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A-24

Cecília Jiménez: uma espécie de Passos Coelho do restauro

por A-24, em 31.08.12
Cecília Jiménez quis fazer o impossível. Encantadora e cheia de boas intenções, pretendeu pegar em algo belo e degradado pelas vicissitudes do tempo e malfeitorias do homem e dar-lhe vida. Recuperar a grandiosidade e dignidade de outros tempos. Faltou-lhe o jeito. Passos Coelho, igualmente de pincel na mão, chegou cheio de fé, com o intuito de refrescar a alma lusa, refundar a confiança dos portugueses dando-lhes esperança, sanar as feridas e repintar a tela destruída pelo furacão socialista socrático. Pior era impossível, pensava-se.
O crédito era tal que o pior cenário pintado seria sempre melhor que o pântano em que nos encontrávamos. Mas Cecília, perdão, Pedro, conseguiu em pouco mais de um ano provar que nisto do restauro, perdão, da política, o impossível é uma questão de tempo. Os restauros da dona Cecília, em particular este que se tornou mundialmente famoso - "Ecce Homo" da Igreja de Borja (que maravilha de recuperação) ao lado do que este governo tem feito ao país parece uma tela magistralmente tocada por um qualquer Monet de Massamá.
Cecília transformou Jesus Cristo numa espécie de urso asiático. Pedro transformou Portugal num país de ursos. Cada um deles no seu estilo amador e respectiva área de intervenção - Passos a tentar ser político e Cecília a destruir pinturas do XIX - motivados e cheio de boas intenções. Mas de boas intenções estão o inferno e a secção de quadros da Moviflor cheios.
Ambos pedem tempo. Cecília diz não entender o alarido à volta da sua "obra", afirma que não a deixaram terminar o restauro (medo...). "Toda a gente que entrava [na igreja] me via a pintar. Nunca o fiz às escondidas". Pedro também diz fazer tudo às claras, que melhores dias virão e que esta porcaria toda tem um propósito, um mal necessário para o 'restauro' do país em curso. Mas o pintor é fraco, imaginemos portanto o resultado final.
Portugal é um "Ecce Homo" da Europa, um fresco pintado por um conjunto de amadores. E se Cristo já sofreu tudo o que tinha a sofrer nas mãos de romanos, judeus e da senhora Cecília, a nós ainda nos falta sofrer um bocado nas mãos de Pedro.
Tiago Mesquita

Os oito factos mais curiosos sobre as universidades americanas

por A-24, em 31.08.12

Da alimentação de esquilos a abraços grátis conheça algumas das características mais peculiares de alguns campus nos EUA.


Clube dos Esquilos

Na Universidade do Michigan é habitual ver nas tardes de domingo dezenas de alunos a darem amendoins a esquilos. A atividade não é um ato isolado, mas antes o habitual encontro do Clube dos Esquilos, clube oficialmente reconhecido pela instituição e criado unicamente para alimentar os animais.

Clube da Felicidade

Precisa de um abraço? Na Universidade de Northwestern há um grupo de alunos preocupado em que os colegas estejam sempre alegres, oferecendo chocolate quente, limonada, autocolantes com smileys e, até, abraços. Por vezes faz a diferença.

Observadores de pessoas do campus

Se por acaso estiver a dar um passeio pelos terrenos da Universidade de Minnesota pode sentir que está a ser observado de forma potencialmente assustadora. Mas não há razão para alarme. Trata-se meramente de um grupo reconhecido pela instituição e que pretende tirar conclusões da observação sociológica e psicológica dos colegas.

Dia de Gazeta

Todos os anos no final da Primavera, na Universidade de Clark, escolhe-se um dia ao acaso em que as aulas são interrompidas espontaneamente, e os responsáveis encorajam os estudantes a fazer tudo menos estudar, com o recinto da instituição a transformar-se num parque de diversões.

"Orgo Night"

Há alturas na Universidade de Columbia em que estudar numa das bibliotecas pode revelar-se uma tarefa árdua mas ao mesmo tempo encorajadora. Nos dias que marcam o encerramento dos semestres, a banda oficial marcha pelas salas de estudo e começa a cantar o hino da instituição para tentar dar alguns minutos de animação aos alunos que estudam para os exames.

Correr nu à noite

Na Universidade de Tufts todos os meses de dezembro são marcados pela realização de um evento de corrida que permite apanhar mais ar fresco do que é natural.

Índice de massa corporal como pré-requisito

A polémica instalou-se na Universidade Lincoln quando em 2006 os responsáveis instituíram que os estudantes cuja o índice de massa corporal se encontrasse acima de 30 tinham que completar um curso de educação física. A reação quanto à medida foi de tal modo adversa que a instituição viu-se obrigada a abandonar o requerimento.

Sociedades secretas

Ao mesmo tempo o item mais e menos conhecido desta lista, porque todos sabem que elas existem mas só os seus particularmente seletos membros conhecem o que se passa lá dentro. Porventura a mais famosa será a "Skull & Bones" da Universidade de Yale, da qual fizeram parte muitas figuras conhecidas como George W. Bush ou John Kerry, sem que qualquer membro revele uma vírgula das atividades da organização.

Expresso

Dez conclusões falaciosas da ideologia dominante

por A-24, em 31.08.12
Progressistas não conseguem ver nenhuma situação em que a melhor medida a ser tomada seja a redução do tamanho do estado ou a diminuição de sua intervenção.  Tampouco são eles capazes de admitir que o governo não pode fazer nada de construtivo em qualquer situação.  Eles veem o estado como uma instituição benevolente, bem intencionada, suficientemente capacitada e corretamente motivada para corrigir absolutamente qualquer problema econômico e social.  Para eles, todo o necessário para o estado funcionar bem é que os cidadãos concedam ao governo plena liberdade de ação, e aceitem de bom grado financiar seus custos, sem questionar.  A fé progressista no estado é eterna e inabalável.
É um grande infortúnio para os países do Ocidente que não haja desafios sérios a esta ideologia atualmente dominante.  Os partidos políticos de hoje competem entre si apenas por cargos, cada um deles se esforçando para pilhar o estado ao máximo e direcionar os espólios para seus correligionários e apoiadores.  Não há diferenças ideológicas substanciais entre eles.  Todos os partidos políticos acreditam em um estado poderoso, dominante, difuso e engajado.  Compreensível.  Quanto maior o estado, maior o espaço para a corrupção, mais poderosos são os políticos e maior é o enriquecimento ilícito desta gente.  O que é inconcebível é ver pessoas comuns defendendo sua própria espoliação.  Hoje, toda a discussão política se limita apenas a debater qual grupo de escroques deve ficar com o comando do Leviatã.

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Iniesta eleito o melhor jogador da Europa

por A-24, em 31.08.12
Depois de há um ano ter sido quarto na votação, Andrés Iniesta ganhou esta quinta-feira o prémio de Melhor Jogador da UEFA na Europa em 2012, superando Cristiano Ronaldo e Leo Messi, seu colega no Barcelona.


O prémio foi entregue no Mónaco, depois do sorteio da Liga do Campeões, e foi decidido com os votos de 53 jornalistas desportivos da Europa. Mas foi uma votação muito equilibrada: Iniesta recebeu 19 votos, enquanto Ronaldo e Messi tiveram 17 cada um.
Iniesta foi considerado recentemente o melhor jogador do Euro 2012, vencido pela sua selecção, a Espanha. Além do Campeonato da Europa, o médio conquistou em 2011-12 o Mundial de clubes, a Supertaça Europeia, a Taça do Rei de Espanha e a Supertaça espanhola. 
Segundo a UEFA, o espanhol de 28 anos fez 42 jogos, ao serviço de Espanha e do Barcelona, nos quais marcou cinco golos e fez 11 assistências.
"É um orgulho partilhar o pódio com dois monstros do futebol", disse Iniesta quando recebeu o troféu."E quero partilhar esta honra com Messi e o resto dos meus companheiros do Barcelona, e também com os da selecção".
Messi venceu a edição inaugural do troféu, em 2011, que pode ser considerado um herdeiro do Futebolista do Ano da UEFA, que teve Diego Milito como último vencedor, em 2009-10.
O português Cristiano Ronaldo, campeão pelo Real Madrid na última época, também já tinha terminado no pódio em 2011, na terceira posição.

Parecer: Iniesta já merecia este prémio em 2010 e seria sem dúvida mais pertinente que o tivesse ganho nessa época, pois veio a provar nos dois anos seguintes que continua a ser um mágico da bola. Este ano e digam o que disserem Ronaldo esteve um pouco melhor que Messi e só não o superou a nível de golos marcados. Recebeu mais títulos, foi campeão, etc, mas parece que isso não foi suficiente. Que Messi é de outra galáxia já sabemos, mas nem todos os anos está a um nivel estratosferico. Este ano só o foi a nível de golos por que tem uma equipa a jogar para ele, já Ronaldo sempre dividiu protagonismo com outros colegas de equipa, sobretudo Benzema e Higuain no que respeita a golos. Nesta época e com o regresso de David Villa e a titularidade de Pedro, Messi não deverá chegar aos 68 golos da época passada, nem de longe nem de perto, resta saber que outros títulos vencerá. 
Enquanto a eleição do melhor da Europa for via votação, quem detém esse poder, na dúvida optará sempre por aquele jogador que alia melhor o talento dentro de campo e uma conduta mais ortodoxa e solidária fora dele. E Iniesta é o espelho fiel desse jogador. É o melhor deste ano devido a essa perfeição. Parabéns Iniesta, também te fica bem!

Enjeitados da pátria

por A-24, em 30.08.12
Portugal despreza os seus emigrantes. Os cinco milhões de portugueses que vivem no estrangeiro são maltratados por todos os níveis da estrutura do estado.
Desde logo, pelo governo que relega a tutela dos emigrantes para o ministério dos negócios… estrangeiros. Ainda por cima, a secretaria das comunidades é, ali, de menor importância protocolar, o que significa que, para os governantes, os emigrantes são considerados estrangeiros e, pior, estrangeiros de segunda. É crónico o desdém com que a rede consular e diplomática os trata. Os embaixadores, na sua maioria, não querem contaminar-se com o portuguesismo exuberante dos nossos compatriotas. Preferem frequentar beberetes, segurando copos gelados, qual brigada da mão fria.
Também ao nível da representação política os emigrantes são desconsiderados. Um terço da população portuguesa é representado por apenas dois por cento do parlamento, apenas quatro deputados. Ao contrário dos restantes sistemas eleitorais europeus. Na Galiza, por exemplo, a diáspora representa cerca de um quinto do parlamento. Um galego, resida em Vigo ou em Buenos Aires, dispõe exactamente do mesmo tipo de voto, do mesmo peso político.
Mas também as câmaras ostracizam os emigrantes. Muitas das suas repartições estão com serviços reduzidos em pleno Agosto, quando os emigrantes nos visitam. Se estes necessitam de uma certidão, de um registo, ou de resolver qualquer burocracia, só lhes resta voltar no Inverno.
Muitos dos nossos compatriotas tiveram que emigrar porque o país não lhes garantiu qualidade de vida ou até a sobrevivência. Nessa aventura, o país abandona-os à sua sorte. Só o grande amor que têm pela pátria os faz regressar, investir em Portugal, financiar acções solidárias locais e até romarias. Nos períodos de maior crise as suas remessas salvaram o país da bancarrota. São os guardiões da nossa identidade cultural, os maiores foliões das romarias, os adeptos que mais vibram com a selecção de futebol. São os emigrantes que nos dão a garantia de que a nação portuguesa sempre sobreviverá, são eles a nossa reserva. Com maior peso político, constituirão os reforços de que o povo português necessita para se libertar dos incompetentes que nos têm governado.
Paulo Morais, Professor Universitário para o CM

Cinema: The hunger Games (2012)

por A-24, em 30.08.12

The Hunger Games constitui a primeira parte de uma saga que promete tomar de assalto o mundo cinematográfico. Contudo, se há coisa que odeio, é que comparem The Hunger Games com Twilight. É certo que esta última franchise já está no fim, mas não é por isso que agora uma nova saga tem de obrigatoriamente substituir uma outra. É que não tem mesmo nada a ver. Quer dizer - ambos são protagonizados por uma rapariga adolescente e são baseados em best sellers; mas as semelhanças param mesmo por aqui. Apesar de não odiar Crepúsculo, digo com pura certeza que The Hunger Games é melhor, pela mais sólida e madura narrativa.

Sinopse (PUBLICO): Num futuro pós-apocalíptico não muito distante, no território outrora conhecido como América do Norte, existe Panen, uma nação administrada por um governo totalitário que domina os seus 12 distritos. Uma anterior insurreição fracassada dos distritos contra o Capitólio resultou no extermínio de um 13º e num acordo tácito de rendição entre os restantes. Assim, a viver no limiar de pobreza, numa existência de quase escravatura, os seus habitantes são constantemente relembrados da sua posição de obediência perante o governo. Todos os anos, cada distrito envia dois adolescentes entre os 12 e os 18 anos para participar nos Jogos da Fome, competições de vida e morte em que apenas um sairá vencedor. Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) é uma jovem de 16 anos que, após a morte do pai, se tornou no único sustento da família. Quando Primrose (Willow Shields), a sua irmã de 12 anos, é seleccionada para os jogos, Katniss voluntaria-se para a substituir. Agora, sabendo como a sua vida é crucial para a sobrevivência da família, ela está disposta a lutar com todas as suas forças e tornar-se na única sobrevivente daqueles divertimentos bárbaros...

The Hunger Games é baseado no livro com o mesmo título escrito por Suzane Collins. Não o li,portanto não poderei fazer quaisquer comparações (para quem é fã convicto dos livros, pode não impressionar). Porém, é importante referir que Suzanne Collins é produtora e co-argumentista do filme, pelo que o seu envolvimento directo no filme deve ter contribuído para uma adaptação cinematográfica minimamente fidedigna. Relativamente ao argumento adaptado,creio que o enredo do filme é credível e ambicioso, deixando o expectador sempre a querer mais. Intrigou-me bastante este mundo excêntrico, incrível e futurista, como também as personagens inquietantes e multidimensionais. A película foi realizada por Gary Ross, e este ganha ao não conferir ao filme uma atmosfera ultra-romântica e cliché, mas aposta num ambiente duro e real: consegue pegar num romance destinado a adolescentes e conferir-lhe uma visão perturbante de uma sociedade em decadência. Este mundo retrata uma dicotomia entre a pobreza e a riqueza, entre os oprimidos e os agentes de poder. O sofrimento dos pobres oferece um entretenimento para os ricos, e mesmo a tecnologia envolvida faz lembrar uns tão familiares reality shows.

Um aspecto negativo que devo realçar em The Hunger Games é que este está subdividido em dois pequenos filmes: o primeiro, coerente e interessante, em que as personagens são devidamente desenvolvidas ao ritmo ideal e a crítica à sociedade está bem intríseca - apesar de pensarmos que a excentricidade das personagens poderosas e a transposição de jogos de fome no mundo real são irrisórias, se pensarmos um pouco existem essas “personagens” por aí, nomeadamente em Hollywood ou mesmo no jet set português. Aliás, digo com certeza que é na forte crítica à sociedade que o filme ganha, e que confere à narrativa um carácter maduro e ambicioso.
O segundo pequeno filme começa precisamente na segunda metade, em que este perde substância. Esperava que, à medida que os jogos desenrolavam, a narrativa se fosse tornando mais forte e entusiasmante, mas ao invés disso torna-se apenas uma corrida de cenas banais e previsíveis. Creio que existem cenas cruciais que deveriam ter sido mais trabalhadas, pois só assim funcionariam. O filme é muito longo, e talvez isso corte a força da narrativa. Esperava um final mais completo e explosivo, o que não acontece.
O foco de The Hunger Games é mesmo Katniss, a rapariga em chamas, e o seu instinto de sobrevivência. Jennifer Lawrence desempenha Katniss de forma brilhante e carismática, levando o filme às costas, principalmente na segunda metade do filme. Ela insere-se na personagem de forma natural e sem qualquer esforço.

Em suma, apesar The Hunger Games ter falhas inegáveis,constitui de facto uma boa revelação, sendo um filme muito interessante e que vale a pena esperar pelos capítulos que vêm. (Depois do Cinema)

EXAME

Realização: 8/10
Actores: 8/10
Argumento/Enredo: 7/10
Duração/Conteúdo: 5/10
Efeitos/Fotografia: 8/10
Transmissão da ideia principal do filme para o espectador: 8/10

Média Global: 7.3/10

Crítica feita por Joana Queiroz

A revolução industrial e as minorias oprimidas

por A-24, em 30.08.12
Quando as mulheres tiveram a oportunidade de abandonar a vida rural em busca dos salários das fábricas e de trabalho doméstico, elas invadiram as cidades em quantias sem precedentes.  Para a nossa vida moderna, as condições de vida e de trabalho eram obviamente terríveis, com várias mulheres recorrendo à prostituição como ocupação secundária, tudo para manter um teto sob suas cabeças.  No entanto, por mais terríveis que as condições possam ter sido, um fato fundamental não pode ser ignorado: as próprias mulheres acreditavam que ir para as cidades era algo vantajoso - caso contrário, elas jamais teriam feito a jornada ou simplesmente retornariam à vida rural desencantadas.  Dizer que o trabalho industrial "prejudicou" as mulheres dos séculos XVIII e XIX é ignorar a preferência que elas próprias demonstraram e expressaram; é ignorar a voz de suas escolhas.  Claramente, as mulheres da época acreditavam que tal situação era um aprimoramento de suas atuais condições.
Uma fatia substancial do historicismo feminista nada mais é do que uma tentativa de ignorar as vozes de mulheres que de fato fizeram suas escolhas à época.  Um método comum de se fazer isso é reinterpretar a realidade que cercava as escolhas e, então, impor esta reinterpretação de modo a fazer com que as "escolhas" não mais aparentem ter sido voluntárias, mas sim coagidas

Instituto Ludwig von mises Brasil

Um referendo para nos livrarmos de Alberto João Jardim

por A-24, em 29.08.12
"Desafiamos o Estado português para, em caso de dúvidas, ter a coragem de assumir uma decisão democrática e permitir um referendo na Madeira que, de uma vez por todas, demonstre a vontade do povo madeirense, reforce a coesão nacional e finalmente encerre o contencioso da autonomia" - Alberto João Jardim. (Expresso) 
Cada vez que ouço o Presidente do Governo Regional da Madeira abrir a boca para falar em democracia sinto um arrepio na espinha. É como as ouvir o Fernando Pereira a imitar a Tina Turner no Casino do Estoril. Soa parecido, a vestimenta adequa-se à performance mas no fundo sabemos que é tudo um espetáculo travestido. Fica sempre a bonita imagem do tipo de bigode farfalhudo maquilhado à matrafona e a piar fininho. Ilusão seguida de desilusão.
Acho que nisto do referendo o senhor Alberto João Jardim se ficou pelos detalhes e esqueceu-se de algo essencial: a maioria dos portugueses não o podem ver à frente, nem sequer de costas, de cuecas no Carnaval, a fazer o pino nas festas do Chão da Lagoa, a insultar jornalistas, políticos ou a chamar com desdém de "continentais" quem não o atura, ridicularizando aqueles que ousam fazer-lhe frente, os que o lhe negam os caprichos e tiques de tiranete. Curiosamente, os mesmos continentais que deixam de ser continentais e ganham estatuto de portugueses quando se trata de pagar o buraco estratosférico nas contas da Madeira. Buraco que a dinastia Jardim tem escavado indecorosamente. "Em nome dos madeirenses" quando se trata de gastar, "somos todos portugueses" na altura de pagar a factura. Já não há pachorra para o senhor Alberto João. Nenhuma.
Não sei qual será o desejo intimo dos madeirenses, mas atrevo-me a dizer que a vontade de maioria do povo português não andará longe de ver o senhor Alberto ir a nado da Madeira até ao Canadá enrolado numa bandeira da autonomia madeirense, com uma chapéu de palha, um cacho de bananas pendurado em cada uma das orelhas e uma mochila cheia de rebuçados de funcho. Não queremos que lhe falte nada.
Sugiro ao Estado Português que tenha a tal "coragem" ( ou "córage" ) de auxiliar mais esta vez o Sr. Alberto João com o dito referendo, ficando esclarecida a questão da autonomia da Madeira e vontade dos seus habitantes, mas já agora faça-se em simultâneo um referendo em todo o território português (ilhas incluídas, obviamente) para aferirmos a vontade do povo em continuar a sustentar e suportar este tipo de anedotário político. Estou muito curioso para saber qual seria o resultado na ilha que o próprio governa. Posso estar enganado, mas creio que Portugal iria reclamar a independência de todo o território nacional, Madeira incluída, em relação ao senhor Alberto João..

Tiago Mesquita

Ciganos novamente expulsos, mas em silêncio

por A-24, em 29.08.12
A expulsão de ciganos em pleno verão provoca poucas reações”, escreve Le Monde. Dois anos após a vaga de emoção que originou a campanha de expulsões lançada pela França na Europa, o diário interroga-se sobre este silêncio, quando vários acampamentos de ciganos foram evacuados foram evacuados nestes últimos dias, nomeadamente em Lille, Lyon e Paris. E também quando um primeiro charter, com destino à Roménia, e com 240 ciganos a bordo, foi fretado no dia 9 de agosto.
O diário francês observa que apenas “os partidos de esquerda e uma parte do meio associativo reagiram timidamente às iniciativas do Ministério do Interior”. Estes estimam que ao aplicar as decisões de justiça de expulsão, o Presidente François Hollande contradiz a sua promessa eleitoral de que “não iria expulsar famílias de ciganos sem lhes apresentar uma proposta de realojamento”.
Le Monde compara a ação do Presidente francês à do seu predecessor, muito criticado na altura:
No verão de 2010, foram muitas as reações de indignação após o discurso de Nicolas Sarkozy, em Grenoble, sobre os ciganos [na altura, comprometeu-se a desmantelar metade dos acampamentos ilegais de ciganos]. Atualmente, a maioria das figuras de esquerda permanece surpreendentemente em silêncio.
Estas fracas reações devem-se, para Le Monde, “em parte” à “divisão política do Governo”, bem como às hesitações do mundo associativo relativamente à melhor forma de reagir.
PressEurope 13-08-2012

Portugueses enviaram sete mil milhões de SMS no segundo trimestre

por A-24, em 29.08.12
Apesar do volume registado, trata-se de um abrandamento face aos últimos trimestres. O número de equipamentos móveis atingiu 156 por cada 100 habitantes.
Os dados divulgados hoje pela Autoridade Nacional das Comunicações (Anacom) mostram que, entre Abril e Junho, os portugueses enviaram cerca de sete mil milhões de mensagens escritas, o que representa uma queda de 6,2% face ao mesmo período de 2011.
No segundo trimestre deste ano, foram gastos 5,3 mil milhões de minutos de conversação nas redes móveis, o que significou uma redução de 1,7%. Foram trocados 39,3 milhões de mensagens multimédia, uma subida de 11% face ao período homólogo. E as videochamadas chegaram a 511 mil, menos 3,4%.
De acordo com a Anacom, existem actualmente 16,6 milhões de estações móveis (telemóveis ou equipamentos com cartão activo) no país, o que representa um crescimento de 1,7%. Destas, 13,3 milhões têm uma utilização efectiva, estando a maioria associada a planos pré-pagos. O número de equipamentos atingiu, no segundo trimestre de 2012, um rácio de 156 por cada 100 habitantes.

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