Segundo o ranking da inglesa "Times Higher Education" há quatro escolas portuguesas entre as 400 melhores universidades do mundo. A universidade de Aveiro é a mais bem posicionada, em 304.º lugar, graças, sobretudo, à sua exposição internacional, quer seja pelo número de alunos e professores de outras nacionalidades, quer pela publicação de artigos em colaboração com investigadores estrangeiros. Este é, aliás, o critério, em que também as universidades de Coimbra (355.º) e a Nova de Lisboa (380.º) conseguiram melhor pontuação. A universidade do Porto (333.º) obteve a sua nota mais alta no critério 'citações - influência da investigação', ou seja, devido ao elevado número de vezes que os artigos publicados pelos seus investigadores são citados no estrangeiro, Não admira, se tivermos em conta que esta instituição é a que mais produz artigos científicos em Portugal.
304.º - Universidade de Aveiro
É conhecida pela qualidade da investigação e pela forte interação com o meio industrial. Foi criada em 1973 para preencher algumas lacunas formativas, e rapidamente se assumiu como uma instituição de ensino dinâmica, com propostas de licenciaturas inovadoras e com uma filosofia fora da caixa - o motor de busca português SAPO nasceu no seu campus. Tem uma oferta de cursos muito abrangente (mais de 50 licenciaturas e 70 mestrados), distribuídos por 16 departamentos, quatro escolas e 18 centros de investigação. O seu campus tem 92 hectares, é considerado uma pequena cidade, onde interagem cerca de14 mil alunos e mais de mil professores.
333.º - Universidade de Porto
É fruto da revolução de 1910 e integra hoje 14 faculdades, uma escola de pós-graduação e 69 unidades de investigação. É responsável por 20% dos artigos científicos publicados em Portugal, o que a torna a maior produtora de Ciência do país. Tem uma oferta curricular de 719 cursos, lecionados por 2300 professores (76% são doutorados) para uma população de 31 mil estudantes (dos quais quase 7% são estrangeiros). Pelas suas escolas passaram o filósofo Agostinho da Silva, o arquiteto Siza Vieira, o empresário Belmiro de Azevedo e o pintor Júlio Pomar.
355.º - Universidade de Coimbra
Foi a primeira universidade portuguesa e é uma das mais antigas do mundo. Criada em 1290 por D. Dinis, oferece 231 cursos, divide-se em 8 faculdades e serve cerca de 24 mil alunos. Nela se formaram seis presidentes da República, quatro primeiros-ministros, Egas Moniz, o primeiro Nobel português, o escritor Eça de Queiroz, o poeta Camões e o treinador de futebol Artur Jorge. Tem uma forte ligação às empresas através da investigação e desenvolvimento tecnológico feito pelo Instituto Pedro Nunes, que serve também como incubadora de ideias e de empresas.
380.º - Universidade Nova de Lisboa
É a mais nova das universidades públicas de Lisboa, o que não a impede de entrar nos vários rankings que avaliam as escolas portuguesas. Foi fundada em 1973 e integra cinco faculdades, três institutos e uma escola, distribuídas por dois campus - Lisboa e Monte da Caparica. Tem quase 1500 docentes e mais de 18 mil alunos. Entre as personalidades a que atribuiu o Doutoramento Honoris Causa destacam-se vários prémios nobel, como o economista (e pai do euro) Robert Mundell, o químico Robert Huber e ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
O número de ataques racistas contra imigrantes aumentou durante o mês sagrado muçulmano do Ramadão, culminando com o assassinato de um jovem iraquiano de 19 anos, no exterior de uma mesquita improvisada no centro de Atenas, a 12 de agosto. O rapaz foi esfaqueado até à morte por cinco motociclistas, segundo a polícia. Os atacantes já tinham sido vistos anteriormente a tentarem atacar imigrantes romenos e marroquinos. Ainda não foi preso nenhum suspeito deste assassinato e a frequência de ataques racistas tem vindo a aumentar, diz o Kathimerini:
Não há juízes em Atenas? Não há procurador? Estas questões levantam-se porque, ao que parece, há bandos de criminosos à solta na cidade que espancam, esfaqueiam e matam seres humanos e, no entanto, nenhuma autoridade do Estado parece querer ou poder fazer alguma coisa.[…]
Este país nunca foi de meios termos. Do progressismo superficial que levou as autoridades à inação no que diz respeito aos imigrantes ilegais, estamos agora no outro extremo do espetro: o fascismo da indiferença quando essas pessoas são assassinadas. […] Não fizemos caso quando essas pessoas entraram no país sem autorização. E, do mesmo modo, não queremos saber quando alguém as espanca. Enquanto isso, as autoridades continuam a não conseguir cumprir os seus deveres.[…]
Precisamos de um procurador que cumpra os seus deveres, aplicando a lei, um procurador que investigue quais são as ligações entre agentes da polícia e [o partido neonazi] Aurora Dourada, um procurador que reforce a aplicação das leis na rua. O país não pode continuar refém de bandos que reclamam estar a defender o seu próprio entendimento da legalidade.
“O assassinato ocorreu no contexto de uma repressão sem precedentes contra os imigrantes clandestinos na região da grande Atenas”, escreve o jornal I Kathimerini. A operação anti-imigração, "contraditoriamente batizada com o nome de código Xénios Zeus, inspirada no nome do antigo deus grego da hospitalidade, levou, até agora, à prisão de 1596 imigrantes ilegais. Um total de 7361 estrangeiros já foram notificados para controlo”. Enquanto isso, escreve o diário, “nos últimos seis meses, na Grécia, houve cerca de 500 ataques com motivações racistas, segundo a Associação dos Trabalhadores Migrantes”.
Vista geral da 8ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio, em Dezembro de 2011, Genebra, Suíça. Foram necessárias quase duas décadas para a Rússia se livrar do isolamento económico herdado do regime comunista e aderir à Organização Mundial do Comércio (WTO na sigla em inglês), tornando-se o 156.º membro desta união de comércio livre.
Após anos a defender a retórica proteccionista, dando apoio às vozes que antecipam uma quebra na produção russa à medida que crescem as importações, Vladimir Putin acabou por assinar o documento de adesão a 21 de Julho, muito tempo depois de ter afirmado que a «WTO precisa mais da Rússia do que a Rússia da WTO».
A Rússia, uma das maiores economias do mundo, entrou para esta organização sediada em Genebra, na Suíça, no mesmo dia da adesão de Vanuatu, um dos mais pequenos estados do mundo.
«Ambas as adesões mostram que a vontade de participar na WTO continua grande em muitos países», afirmou o director da organização, Pascal Lamy, antes de lembrar que «o comércio pode ser uma base estável para o crescimento económico».
Ao aderir ao acordo de Marraquexe, Moscovo compromete-se a baixar o imposto sobre a importação de bens dos actuais 9,6% até 7,5%. E também baixará o investimento estatal na agricultura de 9 mil milhões de dólares em 2012-13 para 4,4 mil milhões em 2018.
Por outro lado, a União Europeia também se compromete a abolir as quotas de mercado dedicadas à importação de metais russos, ao mesmo tempo que se triplicam as quotas de exportação de madeira e se mantêm intactas as condições de negociação de petróleo e gás natural.
“Pobre mas sexy”, a capital alemã é um centro criativo e vanguardista e vive dos subsídios pagos pelos outros ‘Länder’. Para a população de Berlim ser assalariado é uma angústia e o subsídio universal uma esperança. Retrato mordaz traçado pelo bloguista Don Alphonso.
O meu amigo H. sente-se angustiado, porque chegou a uma idade crítica e está a aproximar-se o momento em que a economia real o incluirá na categoria dos “trabalhadores idosos”. No entanto, em Berlim, com alguma habilidade, é possível chegar a meio da casa dos 40 anos sem nunca ter exercido uma atividade regular. H. não faz parte da massa de eternos adolescentes que montam projetos gratuitamente: trabalhou nos meios de comunicação. Quando o conheci, em Berlim, há cerca de 8 anos, H. vivia sem pensar no futuro e gastava sem fazer contas.
Hoje, é dono de bens imobiliários, retomou os estudos e sente-se angustiado. E, por se sentir angustiado, defende a criação de um subsídio universal. Este permitir-lhe-ia viver com maior liberdade, afirma. E evitaria que todos os outros sofressem a opressão de trabalhar em troca de um salário miserável. Para si, o subsídio universal seria uma libertação de ordem psicológica. Continuaria a trabalhar a sério. Quer simplesmente libertar-se do medo irracional que sente.
Uma ameaça para o Estado social
1.000 euros líquidos: é o mínimo necessário para se viver um mês, em Berlim. É o que se ouve dizer. Por mais poupado que se seja, será preciso que alguém – o Estado, o patrão, a família ou os amigos – arredonde as contas.
A wiki de Christian Heller, pioneiro da era digital, permite fazer uma ideia, quase ao cêntimo, do número de dias que um jovem se pode aguentar, alimentando-se apenas de chocolate, espetadas de frango e sopa instantânea. Quando a entrada de dinheiro é maior que o previsto, é altura de comprar os novos produtos da Apple e de publicar entradas no Twitter. Quando já não há entrada de dinheiro, discute-se na Internet se será melhor tentar esquecer com erva ou com cerveja. A rotina profissional da geração dos pais é um modelo degradado – é o que se pensa.
Secretário-geral do Partido Pirata e natural de Berlim, Johannes Ponader está familiarizado com este tipo de postura. As opiniões sobre a sua pessoa divergem e ele próprio considera-se como “alguém que faz mexer os segmentos da sociedade”. Outros consideram-no uma ameaça ao Estado social. Porque Johannes Ponader não é apenas um defensor inflamado do subsídio universal: chegou ao cargo que ocupa por ter prometido ao partido dedicar 40 horas semanais do seu tempo a esta atividade não remunerada. Apesar de o subsídio de desemprego de longa duração ter sido instituído para incitar as pessoas a regressarem rapidamente ao mercado de trabalho, Johannes Ponader considera-o uma ajuda financeira destinada ao partido. “O Estado paga-me para eu poder viver e o meu compromisso político é consequência do facto de viver.”
Berlinenses versáteis e oportunistas
O facto de ouvirmos esta posição do Partido Pirata sobretudo em Berlim talvez tenha igualmente a ver com o estado em que a cidade se encontra: Berlim (des)funciona desde 1945 com base no princípio do subsídio universal ou, para utilizar a expressão corrente, da “repartição dos recursos entre os Länder”.
Quer se trate do aeroporto de Berlim ou dos escândalos que envolvem bancos regionais, dos comboios suburbanos ou da incapacidade da cidade de tornar as ruas praticáveis no inverno, Berlim vive num estado permanente de insolvência não declarada e depende, ano após ano, de transfusões dos Länder mais ricos, cujo desempenho e cuja produtividade de “pequeno-burgueses” são olhados de alto: o filósofo da era digital Michael Seemann escreveu um artigo que falava do “sistema de valores de uma sociedade obnubilada pelo desempenho e afogada numa ética protestante do trabalho”. Considerada ultrapassada, a província é desdenhada – o que, no entanto, não a isenta de ter de pagar a contribuição para a sua agitada capital.
No seu excelente romance Mandels Büro [O escritório Mandel, não traduzido em português], Berni Mayer traça o retrato dos berlinenses versáteis e imobilistas. Os heróis do livro perdem os seus meios de subsistência e decidem tentar a profissão de detetive, mas veem-se rapidamente ultrapassados. A maior parte das suas tentativas não dão em nada e todos estes pequenos fracassos acabam por destruir a amizade que os une e por a transformar numa mera coabitação sem compromisso. O único elemento realmente fiável do romance é o Audi A8 amarelo, fabricado na Baviera. As convicções, as relações humanas e os sentimentos são apenas moeda de troca. A Berlim do romance é uma “bad bank” cínica, na qual toda a gente espera o próximo plano de salvamento para receber o seu dinheiro e recomeçar tudo de novo. E, se este não chegar, procurarão outra coisa.
Uma cidade em pousio
Veja-se o caso de Sascha Lobo. Depois dos seus insucessos na nova economia, estebloguista alemão quis abrir uma empresa de promoção de blogs, com o objetivo de profissionalizar a blogosfera alemã. Essa empresa funcionou tão bem como os comboios suburbanos de Berlim. Sascha Lobo iniciou-se na escrita, com textos que, por exemplo, apresentavam o Second Life como um modelo comercial. Foi publicado um romance sobre as suas experiências na nova economia mas, a menos que queiramos ser maus, mais vale não falar das pessoas da editora Rowohlt. No entanto, Sascha Lobo comparece sempre nos congressos e explica ao seu público até que ponto está atrasado face a um futuro que será digital.
Toda a gente quer seguir as pisadas de Sascha Lobo, ter, como ele, um lugar ao sol e na Spiegel Online [na qual escreve crónicas], toda a gente quer escrever apresentações ou fazer o que for preciso para chegar aos tais 1.000 euros mensais, enquanto espera a instituição do subsídio universal.
O meu amigo H. falou-me das suas angústias e do subsídio universal, quando nos encontrámos no sul da Alemanha, antes de partir para Itália. Em Hall [perto de Innsbruck], falámos de bolos e de bacon no sul do Tirol. Por último, quando chegámos à margem do Lago de Garde, discutimos se ele poderia deixar de viver em Berlim, depois de ter vendido os seus bens imobiliários. Se não poderia, simplesmente, ficar à beira do lago e fazer qualquer coisa que soubesse realmente fazer. Talvez isso fosse uma maneira de exorcizar o medo e de levar este apóstolo do subsídio universal a abandonar aquela cidade deixada ao abandono, mas que sabe muito bem quem deve meter a mão no bolso para arredondar os 1.000 euros.
"Pobre mas sexy", a capital alemã é um centro criativo e vanguardista e vive dos subsídios pagos pelos outros 'Länder'. Para a população de Berlim ser assalariado é uma angústia e o subsídio universal uma esperança. Retrato mordaz traçado pelo bloguista Don Alphonso.
O meu amigo H. sente-se angustiado, porque chegou a uma idade crítica e está a aproximar-se o momento em que a economia real o incluirá na categoria dos "trabalhadores idosos". No entanto, em Berlim, com alguma habilidade, é possível chegar a meio da casa dos 40 anos sem nunca ter exercido uma atividade regular. H. não faz parte da massa de eternos adolescentes que montam projetos gratuitamente: trabalhou nos meios de comunicação. Quando o conheci, em Berlim, há cerca de 8 anos, H. vivia sem pensar no futuro e gastava sem fazer contas.
Hoje, é dono de bens imobiliários, retomou os estudos e sente-se angustiado. E, por se sentir angustiado, defende a criação de um subsídio universal. Este permitir-lhe-ia viver com maior liberdade, afirma. E evitaria que todos os outros sofressem a opressão de trabalhar em troca de um salário miserável. Para si, o subsídio universal seria uma libertação de ordem psicológica. Continuaria a trabalhar a sério. Quer simplesmente libertar-se do medo irracional que sente.
Uma ameaça para o Estado social
1.000 euros líquidos: é o mínimo necessário para se viver um mês, em Berlim. É o que se ouve dizer. Por mais poupado que se seja, será preciso que alguém – o Estado, o patrão, a família ou os amigos – arredonde as contas.
A wiki de Christian Heller, pioneiro da era digital, permite fazer uma ideia, quase ao cêntimo, do número de dias que um jovem se pode aguentar, alimentando-se apenas de chocolate, espetadas de frango e sopa instantânea. Quando a entrada de dinheiro é maior que o previsto, é altura de comprar os novos produtos da Apple e de publicar entradas no Twitter. Quando já não há entrada de dinheiro, discute-se na Internet se será melhor tentar esquecer com erva ou com cerveja. A rotina profissional da geração dos pais é um modelo degradado – é o que se pensa.
Secretário-geral do Partido Pirata e natural de Berlim, Johannes Ponader está familiarizado com este tipo de postura. As opiniões sobre a sua pessoa divergem e ele próprio considera-se como "alguém que faz mexer os segmentos da sociedade". Outros consideram-no uma ameaça ao Estado social. Porque Johannes Ponader não é apenas um defensor inflamado do subsídio universal: chegou ao cargo que ocupa por ter prometido ao partido dedicar 40 horas semanais do seu tempo a esta atividade não remunerada. Apesar de o subsídio de desemprego de longa duração ter sido instituído para incitar as pessoas a regressarem rapidamente ao mercado de trabalho, Johannes Ponader considera-o uma ajuda financeira destinada ao partido. "O Estado paga-me para eu poder viver e o meu compromisso político é consequência do facto de viver."
Berlinenses versáteis e oportunistas
O facto de ouvirmos esta posição do Partido Pirata sobretudo em Berlim talvez tenha igualmente a ver com o estado em que a cidade se encontra: Berlim (des)funciona desde 1945 com base no princípio do subsídio universal ou, para utilizar a expressão corrente, da "repartição dos recursos entre os Länder".
Quer se trate do aeroporto de Berlim ou dos escândalos que envolvem bancos regionais, dos comboios suburbanos ou da incapacidade da cidade de tornar as ruas praticáveis no inverno, Berlim vive num estado permanente de insolvência não declarada e depende, ano após ano, de transfusões dos Länder mais ricos, cujo desempenho e cuja produtividade de "pequeno-burgueses" são olhados de alto: o filósofo da era digital Michael Seemann escreveu um artigo que falava do "sistema de valores de uma sociedade obnubilada pelo desempenho e afogada numa ética protestante do trabalho". Considerada ultrapassada, a província é desdenhada – o que, no entanto, não a isenta de ter de pagar a contribuição para a sua agitada capital.
No seu excelente romance Mandels Büro [O escritório Mandel, não traduzido em português], Berni Mayer traça o retrato dos berlinenses versáteis e imobilistas. Os heróis do livro perdem os seus meios de subsistência e decidem tentar a profissão de detetive, mas veem-se rapidamente ultrapassados. A maior parte das suas tentativas não dão em nada e todos estes pequenos fracassos acabam por destruir a amizade que os une e por a transformar numa mera coabitação sem compromisso. O único elemento realmente fiável do romance é o Audi A8 amarelo, fabricado na Baviera. As convicções, as relações humanas e os sentimentos são apenas moeda de troca. A Berlim do romance é uma "bad bank" cínica, na qual toda a gente espera o próximo plano de salvamento para receber o seu dinheiro e recomeçar tudo de novo. E, se este não chegar, procurarão outra coisa.
Uma cidade em pousio
Veja-se o caso de Sascha Lobo. Depois dos seus insucessos na nova economia, este bloguista alemão quis abrir uma empresa de promoção de blogs, com o objetivo de profissionalizar a blogosfera alemã. Essa empresa funcionou tão bem como os comboios suburbanos de Berlim. Sascha Lobo iniciou-se na escrita, com textos que, por exemplo, apresentavam o Second Life como um modelo comercial. Foi publicado um romance sobre as suas experiências na nova economia mas, a menos que queiramos ser maus, mais vale não falar das pessoas da editora Rowohlt. No entanto, Sascha Lobo comparece sempre nos congressos e explica ao seu público até que ponto está atrasado face a um futuro que será digital.
Toda a gente quer seguir as pisadas de Sascha Lobo, ter, como ele, um lugar ao sol e na Spiegel Online [na qual escreve crónicas], toda a gente quer escrever apresentações ou fazer o que for preciso para chegar aos tais 1.000 euros mensais, enquanto espera a instituição do subsídio universal.
O meu amigo H. falou-me das suas angústias e do subsídio universal, quando nos encontrámos no sul da Alemanha, antes de partir para Itália. Em Hall [perto de Innsbruck], falámos de bolos e de bacon no sul do Tirol. Por último, quando chegámos à margem do Lago de Garde, discutimos se ele poderia deixar de viver em Berlim, depois de ter vendido os seus bens imobiliários. Se não poderia, simplesmente, ficar à beira do lago e fazer qualquer coisa que soubesse realmente fazer. Talvez isso fosse uma maneira de exorcizar o medo e de levar este apóstolo do subsídio universal a abandonar aquela cidade deixada ao abandono, mas que sabe muito bem quem deve meter a mão no bolso para arredondar os 1.000 euros.
O tempo também ajuda: o frio intenso, os ventos e nevoeiros do Golfo da Finlândia, onde foi construída a cidade, a humidade do mar e a falta de sol emprestam-lhe desde logo um carácter misterioso e romântico. Só faltava os castelos de torres redondas e telhados pontiagudos, as grandes muralhas defensivas, as ruas de empedrado irregular - que os locais se apressaram a construir e reconstruir ao longo dos tempos. E é assim que hoje encontramos a capital da Estónia: como um grande cenário para um filme de Hollywood, situado entre os séculos XI e XV.
Tallin, capital da Estónia
Depois de séculos de pilhagens e bombardeamentos por dinamarqueses, cavaleiros teutónicos, suecos, russos, nazis e soviéticos, é espantoso que a cidade mantenha mais do seu passado histórico do que a grande maioria das suas congéneres europeias, mas a verdade é que a parte antiga da cidade possui quilómetros de ruelas sinuosas com casas medievais, uma muralha de dois quilómetros e meio com vinte e seis torres defensivas, igrejas seculares, o magnífico castelo de Toompea, dos séculos XIII e XIV, e ainda bairros com casas tradicionais de madeira, como os de Kalamaja e Lillekula.
O próprio nome do país, Eesti, parece vir do termo usado pelos romanos para as tribos dessa região, a Leste dos germânicos, e Tallinn foi já referida em 1154 pelo cronista árabe Al Idrissi como “Kolovan” - o nome Tallinn deriva do estónio taani linn, “cidade dinamarquesa”, e surgiu nos tempos em que estes a ocupavam. Dito isto, nada podia ser mais moderno: a actualidade, feita de internet, telemóveis e multibanco, tomou conta das ruas e dos hábitos dos estonianos, famintos de repor a independência e a modernidade tanto tempo adiada por outros, e que agora está, de novo, nas suas mãos. Todas as maravilhas da mais moderna tecnologia e informática já aqui chegaram e o investimento finlandês deu fôlego à economia emergente. O inglês parece já ser a segunda língua e o turismo vai de vento em popa. “A cold country with a warm heart” (um país frio com coração quente), reza a publicidade turística do país, e se bem que os estonianos não sejam propriamente calorosos, a verdade é que também não deixam de ser hospitaleiros. E sobretudo não há quem não fique seduzido pela linha descontínua das muralhas semeada de torreões austeros com telhados cónicos - um deles, de uma rotundidade exagerada, baptizado de Margaret Gorda -, pela catedral ortodoxa russa de Alexandr Nevsky, ou a luterana Toomkirik, que são apenas alguns dos monumentos que a cidade oferece aos visitantes.
Todas as ruas de Tallinn parecem convergir para Raekoja Plats, a Praça do Município, com as suas casas góticas de cores outonais em contraste com a pedra do chão e das muralhas. Mas seguindo certas ruelas estreitas e calmas - a menos que passe um grupo de finlandeses bêbados em fim-de-semana de festa - e depois a longa Pikk jalg, de um asseio irrepreensível, chegamos ao cimo da colina de Toompea, que tem a melhor vista panorâmica sobre a cidade antiga. Daqui avistamos as torres aguçadas que parecem perfurar as nuvens baixas, e adivinhamos que mais cedo ou mais tarde vão consegui-lo, e teremos direito a mais um chuveiro gélido antes do sol se impor de novo. As águas do Golfo avistam-se ao fundo, por entre telhados e arvoredo, uma tira lisa e fina de azul que muda para branco durante o Inverno. Romântica e viva, Tallinn espelha ao mesmo tempo o passado e o futuro.
ROCA AL MARE, UM MUSEU RURAL PERTO DE TALLINN
Se mesmo com o mergulho calmo no passado que a cidade velha nos proporciona se fartar de Tallinn, pode sempre apanhar o autocarro 21 para este museu ao ar livre, cujo baptismo se deve a um comerciante italiano que aí construiu uma casa no século XIX. Por entre bosques e a costa, encontramos uma excelente mostra de construções típicas da Estónia dos séculos XVIII e XIX: habitações em vários estilos com mobiliário de época, moinhos de vento, estábulos e uma capela, tudo construído em madeira, com troncos sobrepostos, telhados de colmo e pinturas tradicionais. Aos domingos, há mesmo um pequeno espectáculo de canto e dança tradicionais, com participantes vestidos a rigor.
O intervalo de Agosto é boa altura para ganharmos distância e abandonarmos as ilusões. O dinheiro barato que alimentou o nosso nível de vida nos últimos dez, quinze anos não desapareceu por causa da ganância dos banqueiros, da maldade dos alemães ou da fuga para offshores. Desapareceu porque a crise financeira de há cinco anos acabou com a ilusão do dinheiro eterno, do dinheiro que havia sempre, do dinheiro que se inventava através de esquemas audaciosos para alimentar bolhas imobiliárias (e não só) um pouco por toda a parte. E também para alimentar a voracidade de políticos empenhados em deixar obra e conseguir a reeleição.
Quando essa ilusão explodiu há exactamente cinco anos, com a declaração de crise num primeiro banco, o Northern Rock, o mundo percebeu que tinha mudado. Ou começou a perceber. E não tinha mudado apenas por causa da que viria a ser conhecida como a “crise do subprime”. Aquilo a que assistíamos era à mais colossal transferência de poder económico desde os processos de descolonização. Para quem já se tenha esquecido, basta recordar que há pouco mais de dez anos uma das bandeiras da esquerda mundial era a do perdão da dívida ao “Terceiro Mundo”, e hoje uma das suas reivindicações é que seja o “Primeiro Mundo” a não pagar as suas dívidas, boa parte delas a países que antes víamos como devedores crónicos. Há dez anos, ouvíamos críticas à globalização porque empobrecia os países do Sul; hoje ouvimos críticas à globalização porque está a abalar o estado de bem-estar dos países do Norte.
O mundo está, de certa forma, de pernas para o ar. Antes o Norte emprestava ao Sul para este lhe comprar bens de equipamento. Hoje o Sul empresta ao Norte para este lhe comprar bens de consumo. O “milagre económico” do Norte transferiu-se para o Sul. Só na última década (dados do Banco Mundial), a riqueza por habitante da China aumentou 138%, a da Índia 76% e a do Brasil 28%. Em Portugal, desceu um por cento. Na zona euro, tal como nos Estados Unidos, cresceu apenas seis por cento. Mas na Alemanha foi de 12% e na Suécia (país que não aderiu ao euro) o salto foi de 17%. Entretanto, se há dez anos a economia americana era sete vezes maior do que a chinesa, em 2011 já só era cerca de três vezes maior. Durante décadas, o estado de bem-estar europeu alimentou-se de crescimento económico e de uma demografia favorável. Hoje temos uma demografia desfavorável e o crescimento económico está como está – e está assim desde antes da austeridade, não nos iludamos. O desequilíbrio tornou-se inevitável e a única forma que os governos tiveram para lhe responder foi contraírem dívidas e mais dívidas. Foi esse ciclo de endividamento sem fim que terminou em Agosto de 2007. Hoje sabemos que não voltará a haver dinheiro fácil – resta saber se voltará a haver crescimento.
Na Europa, e não só em Portugal, as perspectivas não são animadoras. O nosso sistema educativo, sobretudo nos escalões de elite, está claramente a perder para os Estados Unidos. O mesmo se passa no domínio da investigação científica (basta ver como a indústria farmacêutica migrou do Velho para o Novo Continente). Não temos a mesma capacidade de inovação. Nem de empreendedorismo. Nem de integrar imigrantes.
(…)
É por tudo isso que desconfio que a austeridade que tanto criticamos tenha vindo para ficar. Durante muitos milénios, quase não houve qualquer progresso nos níveis de vida das populações. Depois, de repente, deu-se a explosão propiciada pela revolução industrial. Nos 150 anos que terminaram na viragem do milénio, o rendimento per capita na Europa Ocidental foi multiplicado por dez. Desde essa altura estagnou. E estagnar, em tempos de envelhecimento da população, é sinónimo de diminuir.
O que hoje vemos passar-se na Europa, sobretudo na Europa do Sul, é uma retracção assustada que só agravará a decadência relativa. Faz lembrar a retracção da China no século XIV, quando resolveu proteger-se do exterior para preservar a sua riqueza e civilização, então as maiores do Mundo. Sabemos o que lhe aconteceu a seguir.
David Blanco confirmou na tarde deste domingo o triunfo na 74.ª edição da Volta a Portugal, o quinto do seu currículo na prova rainha do mapa velocipédico nacional. Com este título, o galego da Efapel-Glassdrive ultrapassa Marco Chagas, vencedor da prova em quatro ocasiões.
A etapa que ligava Sintra a Lisboa serviu apenas para consagrar Blanco, que depois do triunfo na Torre deixou escancaradas as portas de mais uma vitória na Volta a Portugal. No contra-relógio de sábado, o espanhol alargou para 22 segundos a vantagem sobre Hugo Sabido, o concorrente directo, e na capital limitou-se a gerir a margem de que dispunha.
A etapa, essa, foi ganha ao sprint pelo sul-africano Van Rensburg (MTN Qhubeka), com 3h58m45s, curiosamente o mesmo ciclista que tinha vencido a primeira etapa desta Volta a Portugal. Hugo Sabido, segundo da classificação geral, ainda discutiu o triunfo em Lisboa, terminando com o mesmo tempo de Rensburg mas na sexta posição.
Na classificação geral, Hugo Sabido (LA-Antarte) ocupou a segunda posição do pódio, a 22s,
enquanto Rui Sousa (Efapel-Glassdrive) foi terceiro, a 57s. Mas quem centrou todas as atenções foi Blanco, naturalmente. "Esta foi a vitória mais saborosa [das cinco], porque era algo que o meu coração me pedia para tentar", afirmou o vencedor à RTP, no final da prova. "Às vezes os sonhos tornam-se realidade".
Ronald Reagan famosamente disse: "Nós travamos uma guerra contra a pobreza, e a pobreza venceu". Com 46 milhões de americanos - 15% da população - agora computados como pobres, é tentador pensar que ele poderia estar certo.
Olhando-se mais no fundo, a tentação aumenta. A porcentagem mais baixa de pobreza desde que começamos a calcular foi 11,1% em 1973. A taxa chegou a 15,2% em 1983. Em 2000, após um surto de prosperidade, ela recuou para 11,3%, e hoje, no entanto, mais 15 milhões de pessoas são pobres.
Ao mesmo tempo, fizemos muitas coisas que funcionam. Da Seguridade Social a cupons de comida, a crédito fiscal sobre a renda e assim por diante, sancionamos programas que hoje mantêm 40 milhões de pessoas fora da pobreza. A pobreza seria quase o dobro do que é hoje sem essas medidas, segundo o Centro para Prioridades de Política e Orçamento.
Falar em "pobreza venceu" é como dizer que as Leis do Ar Limpo e da Água Limpa fracassaram porque ainda existe poluição.
Com tudo isso, por que não realizamos mais? Quatro razões: um número impressionante de pessoas trabalha em empregos mal remunerados. Além disso, muito mais famílias são chefiadas agora por somente um dos pais, o que lhes dificulta ganhar uma renda mínima dos empregos que estão tipicamente disponíveis. O quase desaparecimento da ajuda em dinheiro para mães de filhos de baixa renda - isto é, bem-estar social - em boa parte do país também contribui. E problemas persistentes de raça e gênero implicam uma pobreza maior em minorias e famílias chefiadas por mães solteiras.
A primeira coisa necessária se quisermos tirar pessoas da pobreza é mais empregos que paguem salários decentes. Não há um número suficiente desses em nossa economia atual. A necessidade de bons empregos se estende muito além da crise atual. Precisaremos de uma política de pleno emprego e um investimento maior em educação e em estratégias de desenvolvimento profissional no século 21 para termos alguma esperança de romper o mal-estar econômico vigente.
Esse não é um problema específico deste momento. Nós sofremos uma inundação de empregos mal remunerados nos últimos 40 anos. A maior parte da renda de pessoas na pobreza provém do trabalho. Segundo os dados mais recentes disponíveis do Departamento do Censo, 104 milhões de pessoas - um terço da população - têm rendas abaixo do dobro da linha da pobreza, menos de US$ 38 mil para uma família de três. Elas lutam para fechar as contas a cada mês.
Metade dos empregos do país paga menos de US$ 34 mil por ano, segundo o Economic Policy Institute. Um quarto paga menos que a linha da pobreza para uma família de quatro, menos de US$ 23 mil anuais.
Famílias que podem enviar um outro adulto ao trabalho se saem melhor, mas mães (e pais) solteiras não têm essa opção. A pobreza em famílias com filhos chefiadas por mães solteiras excede 40%.
Os salários dos que trabalham em empregos na metade inferior estão estagnados desde 1973, havendo aumentado apenas 7%.
Não é que a economia como um todo estagnou. Houve crescimento, muito até, mas ele se limitou ao topo. A percepção de que 99% de nós foram deixados no pó pelos 1,0% no topo (alguns muito mais atrás do que outros) chegou muito mais tarde do que deveria - Rip Van Winkle e um pouco mais. Foi preciso a Grande Recessão para chamar a atenção das pessoas, mas os fatos já vinham se acumulando há tempos. Se despertamos, podemos agir.
Os empregos mal remunerados afligem dezenas de milhões de pessoas. Na outra ponta do espectro de baixa renda, temos um problema diferente. A rede de segurança para mães solteiras e seus filhos apresentou um grande rombo nesses anos. Essa é uma causa importante para o aumento dramático da pobreza extrema nesses anos. O Censo nos diz que 20,5 milhões de pessoas ganham rendas abaixo de metade da linha da pobreza, menos de cerca de US$ 9.500 para uma família de três - até 8 milhões desde 2000.
Por quê? Uma razão substancial é a quase extinção do sistema de bem-estar - agora chamado Assistência Temporária a Famílias Necessitadas, ou Tanf (na sigla em inglês). Em meados dos anos 90, mais de dois terços dos filhos de famílias pobres recebiam ajuda assistencial. Mas esse número encolheu na última década e meia para aproximadamente 27%.
Um resultado: seis milhões de pessoas não têm outra renda além dos cupons de alimentos. Os cupons proporcionam uma renda de um terço da renda da pobreza, perto de US$ 6.300 para uma família de três. É difícil imaginar como elas sobrevivem.
Mas ao menos temos os cupons de alimentos. Eles têm sido uma poderosa ferramenta antirrecessão nos últimos cinco anos, com o número de receptores subindo de 26,3 milhões em 2007 para 46 milhões hoje. Por contraste, o sistema de bem-estar fez pouco para contrabalançar o impacto da recessão. Embora o número de pessoas que recebem ajuda em dinheiro tenha crescido de 3,9 milhões para 4,5 milhões desde 2007, muitos Estados na verdade diminuíram o tamanho de suas folhas de pagamento e reduziram os benefícios dos mais necessitados.
Minorias. Raça e gênero jogam um enorme papel na determinação da persistência da pobreza. As minorias são desproporcionalmente pobres: cerca de 27% dos afro-americanos, latinos e índios americanos são pobres, ante 10% dos brancos. As disparidades de riqueza são ainda maiores. Ao mesmo tempo, os brancos constituem o maior número dos pobres. Esse é um fato que merece ênfase, pois as medidas para aumentar a renda e prover suporte ao trabalho ajudarão mais os brancos que as minorias. Mas não podemos ignorar raça e gênero, tanto por que eles apresentam desafios particulares, como por que boa parte da política para a pobreza é fundada nessas questões.
Nós sabemos o que é preciso fazer - fazer os ricos pagarem sua justa cota de gestão do país, aumentar o salário mínimo, fornecer assistência médica e uma rede de segurança decente, etc.
Realisticamente falando, porém, o desafio imediato é conservar o que temos. O representante Paul Ryan e seus pares ideológicos cortariam tudo, da Seguridade Social ao Medicare e a lista toda, e dariam mais isenções fiscais para as pessoas do topo. Robin Hood estaria se virando no túmulo.
Não devemos nos enganar. Não é certo que as coisas fiquem como estão.
A riqueza e a renda do 1,0% do topo crescem à custa de todos os demais.
O dinheiro gera poder, e o poder gera mais dinheiro. Esse é um círculo verdadeiramente vicioso.
Uma política de mudança infalível necessariamente envolveria fazer as pessoas do meio perceberem os próprios interesses econômicos. Se votarem em seus próprios interesses, elas elegerão pessoas que provavelmente estarão mais alinhadas com pessoas com rendas mais baixas e também com elas. Enquanto as pessoas do meio se identificarem mais com as pessoas do topo do que com as de baixo, estamos condenados. A quantidade obscena de dinheiro que corre para o processo eleitoral torna as coisas ainda mais difíceis.
Mas a história mostra que o poder popular, às vezes, vence. Foi o que ocorreu na Era Progressista, há um século, e na Grande Depressão também. A desigualdade bruta daqueles tempos produziu um amálgama de insatisfação popular, organização, jornalismo sensacionalista e liderança política que atacaram os grandes - e crescentes - problemas estruturais da desigualdade econômica. O movimento pelos direitos civis mudou o curso da história e se expandiu para o movimento das mulheres, o movimento ambientalista e, mais tarde, o movimento pelos direitos dos gays. Será que poderíamos ter dito no dia anterior à aurora de cada um deles que ele ocorreria, para não dizer que teria sucesso? Será que Rosa Parks sabia? Nós temos os ingredientes. Em primeiro lugar, a demografia do eleitorado está mudando. As consequências disso não serão automáticas, por certo, mas elas criam uma oportunidade. A nova geração de jovens - em geral desiludidos com o poder encrustado em todas as instituições e, por isso, tendentes ao libertarismo - está madura para uma nova política da honestidade. As pessoas de baixa renda participarão se houver candidatos que falem por suas situações. A mudança precisa vir de baixo para cima e da liderança sinergética que a extrai. Quando pessoas decidem que não aguentam mais e há candidatos que defendem o que elas querem, elas votarão de acordo com isso.
Já vi dias de promessa e dias de escuridão, e os vi mais de uma vez.
Toda a história é assim. As pessoas têm o poder se o usarem, mas elas precisam perceber que isso é do seu interesse. / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK
*PETER EDELMAN É PROFESSOR DE DIREITO NA UNIVERSIDADE DE GEORGETOWN E AUTOR, MAIS RECENTEMENTE, DE "SO RICH, SO POOR: WHY IT'S SO HARD TO END POVERTY IN AMERICA? ("TÃO RICO E TÃO POBRE: PORQUE É TÃO DIFÍCIL ACABAR COM A POBREZA NA AMÉRICA?")
O astronauta norte-americano Neil Armstrong, o primeiro homem que caminhou na Lua, morreu aos 82 anos, anunciou a cadeia de televisão americana NBC News.
Neil Armstrong tinha sido operado ao coração no início de agosto, para a colocação de um pacemaker, e terá morrido na consequência dos problemas cardíacos de que padecia.
Ele e o seu companheiro da Apollo 11, Buzz Aldrin, foram os primeiros homens a caminhar na lua, a 20 de julho de 1969. Segundos depois de ter pisado o solo lunar pela primeira vez, Neil Armstrong Neil Armstrong proferiu uma das frases que marcaram a história do séc. XX: "Um pequeno passo para o homem, um passo gigantesco para a Humanidade".