Sobre o Integralismo
por A-24, em 20.11.13
Plínio Salgado foi um político, escritor, jornalista e teólogo brasileiro que fundou o partido de extrema-direita Acção Integralista Brasileira (AIB), inspirado no fascismo de Mussolini.
De origem portuguesa, Plínio buscou conforto na doutrina católica após a morte da sua mulher, Maria Amélia Pereira, em 1919, e defendeu, nas obras que escreveu, o nacionalismo tendente ao universalismo como o verdadeiro nacionalismo: o nacionalismo cristão que "não deve ser exagerado nem superficial", mas "equilibrado e profundo, justo e lúcido", onde se espelha "a personalidade de uma Pátria, constituída pelo conjunto das personalidades congregadas no grupo nacional". Trata-se de um "nacionalismo defensivo" que se contrapõe ao "nacionalismo ofensivo" e xenófobo que se alicerça na ideia de superioridade e rejeita tudo o que vem de fora.
O nacionalismo defensivo não "desmente a inferioridade e ressalta as qualidades do país". Não se trata de negar o valor das outras culturas e de rejeitá-las só porque não são apreciadas por serem alienígenas, mas sim de não deixar que a sua apreciação e o seu reconhecimento coloquem em causa a nossa própria cultura a ponto de a extinguir. Não é nada contra o estrangeiro ou contra a cultura que vem de fora, pois nós podemos perfeitamente apreciar determinado actor internacional ou gostar de determinada culinária estrangeira. É preciso ter a consciência de que gostar ou apreciar algo que vem de fora não implica necessariamente perda de identidade, até porque é necessário protegermos a nossa língua e as nossas tradições sempre e, quando isso acontece, não receamos perder a nossa própria identidade. A confluência de culturas é nociva quando se dá num processo assimétrico que conduz a uma estratégia de dominação político-económica através da imposição cultural de um ou mais povos, que é o que actualmente acontece aos poucos no Ocidente. Neste caso, a palavra de ordem é a resistência.
O integralismo, também conhecido por nacionalismo integral, é de inspiração tradicionalista, ultra-conservadora e inspirada na doutrina da Igreja Católica. Teorizado pelo poeta e jornalista francês Charles Maurras, defende que cada nação necessita de um sistema político adequado, dando prioridade à preservação da cultura local, da tradição, dos costumes, opondo-se aos regimes alienígenas e à desfragmentação do Estado defendida pela Esquerda. As ideias de Maurras influenciaram muitos políticos da época, início do século XX, sendo um deles António de Oliveira Salazar, o fundador do Estado Novo.
in Blogue do Firehead