O "velhinho" Hotmail vai dar lugar ao novíssimo Outlook.com. O anúncio foi feito pela própria Microsoft, que comprou este serviço de email ainda na década de 1990 e que, a determinada altura, chegou a ser o serviço de endereços electrónicos mais popular em todo o mundo.
Ao que tudo indica, o veterano Hotmail não vai morrer de um momento para o outro. As pessoas que fazem uso deste serviço - e não são poucas: mais de 350 milhões em todo o mundo - continuarão a receber mensagens, mas a determinada altura essa inbox onde continuarão a ser despejados os emails será integrada no novo serviço.
Alguns analistas indicam que esta decisão da Microsoft só peca por tardia, depois de vários anos a perder terreno para o Gmail, o serviço de email do Google.
Com esta manobra, a Microsoft pretende, por um lado, fazer uma mudança radical na apresentação do serviço de correio electrónico e, por outro, integrar o email dos seus utilizadores com todas as actuais ferramentas sociais, incluindo o Skype, empresa que a Microsoft comprou em Maio do ano passado.
“Estamos a apresentar o primeiro serviço de email ligado ao Facebook, Twitter, LinkedIn, Google e, muito em breve, ao Skype, a fim de trazermos contexto e comunicações relevantes aos vossos emails”, escreveu Chris Jones, da Microsoft, no blogue oficial da empresa.
“Com o novo Outlook.com, o vosso email pessoal ganha vida com fotografias dos vossos amigos, actualizações de estado e tweets que os vossos amigos partilharam convosco, a capacidade de falar via chat e através de videochamadas - tudo isto alimentado por uma lista de contactos actualizada que está ligada às vossas redes sociais”, adianta a mesma fonte.
O novo email da Microsoft terá igualmente ligação ao SkyDrive - o serviço de armazenamento “na nuvem” [em cloud-computing. Isto faz supor um ataque directo ao serviço Google Drive, mas também aos concorrentes Dropbox e Sugarsync. Paralelamente, os utilizadores do popular Messenger também continuarão a poder usar este serviço. A mudança será automática.
Há outras duas mudanças radicais a registar: por um lado o fim total da publicidade. O Outlook.com será gratuito mas não incluirá anúncios. Brian Hall, responsável máximo pelo Windows, considera que esta é uma forma de ganhar a confiança dos seus utilizadores. “O nosso nível de privacidade será superior. Ninguém constará de nenhuma base de dados nem serão mostrados anúncios”. Esta manobra poderá ser encarada como um desafio directo ao Gmail, que apresenta anúncios contextuais.
Por outro lado, a segunda mudança radical radica na compatibilidade com outros sistemas. Será possível, a partir do Outlook.com, consultar outros emails, como o do Google e do Yahoo, por exemplo. Dito isto, fica claro que a Microsoft quer transformar o Outlook.com não apenas num novo serviço de email mas antes numa aplicação web a partir da qual é possível gerir várias contas e vias paralelas de comunicação, resume o diário espanhol “El País”.
O Outlook.com já está disponível - aconteceu sem pré-aviso - em 14 idiomas (incluindo Português) e com aplicações para tablets e smartphones Android (em breve disponíveis noutros sistemas operativos móveis).
Os EUA denunciaram hoje o aumento do antisemitismo e da hostilidade em relação aos muçulmanos na Europa, criticando nomeadamente as leis contra a "burca" (véu islâmico integral) em França e na Bélgica.
No relatório do Departamento de Estado sobre a liberdade religiosa no mundo relativo a 2011, hoje divulgado, Washington censura igualmente a "deterioração significativa" das liberdades religiosas na China e critica o Egito por não ter reprimido os ataques contra a minoria cristã copta.
Europa multicultural porém xenófoba
"Os países europeus são cada vez mais diversos em termos étnicos, raciais e religiosos. Estas evoluções demográficas são acompanhadas por vezes de uma subida da xenofobia, do antissemitismo e de sentimentos antimuçulmanos", assinala o relatório.
O Departamento de Estado também destaca "o crescente número de países europeus, entre os quais a Bélgica e a França, cujas leis que restringem o código de vestuário, nomeadamente o uso da burca, têm um efeito desfavorável sobre muçulmanos e outros".
Em França, a lei que proíbe esconder a cara em espaço público foi aprovada pelo parlamento em setembro de 2010 e é aplicada desde 11 de abril de 2011. A Bélgica adotou o mesmo tipo de legislação em julho de 2011.
A semana passada, o comissário para os direitos humanos do Conselho da Europa, Nils Muiznieks, apelou aos governos europeus, citando Paris e Bruxelas, para "renunciarem às leis e medidas visando especificamente os muçulmanos".
É um país de excelência, onde o mérito e a qualidade determinam as contratações e fazem evoluir os profissionais. A Noruega é um destino cada vez mais aliciante para os portugueses que procuram oportunidades de carreira além-fronteiras.
Os engenheiros são mais beneficiados com oportunidades de emprego neste país que tem sido considerado pela ONU como líder mundial do desenvolvimento humano.
A Noruega tem atualmente cerca de cinco milhões de habitantes, mas estima-se que em 30 anos o número esteja já nos oito milhões de habitantes. A justificar este crescimento está não só uma sólida política de natalidade que incentiva os casais a terem filhos, mas também uma elevada taxa de imigração. São cada vez mais os estrangeiros que escolhem a Noruega para trabalhar. Oportunidades não faltam num país onde sector energético tem um peso notório na economia, mas onde faltam profissionais altamente qualificados em algumas áreas. A engenharia é a que gera maiores lacunas. Para suprir o seu défice de profissionais em áreas-chave, as empresas norueguesas recrutam cada vez mais nos seus parceiros europeus. Portugal é um fornecedor de eleição. Há empresas na Noruega onde o número de colaboradores portugueses já se equipara muito aos nativos do país.
Só a FMC Technologies, emprega na Noruega mais de 40 engenheiros portugueses. A empresa é das muitas que recorre aos serviços da rede Eures - em Portugal representada pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) - para recrutar engenheiros portugueses. Segundo o instituto, “as ações de recrutamento de profissionais portugueses para a Noruega foram iniciadas em 2007, chegando os primeiros portugueses ao território em 2008”. Os dados do IEFP apontam para uma colocação superior a 550 portugueses no país.
Tiago Nunes é um deles. O jovem engenheiro mecânico de 31 anos, foi dos primeiros a ser recrutado neste serviço da Eures. Chegou à Noruega em 2007 e garante que a experiência tem sido muito enriquecedora.Tiago integra os quadros da National Oiwell Varco como engenheiro de projeto. Sempre sonhou com uma carreira internacional e assegura que não podia ter encontrado melhor destino senão na terra das oportunidades.
A Noruega é um país com boas hipóteses de emprego em múltiplas áreas, a começar pela engenharia. Mas Tiago garante que há também oportunidades na saúde, educação, restauração e em funções mais técnicas como canalizadores, soldadores, mecânicos de automóveis, camionistas, trabalhadores da indústria metalúrgica, cozinheiros, padeiros e até cabeleireiros. E se na área da engenharia basta saber falar inglês para conseguir boas oportunidades, “em sectores como a saúde e a educação é necessário dominar a língua norueguesa”, explica o engenheiro acrescentando que para quem aspira a cargos de chefia é também fundamental falar norueguês. Ainda assim, à parte da dificuldade linguística, Tiago Nunes esclarece que os portugueses são muito bem vistos na Noruega “basta ver pelo número de portugueses que todos os meses chegam ao país e pelo interesse crescente das empresas norueguesas em Portugal”.
Um interesse que está prestes a conduzir Rodrigo Silva, outro engenheiro, ao território. Rodrigo é engenheiro mecânico e acaba de ser recrutado na última das missões de recrutamento para empresas daquele país, organizada pelo IEFP em Portugal. Concluiu a licenciatura em dezembro e desde janeiro que procurava emprego. Parte para a Noruega com a intenção de desenvolver a sua vida profissional e pessoal e, assegura, “conseguir a integração na sociedade norueguesa e fazer parte dessa nação”.
Esta necessidade de assegurar todas as condições de contrato ainda em Portugal é algo que para Tiago Nunes é muito importante. “Um português não deve viajar para a Noruega à procura de emprego sem ter algum em concreto ou um contrato com uma empresa. A vida na Noruega é bastante cara e sem emprego não é possível permanecer muitos dias”, alerta o jovem engenheiro há cinco anos no território.
E nesta missão de ligação às empresas locais, o papel da rede Eures pode mesmo ser vital. As oportunidades existem e o interesse das empresas nos profissionais portugueses também. Basta apenas fazer o mix entre a oferta e a procura e é isso que acontece nos Engeneering Mobility Days que por diversas vezes a rede, através do IEFP, já organizou em Portugal com elevada taxa de sucesso. “Para setembro está já prevista uma nova ação de aproximação aos empregadores de Stavanger e Oslo, prevendo-se uma nova ação de recrutamento em outubro”, explica o IEFP. A presença é obrigatória para os portugueses que tem este destino na sua lista de opções.
Energia lidera nas oportunidades
Com uma natureza a que ninguém fica indiferente, a Noruega atrai cada vez mais portugueses e outros cidadãos europeus que aqui escolhem desenvolver uma carreira à escala global. O país mantém o modelo social escandinavo baseado na saúde universal, no ensino superior subsidiado num regime abrangente de apoio social. Desde 2001 que a Noruega é classificada pela Organização das Nações Unidas como o melhor país do mundo em desenvolvimento humano, sendo em 2007 também avaliada como o país mais pacífico do mundo. Apesar de ter rejeitado a adesão à União Europeia em dois referendos, a Noruega mantém laços estreitos com a UE e com seus países membros.
A economia norueguesa é sobretudo fundamentada no sector da energia, onde residem também as maiores e melhores oportunidades de emprego. “A área do petróleo offshore e toda a logística, produtos e serviços necessários para explorar, produzir e transportar petróleo são geradores de uma quantidade enorme de empresas e empregos”, explica Tiago Nunes. A Noruega atrai um número elevado de empresas multinacionais nas áreas das energias renováveis, eletrónica, alimentar e farmacêutica que asseguram emprego a um número elevado de colaboradores nacionais e estrangeiros. Mas estas não são as únicas área as assegurar emprego no país.
Outros sectores como a construção têm também um futuro promissor no país que tem uma área muito grande e onde faltam algumas infra-estruturas que, mais cedo ou mais tarde, serão criadas. Tiago Nunes dá como exemplo o novo aeroporto de Oslo cuja construção se iniciará em breve e também as estradas que “não são aquilo a que estamos habituados em Portugal”, enfatiza.
Em matéria de habitação, o país também surpreende pela organização. “Nas zonas urbanas, a arquitetura das casas é muito harmoniosa, organizada e consistente por todo o país, incluindo os centros das cidades”, explica Tiago Nunes que acrescenta “os espaços para crianças, por exemplo, são os primeiros a serem construídos quando se inicia uma urbanização”. Há também um vasto leque de infraestruturas destinadas a práticas desportivas.
A língua pode de facto ser o principal entrave para os profissionais portugueses. Ainda que o inglês seja suficiente para desenvolver a atividade profissional no país, é simpático até por uma questão de compreensão dos colegas e participação na sociedade, saber falar norueguês. Diz quem já passou pela experiência que a convivência e alguma determinação e curiosidade natural, facilitam a aprendizagem que, em si não é complicada.
O grande conselho para quem pensa rumar a este país é que não o faça sem ter emprego assegurado antes de sair de Portugal. A vida na Noruega é bastante cara e sem emprego, garante Tiago Nunes “não é possível permanecer muitos dias”.
“O Presidente da República, tendo tomado conhecimento do comunicado divulgado pelo Governo na passada sexta-feira, dia 27, esclarecendo vários aspectos relativos ao decreto da Assembleia da República que procede à revisão do regime jurídico do arrendamento urbano - nomeadamente quanto à garantia de que será assegurada a estabilidade contractual e a protecção social dos arrendatários em situação de maior vulnerabilidade -, decidiu promulgar como lei o referido diploma”, anunciou a Presidência.
O anúncio foi feito através do sítio da internet da Presidência da República.
O Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território divulgou na sexta-feira um comunicado em que afirma que a “estabilidade contractual dos arrendatários com idade igual ou superior a 65 anos ou deficiência com grau de incapacidade superior a 60% e baixos rendimentos será assegurada mesmo após o decurso do período de cinco anos de proteção previsto na lei”.
No comunicado, lia-se igualmente que “o Estado assegura a protecção social dos arrendatários com idade igual ou superior a 65 anos ou com deficiência grau de incapacidade superior a 60% e baixos rendimentos uma vez decorrido o referido período de cinco anos, designadamente garantindo a diferença eventualmente apurada entre o valor da renda devida em função do rendimento anual bruto corrigido do agregado familiar e a que resultará, após o decurso do prazo, da indexação ao valor patrimonial tributário do prédio”.
“A regulamentação deste direito à proteção social dos arrendatários será objeto de diploma próprio”, lia-se ainda no comunicado.
Propagam-se por toda a Confederação Helvética, em particular pelos cantões de Vaud, Genebra, Valais e Zurique. Os homens já não têm de abrir caminho. Gonçalo seguiu a namorada e muitos outros tentam ali a sua sorte. Partem aos milhares.
Já lá vão quase 50 anos desde que os suíços puseram os portugueses na lista de trabalhadores de "áreas distantes", demasiado diferentes para se habituarem aos seus usos e costumes. Nos últimos anos, os portugueses até parecem estar a tomar a Confederação Helvética de assalto. Desembarcam, em média, mil por mês. Só os alemães os superam. Quem sabe por quanto tempo? A vizinhança alemã - de Baviera e de Baden-Württemberg - está quase com pleno emprego.
Nem meio milhar havia há 40 anos, altura do desembarque de Manuel Beja, conselheiro das comunidades portuguesas. Era desmedido o poder de atracção de França e desencorajador o estigma na Suíça, só revisto na sequência da entrada de Portugal na Comunidade Económica Europeia, em 1986. No final do ano passado, já havia 224.171, com maior incidência em Vaud, Genebra, Valais e Zurique.
Ler mais no jornal Público Parecer: O normal fado lusitano, sempre que alguma torneira externa se fecha.
As sucessivas rondas de aumentos de preços no último ano, assim como o desemprego, passam factura elevada.
A Carris registou uma redução de 21% nos passageiros transportados no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Se até Junho de 2011 a Carris tinha transportado 118,3 milhões de passageiros, agora ficou-se pelos 93,3 milhões. As receitas da empresa, ainda assim, subiram 5,6%, para 46 milhões de euros, mostram os números que a Carris fez chegar aoi.A transportadora lisboeta viu ainda a dívida subir 1,8%, para 729 milhões.
“A acentuada quebra de passageiros, generalizada a todos os transportes públicos, reflecte a acentuada redução da mobilidade, também repercutida numa diminuição do transporte particular, como todos os indicadores evidenciam, sendo sobretudo uma consequência da recessão e do aumento do desemprego que se verificam em Portugal”, comentou a Carris a propósito destes números. Contudo, os sucessivos aumentos dos tarifários levados a cabo pelo governo PSD/CDS são também, em grande parte, responsáveis pela quebra na procura da Carris – e nos demais transportes públicos. Como exemplo, veja-se que em Janeiro deste ano as empresas de transportes estavam com números em linha com Janeiro de 2011, e que em Fevereiro, data do último aumento tarifário decretado pelo Ministério da Economia, entraram em queda a pique.
Os números agora revelados pela Carris mostram ainda uma deterioração face ao registo do primeiro trimestre deste ano. Nos primeiros três meses de 2012, a transportadora tinha sentido uma redução de 10% nos passageiros que agora, considerando todo o semestre, mais que duplicou, para 21%. Pondo as coisas noutros termos: se entre Janeiro e Março deste ano a Carris tinha perdido, em média, 65,3 mil passageiros por dia, já considerando o período entre Janeiro e Junho a Carris perdeu perto de 139 mil passageiros diários.
CONTAS MELHORAMO reverso da medalha da quebra dos passageiros encontra-se no quadro relativo aos resultados financeiros da Carris. A dimensão dos aumentos dos tarifários foi de tal forma que, mesmo com uma quebra de 25 milhões de passageiros, a transportadora consegue um aumento de 5,6% nas receitas, fruto de um crescimento de 4,1% nas receitas com passes – apesar de ter vendido menos 22,7% destes títulos – e de 20,6% nos bilhetes pré-comprados. Este aumento, conjugado com a redução de 8,8% nos custos operacionais da transportadora, para 65,3 milhões de euros, ajudou a baixar os prejuízos da empresa para 28 milhões, contra os 43,8 milhões de perdas no primeiro semestre de 2011. Também o resultado operacional melhorou, passando de 27,6 milhões para 8,5 milhões negativos.
Foi um mês particularmente infeliz para Cuba. Por ter desaparecido Oswaldo Payá, um dos mais tenazes opositores à ditadura. Prémio Sakharov dos Direitos Humanos, concedido em 2002 pelo Parlamento Europeu, e promotor do Projecto Varela, que reuniu 11.020 assinaturas de cidadãos cubanos em defesa de um referendo pela abertura democrática, logo inviablizado pela cúpula do regime.
Sem ele, tudo volta a ser mais difícil. Como escreveu Yoani Sánchez no seu blogue, "ninguém devia morrer antes de alcançar os seus sonhos de liberdade".
Em 2011, os portugueses correram aos cartões de créditos, preferindo-os aos de débito e aos cheques. Estrangeiros deram mais uso ao cartão em Portugal
O número de cartões de crédito em circulação disparou em Portugal em 2011, com os bancos a emitirem mais 824.916 cartões do que em 2010, segundo os dados hoje divulgados pelo Banco de Portugal (BdP).
De acordo com a instituição, no final de 2011 existiam 19,3 milhões de cartões ativos (18,9 milhões em 2010) dos quais dez milhões eram cartões de débito (10,4 milhões em 2010) e 9,3 milhões correspondiam a cartões de crédito (face aos 8,5 milhões existentes no ano anterior).
O número de terminais (caixas e terminais de pagamento automático), no entanto, baixou dos 293 mil para os 288 mil.
Segundo o BdP, os instrumentos de pagamento eletrónico têm vindo a substituir os instrumentos de pagamento em suporte papel, com o recurso a cheques a diminuir 16,7 por cento em quantidade e 13,8 por cento em valor.
Ainda assim, foram processados 79,7 milhões de cheques no ano passado, o que correspondeu a 106,7 mil milhões de euros, o que representa uma média diária de 320 mil cheques, no valor de 428,3 milhões de euros.
Os cheques devolvidos, por sua vez, aumentaram dos 0,7 em 2010 para os 0,8 por cento em 2011, com a maior parte das devoluções a dever-se "à falta ou insuficiência de provisão".
No entanto, em termos absolutos, sublinha o BdP, as devoluções diminuíram de 676 mil em 2010 para 636 mil em 2011 (menos 5,9 por cento).
Ainda de acordo com os números do Banco de Portugal, em 2011 foram processadas diariamente pela rede multibanco cerca de 4,6 milhões de operações, perfazendo um total de 243 milhões de euros.
Os tipos de transação mais correntes efetuados na rede Multibanco foram compras (42,6 por cento), levantamentos nacionais (24,3 por cento) e pagamentos de baixo valor (17 por cento).
Face a 2010, o BdP destaca "o acentuado crescimento das compras realizadas em território nacional com cartões estrangeiros (mais 13,1 por cento em quantidade e mais 12,3 por cento em valor)".
As compras realizadas no estrangeiro com cartões de pagamento portugueses subiram também em 2011, face a 2010, em quantidade (12,4 por cento) e em valor (5,8 por cento).
O pedido de auxílio financeiro feito ao Estado pelo governo catalão agrava a crise da dívida de todo o país. E demonstra igualmente os excessos orçamentais das regiões autónomas, considera a imprensa de Madrid e Barcelona.
"A Catalunha pede auxílio", anuncia o diário El País, no dia seguinte ao anúncio feito por Artur Mas de que a Catalunha, região a que preside, vai pedir auxílio financeiro ao governo central. A Catalunha é uma das regiões mais ricas de Espanha, mas também a mais endividada – na ordem dos 42 mil milhões de euros, dos quais 5700 milhões a vencer em 2012. É a terceira região autónoma, depois de Valência e Múrcia, obrigada a procurar assistência do Fundo de Liquidez Regional (FLA), cuja dotação é de 18 mil milhões de euros. É uma "crise das regiões", lemos no título do editorial do diário madrileno. A notícia surge em plena tempestade financeira em Espanha e na Zona Euro. O prémio de risco, ou seja, a diferença entre as taxas alemãs e espanholas, atingiu níveis recorde, de 6,5%, tal como a taxa de juros das obrigações do Estado a 10 anos (7,6%). Isto mostra que:
as comunidades autónomas entraram numa fase aguda de crise financeira, cuja primeira consequência, e a mais grave, será nova deterioração da confiança dos investidores na solvência da dívida espanhola.
A responsabilidade recai sobre as regiões, considera o diário, mas também sobre o Governo de Mariano Rajoy:
Durante muitos anos, as regiões não conseguiram sistematicamente executar os seus programas económicofinanceiros, aumentando as suas dívidas, com a complacência dos sucessivos governos, que, por motivos políticos ou simples negligência, se esqueceram de fazer cumprir rigorosamente os compromissos em matéria de défice. […] O que transmite uma péssima sensação à opinião pública e aos investidores, cuja confiança se tenta recuperar, é o relacionamento caótico do governo central com os governos autónomos. [...] O Executivo não soube responder à pergunta sobre a situação real das contas regionais; e essa falta de resposta está a levar-nos, entre outras coisas, a uma situação sem saída.
"A Catalunha admite o colapso", lê-se no diário El Mundo. O diário de Madrid critica os dirigentes autonómicos e considera que é necessário "podar o supérfluo":
Ninguém entenderia que os esforços impostos por esses auxílios financeiros continuem a recair sobre a população, quando os dirigentes das regiões mantêm intactas as suas estruturas de poder. Ainda não se viu estas regiões reagirem à sua dramática situação. Está o Executivo mais comprometido com as exigências de Bruxelas do que muitos dirigentes regionais [...] Sabida a resistência das regiões autónomas a desmantelar as suas estruturas supérfluas [televisão regional, "embaixadas" e outras instituições copiadas do governo central], o Governo deve aplicar-se em reduzi-las. [...] Se Rajoy não conseguir controlar as comunidades autónomas que agora estão falidas, vai ter de carregar com esse erro para sempre.
Por seu lado, os jornais catalães sublinham que o auxílio surge no momento em que o parlamento regional debate o "pacto fiscal", que visa renegociar com Madrid a participação da Catalunha no sistema fiscal nacional. O objetivo é reduzir a sua contribuição para o fundo de financiamento das outras regiões e manter mais recursos económicos na região, seguindo o modelo do País Basco, uma exceção ao sistema tributário espanhol.
Mas a Catalunha não é "nem rica nem completa", como traz El Periódico em título, referindo-se a esse pedido de renegociação do pacto fiscal. Devia, pois, "esquecer o pacto fiscal", considera o diretor do jornal, Enrique Hernandez:
Tal como o náufrago não reivindica contrapartidas a quem lhe atira um colete salva-vidas, submeter-se aos ditames do Tesouro e exigir a chave do cofre não parece uma boa estratégia. A saída mais digna para a Catalunha seria manter viva a exigência do pacto fiscal, mas pôr de lado a negociação com o Estado até que as circunstâncias mudem e tenha possibilidade de prosperar.
Já o barcelonês La Vanguardia considera que “a Generalitat [governo regional] deu um passo da maior importância: receber ajuda do Estado a troco de menos autonomia”; e ironiza, estabelecendo um paralelo com a reação de Mariano Rajoy face ao auxílio aos bancos espanhóis, cedido pela União Europeia:
O Executivo catalão jura e volta a jurar que não há nem auxílio nem intervenção, tudo se resume a uma linha de crédito; e as condições referem-se apenas ao dinheiro emprestado, como acontece sempre que uma entidade empresta dinheiro a outra. Foi o que disse Rajoy aquando do auxílio aos bancos, e depois soube-se as condições. O êxito dessa teoria é sobejamente conhecido.