que a extrema-direita não vai buscar os votos à direita e ao grande capital, mas precisamente às camadas mais populares. É por isso que mais e mais emigrantes portugueses, por exemplo, alinham com as teses xenófobas, racistas e simplistas de Marine Le Pen.

É fácil dizer que foi a crise. Claro que foi. Mas essa crise tem as mesmas origens atrás descritas. Que tudo se equivale, que o esforço é, por vezes, inglório; que a justiça não é igual para todos.

Muitas vezes, em alturas que tenho oportunidade de falar, dou o seguinte exemplo: imaginem duas famílias com rendimentos iguais. Uma aluga uma parte de casa e vive modestamente. A outra constrói uma barraca num baldio e vive mal, mas com mais disponibilidade, pois não paga nada pela casa. Quando a Câmara fizer realojamentos, qual será, destas duas, a família beneficiada?

Escusam de responder. O povo sabe a resposta. E sabe que nenhum político do nosso sistema tradicional pretende sequer encarar um problema assim. É Marine Le Pen, como outros semi-fascistas e populistas que enxameiam a Europa, que lhes respondem. Muitas vezes, de forma desumana e bárbara. Mas é bom não esquecer que muitos dos que agora votaram no FN também tiveram esperança e acreditaram em Sarkozy ou em Hollande, como muitos que votam em partidos cada vez mais radicais em toda a UE já depositaram esperanças de mais e melhor justiça e equidade em partidos que os desiludiram. Também aqui é o modelo social e político tradicional que falha redondamente.

SUÍÇA - ESMAGADORA MAIORIA DOS JOVENS JORNALISTAS É DE ESQUERDA

por A-24, em 25.03.14
in Gladius

Os três partidos - a começar da esquerda para a direita - são os Verdes, os Social-Democratas e o Partido Liberal Verde, todos eles de Esquerda. Quanto à Direita, bem se vê como são minoritários entre estes jornalistas - e o SVP, nacionalista, etnicista, que quer liberdade de expressão para os «racistas», nem sequer está presente. 

Isto no país onde há mais dez anos o SVP, nacionalista, anti-imigração, que quer liberdade de expressão para os «racistas», é precisamente o partido mais votado... o que mais uma vez confirma, sem margem para dúvidas, o imenso, e crescente, fosso ideológico entre o homem do povo e a elite político-cultural que controla os mé(r)dia dominantes e a cultura. Um exemplo ainda mais flagrante é este - a esmagadora maioria dos professores das universidades da maior potência do Ocidente, EUA, é de Esquerda e, ultimamente, está ainda mais à Esquerda: 
O caso suíço atesta, sem margem para dúvida, que mesmo tendo à partida contra si a prática totalidade da imprensa, mesmo assim o Nacionalismo do SVP/UDC avança e vence referendos, o que mostra, mais uma vez, que acima de todo o condicionamento cultural esquerdista, lavagem cerebral universalista e evangelização anti-racista, está o visceral, vital e primordial instinto do Povo em defesa do sagrado Nós - e, por isso, a Democracia, que é o poder do povo, constitui a maior aliada potencial do Nacionalismo.

Novas do partido "nazi" Svoboda

por A-24, em 23.03.14
Via Da Rússia


Na nova Ucrânia, finalmente liberta do corrupto e pro-russo presidente Yanukovitch, o poder, cada vez mais nas mãos dos libertadores apoiados pela União Europeia e Estados Unidos, recomendáveis cidadãos a mando de um dos partidos do poder impõe a sua recém-adquirida autoridade de forma enérgica e quem sabe mesmo, democrática.


Esta gente é reconhecida pelo Ocidente como os verdadeiros e legítimos representantes da Ucrânia.

Deixarei a minha filha estudar humanidades?

por A-24, em 22.03.14
Henrique Raposo

Há dias, Obama apontou o dedo para um pequeno tabu: um operário especializado ganha mais dinheiro do que um licenciado em história de arte; aquele técnico com formação profissional tem uma vida mais cómoda do que uma pessoa com formação superior em letras. Após a polémica presidencial, o debate prosseguiu na sociedade americana. Nós devíamos fazer o mesmo. Nós temos o dever de falar sobre este assunto sem tiques de prima dona. Deixarei a minha filha estudar letras? Deixarei a minha filha ingressar nas humanidades depois de saber o que aconteceu à minha geração?

Eu sou de letras, mas sei que Obama está a laborar num ponto importante: nós, ocidentais, estamos a perder a corrida das engenharias e das matemáticas. A matemática exige uma disciplina que os pais ocidentais já não sabem impor às crianças. Se nós achamos que os meninos não devem memorizar a tabuada até ao 10, que crueldade, meu deus, os pais indianos exigem às suas crianças uma agilidade mental até ao 19x9. Não por acaso, o medo da matemática é aquilo que empurra muita gente para os cursos de letras nos campus ocidentais. Nas ciências duras, as leis da gravidade são imutáveis e imunes ao nosso parlapiê. Nas humanidades, sobretudo nas humanidades pós-modernas, nós podemos fazer a nossa própria lei da gravidade, não é verdade? Além da óbvia fuga à matemática, o discurso de Obama apontou o dedo a outro erro que, aparentemente, os EUA partilham com Portugal: a menorização ou mesmo diabolização do ensino profissional.

Quer isto dizer que não deixarei a minha filha estudar letras? Não. Nós não podemos cair no extremo oposto, não podemos cair na visão utilitária, não podemos matar vocações. Contudo, a minha filha será confrontada com três alíneas que nunca entraram no contrato da minha geração, a saber: "(1) só vais para letras se essa for a tua vocação, não aceito escolhas baseadas na fuga à matemática; ir para letras para fugir à raiz quadrada não é vocação ou busca do sonho, é preguiça, uma preguiça que marcou milhares e milhares da minha geração, não vais repetir o erro. (2) Vais continuar a estudar matemática mesmo depois de entrares no agrupamento de humanidades; não podes perder a agilidade com os números. Quando acabares o curso superior em letras, o mundo pode fazer gazeta aos teus sonhos e, nessa altura, tens de estar preparada para mudar de caminho sem dramas; nessa mudança de caminho a matemática é fundamental. (3) Fica já a saber que o caminho das Letras é mais difícil do que os outros caminhos, é uma vida mais instável e pobre do que vidinha de alguém que segue economias, engenheiras, direitos, aliás, é mais instável do que o caminho do técnico profissional. Se escolheres letras, será um acto de coragem. O pai ficará orgulhoso, mas será mesmo coragem e não a inconsciência que marcou boa parte da minha geração. Se aceitas os termos do contrato, assina aqui em baixo". 

Escravatura

por A-24, em 20.03.14
João Vaz

Aproveitando a onda cavada pelo hollywoodesco 12 anos escravo, e porque é preciso manter vivo o sentimento de culpa do homem branco, acabam de ser lançados alguns volumes acerca do fenómeno da escravatura. A esquerdista Tinta-da-China editou uma História da Escravatura. Pela Antígona saiu um libelo acerca do assunto e, há algum tempo, já pela Texto e Grafia tinha saído outra obra geral acerca do tema. Não li nenhum dos trabalhos em questão, nem tenho qualquer intenção de o fazer. Folheei dois deles e bastou-me. Pelo que vi e pelo que não vi, calculo que o essencial seja o habitual: a vitimização dos não-europeus, a culpabilização dos europeus e dos brancos em geral. Omissão q.b. acerca da escravatura nas sociedades africanas de antes dos descobrimentos e na alimentação das redes de tráfico posteriormente, omissão q.b. acerca da escravatura levada a cabo em larga escala pelo mundo muçulmano e que teve como alvos principais não só os africanos, mas também os europeus, omissão q.b. acerca do carácter residual da escravatura na Idade Média e da oposição do catolicismo à prática. Meia dúzia de páginas acerca do fenómeno no mundo islâmico não é, propriamente, algo de muito equilibrado no corpo total de uma obra. Mas já sabemos em que consistem os objectivos deste tipo de trabalhos: a prossecução da ofensiva cultural contra a identidade europeia e contra os seus valores civilizacionais.

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