Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

A-24

Faleceu o pintor do retrato da esquina do Apolo no Funchal

por A-24, em 31.01.13

N.P. Uma notícia que só interessa a quem conhece
aquela cidade e algumas das suas personagens marcantes.


Faleceu ontem Joaquim da Luz, artista plástico que pintava com base em retratos, na esquina do Apolo, no Funchal, Madeira.


Chegou à Madeira em 1987 e fez da esquina entre o Café Apolo e a Avenida Arriaga o seu "atelier ao ar livre". Ganhava a vida retratando pessoas, mas após mais de duas décadas anos a pintar nesta esquina do Funchal, tornou-se ele também parte do retrato de uma cidade cosmopolita.
Dizia que "a rua era a maior galeria do Mundo". E foi ali que fez centenas e centenas de amigos.


No Facebook há já gente a lembrar Joaquim da Luz. É o caso do desenhador madeirense, neste caso de BD, Roberto Macedo Alves, que escreve: "A sua obra continuará a inspirar-nos. Esperemos que façam algo emblemático nessa esquina para recordar este Artista que era monumento vivo e referência na cidade".

O Bundesbank quer seu ouro de volta - mas sem pressa

por A-24, em 31.01.13

Ludwig Von Mises

Há quase duas semanas, o Bundesbank (o Banco Central da Alemanha) surpreendeu os mercados de todo o mundo ao anunciar que irá repatriar uma considerável porção de suas reservas de ouro que estão na França e nos EUA.  Para muitos, tal anúncio, vindo do segundo maior detentor de ouro de todo o mundo, foi um sinal de que está havendo uma crescente, embora ainda clandestina, desconfiança entre os próprios bancos centrais, possivelmente estimulada por suas divergentes políticas monetárias. 
Os alemães fizeram de tudo para arrefecer o alarmismo gerado por seu anúncio, enfatizando uma miríade de razões logísticas, práticas e históricas que deveriam servir para mostrar que seu anúncio, na verdade, era rotineiro.  No entanto, o tamanho, o escopo e o momento desta medida fazem com que seja difícil não crer que haja outros motivos de cunho mais estratégico.

Sendo anunciada durante uma época de suposta cooperação entre os bancos centrais de todo o mundo, a decisão alemã de repatriar bilhões de dólares em barras de ouro estava fadada a gerar algum susto.  No momento, o Banco Central alemão possui oficialmente 3.396 toneladas de ouro em seu balancete. Deste valor, 1.500 toneladas estão no Federal Reserve de Nova York e 374 toneladas estão em Paris.  A Alemanha anunciou que irá repatriar 674 toneladas de ouro -- 300 do Fed de Nova York (avaliadas em US$17,9 bilhões) e todas as 374 toneladas de Paris (avaliadas em US$22,3 bilhões). 

Marxismo Cultural: A estratégia primária da Esquerda Ocidental

por A-24, em 31.01.13

O filósofo Marxista Antonio Gramsci postulou que aquilo que sustém uma sociedade são os pilares da sua cultura; as estruturas e as instituições do sistema educacional, a família, o sistema legal, os média e a religião, na medida em que providenciam a coesão social necessária para uma sociedade funcional e saudável. Transformando os princípios que estas instituições personificam, pode-se destruir a sociedade que eles moldaram. O seu pensamento seminal foi adoptado pelos radicais dos Anos 60, muitos deles, obviamente, pertencendo à geração que actualmente detém o poder no Ocidente.
Gramsci acreditava que a sociedade poderia ser subvertida se os valores que a sustém fossem transformados para a sua antítese: se os seus princípios cardinais fossem substituídos por aqueles mantidos pelos grupos que eram considerados estranhos ou aqueles que activamente transgrediam os códigos morais de tal sociedade. Devido a isto, ele propôs uma "longa marcha através das instituições" como forma de capturar as cidadelas da cultura e transformá-los numa Quinta Coluna colectiva, minando-a através do seu interior, transformando e subvertendo completamente os valores cardinais da sociedade.
Esta estratégia está a ser levada a cabo até ao ponto mais ínfimo. A família nuclear foi largamente destruida. A ilegitimidade deixou de ser um estigma e passou a ser um "direito". A trágica desvantagem das "famílias" sem uma figura paterna foi redefinida como uma neutra "escolha de vida". Isto é tanto assim que muitos afirmam agora que as crianças não precisam dum pai e duma mãe, mas sim do apoio dum adulto "se preocupa".
O sistema de ensino/educacional foi devastado; o seu princípio nuclear de transmitir uma cultura para as gerações sucessivas foi substituído pela ideia de que o que as crianças já sabiam era de valor superior a qualquer coisa que o adulto valorizava. A consequência desta política "centrada nas crianças" foi a propagação do analfabetismo e da ignorância, e uma capacidade limitada para o pensamento independente.
A agenda dos "direitos", também conhecida como "politicamente correcto", subverteu a moralidade ao desculpar os erros dos auto-designados "grupos-vítima", tendo como base a ideia de que as "vítimas" não podem ser responsabilizadas pelo que fazem. A Lei e a Ordem foram igualmente minadas, com os criminosos a serem caracterizados como pessoas muito para além do castigo uma vez que eram "vítimas" do que foi classificada como uma sociedade "injusta".
Devido a isto, as feministas radicais, os grupos "anti-racistas" e os militantes homossexuais transformaram os homens, os brancos e especialmente os Cristãos (como os proponentes primários dos valores basilares da civilização ocidental) em inimigos da decência. Uma estratégia ofensiva de neutralização foi criada como forma de manter os propagadores dos valores da civilização ocidental na defensiva, essencialmente caracterizando-os como "culpados até prova em contrário". 
Esta forma de pensar revertida assenta na crença de que o mundo encontra-se dividido entre os poderosos - responsáveis por tudo que existe de mau - e os oprimidos - totalmente inocentes de qualquer mal. Isto é doutrina Marxista pura. Isto gerou a crença de que o sentimento nacional (nacionalismo) é a causa de muitos dos problemas no mundo, e, como consequência, instituições transnacionais como a União Europeia e a ONU, bem como as doutrinas que apoiam as leias internacionais em torno dos "Direitos Humanos", estão de modo incremental a passar por cima das leis e valores nacionais.
Estas instituições têm um compromisso com o relativismo moral e cultural, que coloca grupo contra grupo e garante um poder supremo e anti-democrático aos burocratas que não só estabelecem as regras da "diversidade", como tornam ilegal qualquer tipo de voz contrária às atitudes permitidas. 


A doutrina do "oprimido e do opressor" é a grande mentira que muitos dentro das elites esquerdistas usam para justificar o seu apoio às formas de pensar totalmente divorciadas da realidade e da natureza humana em si. Fundamentalmente, a aquisição de poder encontra-se no âmago do sistema de crenças esquerdista, usando para isso os "soldados rasos" como os "verdadeiros crentes". (Stalin referiu-se a estes como "idiotas úteis".)

Fonte

* * * * * * *
Uma vez que o propósito primário (único?) da elite esquerdista é a aquisição de poder absoluto, é bom lembrar aos militantes homossexuais e às feministas (idiotas úteis do esquerdismo) que se eles forem bem sucedidos nos seus planos de subversão cultural, todos nós (eles inclusive) seremos governados por um sistema político autoritário. 
A tragédia dos idiotas úteis é que, como dizia Yuri Bezmenov, eles só se apercebem que estão do lado errado da moral e da decência quando a bota esquerdista se assenta de modo firme sobre os seus pescoços; a feminista só se vai aperceber que foi enganada quando vir o governo esquerdista a ignorar por completo muito do genuino sofrimento pelo qual muitas mulheres ocidentais atravessam, especialmente em países que deveriam ser "paraísos feministas" (Suécia ou Holanda).
Semelhantemente, os militantes homossexuais só se aperceberão que a sua integridade física toma um lugar subalterno (sempre que isso entra em rota de colisão com a agenda da esquerda política) quando situações como esta se tornarem lugar comum.
Tal como aconteceu com os idiotas úteis que foram descartados por todos os revolucionários mal estes conquistaram o poder total, vai ser irónico observar, num futuro cada vez mais próximo, as feministas e os activistas homossexuais a adoptarem um discurso mais conservador quando se mentalizarem que a sua luta pela "igualdade" foi um logro, e que eles mais não foram que peões descartáveis do jogo de xadrez político que teve como profetas importantes Karl Marx e os seus discípulos da Escola de Frankfurt.
In Marxismo-Cultural

O desemprego aumenta e os salários baixam, mas não para "dançarinas" romenas

por A-24, em 30.01.13
O seguinte screenshot foi retirado do mais popular site de emprego na Roménia, http://www.tjobs.ro para os cidadãos daquele país que queiram emigrar. Quase todos os destinos oferecidos aos romenos dizem respeito à Europa Central e do Norte com particular destaque para a Alemanha e o Reino Unido, mas também é possível encontrar Portugal como um desses destinos de trabalho...muito bem remunerado!

(clicar para ampliar)

No referido anúncio e pese a deficiente tradução do Google de romeno para português é possível verificar que os baixos salários praticados por este país, não dizem respeito a todas as categorias profissionais nem à origem dos trabalhadores, sobretudo se se tratarem de "dançarinas", portanto cai por terra a falácia de que os imigrantes vêem para aqui ganhar menos que os nacionais. Ora atentem ao seguinte excerto: 

Loc de muncă: Dancers for Coimbra
inShare
Poziţii: 10
Ţara: Portugalia
Oraş: Coimbra
Tip post: Full time
Beneficii: Nu sunt mentionate.
Salariu: 1000 - 2500 euro
Data expirării: 08/02/2013
Se acceptă CV în limba: română şi engleză
Descriere job
LOCATION:
Portugal, Coimbra

CLUB PROGRAM: 
Open from 23.00h until 05.00h
(Monday-Saturday)

Accommodation:
Provided by the club and it is 25€ per week.

TRANSPORT: 
The dancers have to buy their own tickets. (Plane/bus/etc.)
The transport from/to the station/airport is provided by the club.
Payment:
The dancers receive 50euro/day.
If the dancers earn less than 300 € per week, the salary will be 40€
Comissions:
Commissions for the drinks:
The dancers receive 40% from every drinks.
Cocktail –from 20€ to 50€
Mini Gancia- 70€
National-from 100€ to 200€
French Champagne – from 300€ to 800€

Commissions for the dances:
The dancers receive 50% from every private dances.
The price of the private dances is from 50€ to 400€. 
Cerinţe job
Limba straina: Engleză: Incepator
REQUIREMENTS:
• Minimum age 18 years, 
• pleasant appearance, 
• a minimum of English, 
• communicative, serious minded and ambitious.
Dress code:
Dancers must be dressed with a sexy outfit to promote a professional atmosphere.
Documents:
Passport/ ID.
Alte informaţii
nu există

Entre 1000 a 2500 euros por mês para trabalharem em Coimbra. 
Os nossos empresários, sobretudo os da noite continuam a garantir emprego e bons salários.
Portugal tem futuro e liquidez.

Cultura africana no seu melhor

por A-24, em 30.01.13
Quatro dos países em competição na Taça das Nações Africanas em futebol (CAN) estão a gerar polémica por sugerirem que as mulheres devem ser afastadas dos estádios e dos jogos, por darem “azar”.
A imprensa local da África do Sul, que alberga a 29.ª edição do CAN, citou um elemento da organização do campeonato que confirmou que as equipas de Gana, República Democrática do Congo, Mali e Níger apresentaram queixa contra a presença de mulheres, por acreditarem que elas trazem “azar” e têm poderes de “bruxaria”.
De acordo com o portal Allafrica, que cita o diário sul-africano Daily Sun, as equipas de Gana, República Democrática do Congo, Mali e Níger pediram aos funcionários que trabalham no estádio Nelson Mandela, em Joanesburgo, que não deixem que as mulheres entrem no piso onde se situam os balneários dos jogadores.
A rádio Voice of America noticiou o assunto, tentando, ela própria, confirmar a informação junto das delegações dos quatro países, mas sem sucesso. O mesmo aconteceu quando tentou obter esclarecimentos junto da organização do campeonato. A agência Lusa enviou um email à organização da CAN, mas ainda não recebeu resposta.
Porém, o assunto já chegou aos ouvidos das autoridades sul-africanas, que não se coibiram de o comentar.
A comissária para a igualdade de género sul-africana, Javu Baloyi, condenou o pedido de proibição de entrada de mulheres nos estádios. “As mulheres vão a jogos de futebol para apoiar as suas equipas e não para distrair os jogadores. Ganhar ou perder nada tem a ver com as mulheres”, assinalou.
“Compreendemos que diferentes culturas e diferentes países do continente tenham diferentes crenças, mas aqui, na África do Sul, é preciso respeitar a lei sul-africana e é um absurdo dizer que as mulheres dão azar”, afirmou Troy Martens, porta-voz da Liga de Mulheres do Congresso Nacional Africano (ANC, partido no poder).
Na África do Sul, acrescentou, “as mulheres são fervorosas apoiantes de futebol, vão assistir a muitos jogos e nunca houve um caso em que uma mulher desse azar”.

Qatar terá comprado a organização do Mundial de 2022?

por A-24, em 30.01.13

Nada mais certo. creio que não houve ninguém que tenha ficado impávido à nomeação deste micro-país árabe para a organização do Mundial. Muito mandam os petro-dólares e a Nova Ordem Mundial nesta nomeação... para além da corrupção. Futebol, um mundo cada vez mais sujo. 

"Uma das decisões mais polémicas que a FIFA tomou nos últimos anos foi a entrega da organização do Mundial 2022 ao Catar. Contudo, esta escolha pode não ter sido totalmente feita às claras. De acordo com a revista francesa France Football, o país árabe comprou votos das federações para garantir a sua eleição e a FIFA, em conjunto com as federações de França e dos Emirados Árabes Unidos, foram cúmplices da suposta trama.
Num dossier de 20 páginas denominado ´Catargate´, a publicação gaulesa coloca o presidente da UEFA, Michel Platini, como um dos organizadores das negociações com os cataris. Platini reconheceu ter estado presente num jantar com o presidente francês Nicolas Sarkozy e o primeiro-ministro do Catar, no qual, segundo a France Football, se poderão ter combinado os votos.
Finalmente, no dia 2 de dezembro de 2010, o Catar foi eleito sede do Mundial 2022. O país árabe venceu com votos de 14 dos 22 membros do executivo da FIFA, batendo a candidatura dos Estados Unidos da América, que surgia como favorita.
Pouco depois, o presidente da UEFA reconheceu que votou no Catar: «Votei no Catar porque era o momento de ir a um país dessa parte do Mundo. Tinham sido candidatos cinco vezes», explicou.
Esta não é a primeira vez que se suspeita da eleição do Catar como país sede do Campeonato do Mundo. Há uns meses, o ex-vicepresidente da FIFA, Jack Warner, insinuou a possibilidade de que quatro membros do comité receberam 20 milhões de dólares a troco do seu voto a favor da candidatura do Catar. Os supostos quatro membros eram o camaronês Issa Hayatou, o paraguaio Nicolás Leoz, o argentino Julio Grondona e o guatemalteco Rafael Salguero."

Ascensão e queda do mais antigo banco do mundo

por A-24, em 30.01.13

Fundado em 1472, o banco Monte dei Paschi contribuiu para elevar Siena à vanguarda em termos de qualidade de vida e governação. Mas o escândalo político e económico que eclodiu em torno do “MPS” pode marcar o fim de um sistema e de uma época.
“Siena está rubra, mas de vergonha”: comenta um observador atento dos assuntos de Siena, durante uma pausa para café, sobre as mais recentes revelações sobre as enormes perdas do banco. Há que dizer que há quase 700 anos que os habitantes de Siena têm diante dos olhos a melhor representação do estado de espírito da sua cidade. A Alegoria dos Efeitos da Boa e Má Governação, o conjunto de frescos de Ambrogio Lorenzetti [que adorna o Palazzo Pubblico, hoje sede da Câmara Municipal], mostra a cidade em ruínas e os campos abandonados, quando deixados nas mãos da “má governação”.
Roberto Barzanti, figura respeitada da esquerda local, grande presidente da Câmara do Partido Comunista (PCI) na altura em que o Monte dei Paschi comemorou o 500º aniversário da sua fundação, atribui os males de hoje ao “espírito supersticioso de Siena”, responsável pelo abraço ininterrupto entre responsáveis do banco e da vida política local.
“A transformação, em 1995, da antiga instituição de direito público numa sociedade por ações teve aqui repercussões mais perturbadoras do que em qualquer outro lugar”, afirma o ex-deputado europeu. “Os habitantes de Siena tiveram muita dificuldade em compreender a diferença entre as atividades filantrópicas do 'Monte' e as do banco propriamente dito, que deveriam concretizar-se, as primeiras como fundação e as outras como banco cotado na Bolsa. Quando esse passo foi finalmente dado, as coisas realmente mudaram, mas foi feito de tudo para que realmente nada mudasse.”

Vaca leiteira

Daí nasceu aquele “emaranhado harmonioso”, que mantinha a velha Democracia Cristã e o antigo Partido Comunista, a Igreja e a Maçonaria, sindicalistas e banqueiros. As nomeações para o banco eram decididas em reuniões dos partidos, as do município no banco – nos últimos 25 anos, todos os presidentes de Câmara de Siena começaram as suas carreiras no Monte dei Paschi, à exceção do último, Franco Ceccuzzi, que permaneceu no cargo pouco mais de um ano e foi também ele oprimido pela crise do “Monte”. O “Pai Monte”, como é chamado. Ou a “vaca leiteira”, segundo as más-línguas, no sentido de que todos os que por lá passaram não se coibiram de a ordenhar.
E pode-se dizer que havia leite em abundância, e para todos: de 1995 a 2010, a Fundação distribuiu, só por si, “no território” quase €2 mil milhões. Estradas, recuperação de património, clubes desportivos e associações de voluntários, seguindo uma distribuição rígida que fez com que ninguém, independentemente da sua cor política, se pudesse queixar com razão.

Sistema feito em pedaços

Há um ano, o jogo acabou, quando a Fundação descobriu que estava à beira do abismo. A partir daí, tudo se precipitou. O Partido Democrata [herdeiro do PCI] local perdeu força quando uma parte (a do partido da Margarida) se recusou a dar um voto de confiança ao presidente da Câmara, Franco Ceccuzzi, aquando da apresentação do orçamento, por discordar da distribuição dos subsídios atribuídos pela Fundação.
Enquanto o mundo político local se vê dilacerado perante os destroços do “sistema de Siena”, hoje feito em pedaços, a sociedade civil vê incerto o seu futuro. A austeridade imposta pelas contas no vermelho levou, nos últimos dias, a cortes drásticos em financiamentos e patrocínios. O primeiro a sofrer cortes foi o clube de futebol, o Siena Calcio, cujos subsídios foram brutalmente reduzidos, segundo consta, de quatro para dois milhões de euros, e a equipa de basquete, o Mens Sana, a grande paixão desportiva dos cidadãos de Siena, que viu os patrocínios baixarem de doze para quatro milhões de euros. Mas não ficou por aqui. Os subsídios do famoso palio [o hipódromo de Siena] também sofreram um corte de €250 mil, ou seja, 15 mil a menos por cada contrada [bairro] participante. Parece pouco, mas tem grande valor simbólico.
“Paradoxalmente, o fim dos apoios financeiros pode ter pelo menos um aspeto positivo. Nesta altura já todos compreenderam que uma determinada época acabou, para sempre”, escreve no seu blogue o “Herético de Siena”, um comentador precioso sobre diversos acontecimentos da vida de Siena.

O i tentou sobreviver um dia inteiro só com produtos portugueses

por A-24, em 29.01.13
"Horas de acordar. Da cama à cozinha são uns passos, os suficientes para chegar ao balcão e encher um copo com água. Só com metade do caudal já bebido se desvenda a primeira falha: ao fundo do copo lê-se “Made in Bulgaria”, sinal da expansão de uma gigante multinacional de produtos domésticos. Nem um minuto tinha passado e já se infringia a linha traçada para o último sábado – ficar longe de tudo o que não fosse português ou produzido em Portugal.
Na cozinha, o objectivo definido tornou óbvios os primeiros desafios. Mais que o espaço de confecção, a cozinha é um reflexo do mesmo desequilíbrio que os euros causam na balança comercial portuguesa – houve mais dinheiro gasto a comprar produtos fabricados lá fora do que nos produzidos cá dentro. Entre Janeiro e Novembro de 2011, os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram uma diferença (ou um défice, se preferir) de 9 mil milhões de euros entre exportações e importações. E isto reflecte-se no pequeno-almoço, quando o pão teve de fugir à torradeira alemã e à manteiga francesa, e o leite foi bebido sem o frio do frigorífico norte-americano ou o quente que lhe daria o microondas sul-coreano. A regra imposta riscou quase tudo o resto: fogão, forno, máquina de café ou máquina de lavar roupa. O selo estrangeiro era comum a todos, e só um nome os tornaria utilizáveis: Meireles, a única marca portuguesa fabricante de electrodomésticos.
O próximo destino é a casa de banho, onde a tarefa se complicou. A toalha e o gel de banho eram de fabrico português, mas com pouco mais se pôde contar: o champô veio do Reino Unido, e holandesas eram a pasta e a escova de dentes. A barba ficou como estava, pois a máquina de barbear era norte-americana, e em prol da higiene quebrou-se a regra com o desodorizante, de etiqueta francesa.
Foi precisamente para etiquetas e códigos de barra que surgiu o apelo de uma iniciativa germinada em conversas de café. No Verão de 2005 surgia o Movimento 560, cujo apelido de três números, ao contrário do que muitos pensam, nem sempre é sinónimo e garantia de produção nacional. “A dúvida principal é sempre saber se o 560 [primeiro trio de número no código de barras] significa que o produto é nacional, ao que tentamos sempre que possível responder que é apenas um passo”, esclareceu ao i um deles, ao lembrar a necessidade de “verificar sempre a origem”. Apesar de hoje contar com mais de 11 mil fãs na sua página de Facebook, Pedro Cavaco considerou o consumo e o apoio de marcas portuguesas “algo que devia ser intrínseco”, pois, se assim fosse, “talvez não tivéssemos de atravessar problemas tão grandes como os actuais”. “Mais do que um dever, o incentivo ao que se faz por cá é uma necessidade”, acrescentou o co-fundador da iniciativa, que deu o mote a outras, hoje mais mediáticas.
A Compro o Que É Nosso, criada em Outubro de 2006 pela Associação Empresarial de Portugal, colocou um “P” com as cores nacionais nos produtos portugueses das mais de mil empresas aderentes. Ou a Portugal Sou Eu, lançada pelo governo em Dezembro, que se propôs “aumentar a produção nacional” e “criar condições para aumentar o número de empresas com potencial para exportar”. Na altura do seu lançamento, Carlos Oliveira, secretário do Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, explicou que, “se num cabaz de compras de 100 euros de produtos importados passarem a ser comprados cinco euros de produtos” com a etiqueta da iniciativa, o impacto será de “pelo menos 700 milhões de euros anuais”.
Após o banho, a consulta ao armário é mais demorada que o habitual. As preferências estéticas são trocadas por um único critério: a busca de roupa fabricada em Portugal. A procura acaba com uma T-shirt outrora esquecida e uma velha camisola de lã, resgatada de uma loja de comércio local. Mas não foi imaculada: um par de ténis vindos do Vietname e umas calças de fabrico turco mancharam o registo. A visita matinal à cozinha resultara numa outra necessidade – a de visitar o mercado da zona em busca de almoço, face à interdição do fogão e do frigorífico. A caminho do mercado, e sem telemóvel ou relógio (de fabrico chinês), fico a saber que o dia já vai a meio pelas 12 badaladas que o sino da igreja faz ecoar nas ruas. Chegado ao destino, paro na banca de Aurora de Brito, comerciante com 60 dos seus 73 anos feitos no Mercado de Campo de Ourique. Lembra com saudade os tempos em que “as pessoas se atropelavam umas às outras” nos corredores, antes de falar com orgulho da sua banca, onde só as uvas – fora de época – destoam de uma variedade de frutas alimentadas durante todo o ano por alguns pomares situados perto de Alcobaça. Fala dos jovens, que acusa de “preguiça” e de “não saberem cozinhar”, uma de muitas queixas contra a tendência de migração de clientes para os supermercados. Num deles, a menos de 500 metros, as maçãs, espanholas e francesas, ou os alperces sul- -africanos vincam os sinais de importação na bancada reservada aos frutos e vegetais, que tinha tanto de português como de estrangeiro. Cabe às pessoas optarem. Uma opção cuja importância foi resumida por Pedro Cavaco: “Vivemos em sociedade e temos de compreender que existem preocupações e problemas que nos são comuns, e que a solução parte de um conjunto de atitudes que têm de ser partilhadas.”
O resto do dia é preenchido em casa, sem computador, internet, ou até luz artificial – candeeiros há vários, mas em todos havia lâmpadas de marca e produção estrangeira. O regresso ao passado fez- -se à luz de velas, que à falta de televisão e rádio (ambos japoneses) foram iluminando a leitura de jornais até ao jantar. A última refeição do dia faz-se fora, num restaurante perto de casa, confiando numa combinação apalavrada no dia anterior, sem direito a confirmação por telefone. A companhia aparece e a garantia é dada por quem serve: os produtos confeccionados vinham quase todos do mercado ali perto. À falta de carro ou táxi com prova de fabrico português, o regresso a casa foi pronto. Uma noite de sono depois, acordava num mundo que já não era exclusivamente português. Mas tinha regressado ao século xxi" iOnline

Mais desemprego e mais isolamento cultural e recreativo

por A-24, em 29.01.13
N.P. Com bilhetes a rondarem os sete euros, com o IVA que subiu de 6 para 13%, com o balde de pipocas, bebidas e afins, o pacote para assistir a um filme pode atingir os vinte euros, o que tornou o cinema um luxo ao alcance de poucos. Ah e tal, tem de ser com austeridade que lá iremos! Resultados: Mais desemprego e mais isolamento cultural e recreativo, sobretudo para quem mora longe dos grandes centros urbanos. Assim vai Portugal.
"A exibidora Socorama Castello-Lopes vai encerrar até quinta-feira 49 das 106 salas de cinema que detém, levando ao despedimento de 75 trabalhadores, disse na terça-feira à agência Lusa um dos responsáveis da empresa. Desses 49 ecrãs, oito representam a inexistência de exibição cinematográfica no arquipélago dos Açores (quatro salas) e no distrito de Viana do Castelo (quatro salas), ficando também Covilhã, Loures, São João da Madeira, Guia e Seixal sem cinemas (32 salas).

A decisão afectará oito complexos de cinema localizados em centros comerciais do grupo Sonae Sierra [do mesmo grupo a que pertence o PÚBLICO] em Viana do Castelo (quatro salas, as únicas no distrito), São João da Madeira (cinco ecrãs, os únicos da localidade), Covilhã (quatro salas, as únicas no concelho, restando um cinema multiplex na sede do distrito de Castelo Branco), Leiria (sete salas), Loures (o fecho das sete salas da Castello-Lopes faz com que a cidade fique sem cinemas), Seixal (fica também sem cinemas fechando a exploração destes sete ecrãs), Guia (nove salas que ficam sem exploração) e Ponta Delgada (quatro salas, as únicas do arquipélago dos Açores).

“Não conseguimos chegar a acordo [com a Sonae Sierra] para dar continuidade à exploração de cinema. Eram condições impossíveis de continuar dada a quebra no sector”, justificou João Paulo Abreu, da administração da exibidora. Questionado pelo PÚBLICO quanto a essas condições e às negociações com a Sonae Sierra, João Paulo Abreu indicou apenas que "os preços estipulados" eram incompatíveis com "as quebras significativas" sofridas pela Socorama-Castello Lopes Cinemas em termos de receitas provenientes das bilheteiras.
O despedimento colectivo abrangerá 55 trabalhadores. Além destes, a empresa não renovará contrato com outros 20 funcionários. João Paulo Abreu afirmou que os trabalhadores serão informados da decisão até quinta-feira.
O administrador lamentou o encerramento das salas, pelos despedimentos e pela redução de oferta cinematográfica em algumas localidades - como Viana do Castelo e Ponta Delgada - e afirmou que a empresa “tentará reunir as condições para manter as outras salas”. Ao PÚBLICO, João Paulo Abreu adiantou que a Socorama-Castello Lopes vai "sofrer uma reestruturação profunda" para "continuar com os outro oito complexos em funcionamento", que incluem cerca de 40 ecrãs de cinema.
A Socorama Castello-Lopes detém 106 salas de cinema e em 2012 registou 12,6 milhões de euros de receita bruta de bilheteira. Apesar de ser a segunda maior exibidora, atrás da Zon Lusomundo Cinemas, a Castello-Lopes registou uma quebra de 1,7 milhões de euros em relação a 2011. Quanto ao número de espectadores, de acordo com dados do Instituto do Cinema e Audiovisual de 2012, a empresa registou também quebras - por retracção do consumo dos portugueses - de cerca de 375 mil bilhetes vendidos.
Em 2011, já tinha sido dado um alerta sobre as condições laborais da empresa, quando os trabalhadores anunciaram a realização de uma greve pelo pagamento em atraso do subsídio do Natal. Na altura, a greve envolveu projeccionistas, funcionários de bilheteira e gerentes de sala da exibidora.

Por que nos tornamos tão ricos? Aparentemente, ninguém sabe

por A-24, em 28.01.13
Ludwig Von Mises

Ao longo de toda a história humana, de tempos em tempos, um grupo que até então não usufruía nenhuma vantagem específica sobre nenhum outro grupo repentinamente dá um salto para a frente e passa a se sobressair em relação a todos os demais. Ninguém sabe por que isso acontece ou como isso acontece. Mas o fato é que acontece.
No final do século XVII, a Escócia era conhecida apenas pelos rigores de seu clima, por sua paisagem e por sua teologia calvinista. A produção de algodão vinha ocorrendo há séculos, mas a Escócia continuava sendo um país atrasado. E então, sem nenhum aviso, os escoceses começaram a dominar o pensamento europeu. Adam Smith chegou atrasado nesse processo. Antes dele houve Francis Hutcheson. Houve Lord Kames na área do direito. Houve o poderoso intelecto de David Hume. Houve Adam Ferguson na teoria social. O pensamento social nas ilhas britânicas e na América do Norte passou ter uma orientação crescentemente escocesa.
E então, no século XIX, os escoceses começaram a dominar a indústria. Começou com James Watt e sua máquina a vapor. Isso foi expandido, nos anos 1820, para uma nova invenção: as ferrovias com locomotivas a vapor. E então vieram as estradas macadamizadas, assim chamadas em homenagem ao engenheiro escocês John Loudon McAdam. Depois surgiram as ceifadeiras, criadas por Cyrus McCormick, e as siderúrgicas, criadas por Andrew Carnegie. Ambos eram escoceses que viviam nos EUA. Mais tarde, no início do século XX, os escoceses foram substituídos pelos judeus.

Pág. 1/8