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A-24

Morreu Antonio Tabucchi

por A-24, em 25.03.12
O escritor italiano Antonio Tabucchi morreu de cancro, em Lisboa, aos 68 anos. Tabucchi tinha uma longa ligação com Portugal e era considerado um dos nomes maiores da literatura italiana.
 
Autor de livros como “Afirma Pereira” (1993), obra premiada e que foi adaptada ao cinema com Marcello Mastroianni no papel principal, e "Notturno Indiano" (1984), era também professor de Língua e Literatura Portuguesas na Universidade de Siena.
Um último livro de Tabucchi, "O Tempo Envelhece Depressa", será editado no próximo mês pela Dom Quixote.
Nascido em Pisa, em 1943, cresceu numa pequena povoação próxima daquela cidade. Filho de um comerciante de cavalos, estudou línguas e filosofia, antes de decidir viajar pela Europa. Em Paris, na Sorbonne, descobriu, traduzida para francês, uma colectânea de poemas de Fernando Pessoa (que incluía a Tabacaria), por cuja obra se apaixonou, decidindo estudar português para melhor compreender o poeta.
Tabuchi conhecia Portugal desde os 22 anos e considerava-o o seu "país de adopção". É autor de ensaios sobre o trabalho de Pessoa e, com a companheira, Maria José de Lencastre, traduziu e dirigiu a edição italiana dos textos do autor.
“Veio a Portugal no princípio dos anos 60, conheceu vários portugueses entre os quais Alexandre O’Neill, de quem ficou muito amigo. A partir daí nunca mais perdeu de vista Portugal, casou com uma portuguesa”, recordou Maria Piedade Pereira, a primeira editora de Antonio Tabucchi, então na Quetzal, e que recentemente voltou a trabalhar com o escritor na Dom Quixote.
O livro “Afirma Pereira", um romance político sobre um jornalista português em finais da década de 1930 que vivia alheado da ditadura salazarista, valeu-lhe dois prémios italianos – Via Reggio e Campiello – e o prémio internacional Jean Monet.
Em 1991, escreveu, directamente em português, o romance "Requiem. Uma alucinação", que se passa em Lisboa e no qual um autor italiano se encontra com o espírito de um poeta português já morto.
Segundo Maria Piedade Pereira, a cultura portuguesa está muito reflectida na primeira fase da obra do autor, principalmente o Portugal anterior ao 25 de Abril. “Toda a obra dele está ligada a Portugal”.
“Tabucchi foi um embaixador da cultura portuguesa na Itália e na França”, acrescentou, dando como exemplo o caso da editora Christian Bourgois, que publicou os seus livros em França e que começou a editar a obra de Fernando Pessoa no final da década de 1980.
Entre outras obras, Antonio Tabucchi escreveu uma comédia teatral sobre Pessoa. Recebeu o Prémio Médicis, por “Notturno Indiano”. “Pequenos equívocos sem importância”, “Une baule pieno di gente”, “Os últimos três dias de Fernando Pessoa”, “A cabeça perdida de Damasceno Monteiro” e “Está a fazer-se cada vez mais tarde” são outros títulos do autor.
Segundo Maria Piedade Pereira, o último livro de Tabucchi, ainda por publicar, é um conjunto de nove histórias que estão relacionadas “com a passagem do tempo, com a memória”. Nos próximos três anos a Dom Quixote vai lançar onze livros de Tabucchi entre novidades e reedições, avançou a editora.
O autor escrevia regularmente na imprensa e era um acérrimo defensor da liberdade de expressão. Em 2009, foi processado pelo presidente do Senado italiano, Renato Schifani, na sequência de um artigo publicado no jornal L'Unità, no qual o escritor se colocara ao lado de um jornalista que, no mesmo jornal, notara que os perfis sobre Schifani não mencionavam as ligações do político a pessoas condenadas por laços à máfia. O processo acabou por não ser concluído.
Tabuchi estava internado no Hospital da Cruz Vermelha. O funeral irá decorrer na próxima quinta-feira, em Lisboa.
PÚBLICO 


O escritor italiano Antonio Tabucchi morreu em Lisboa aos 68 anos após uma longa doença, informou neste domingo (25) o tradutor de sua obra para o francês, Bernard Comment.
De acordo com o jornal português "Público", Tabucchi tinha câncer e estava internado no Hospital da Cruz Vermelha. O funeral deve ocorrer na próxima quinta-feira (29), em Lisboa.
Considerado um dos maiores autores italianos contemporâneos, Antonio Tabucchi escreveu obras como "Afirma Pereira" e "O Tempo Envelhece Depressa".
Autor de mais de 20 livros traduzidos para quase 40 idiomas, o romancista, professor universitário e ensaísta era o principal tradutor e promotor da obra do escritor português Fernando Pessoa em italiano.
Em 1991, Tabucchi escreveu em português, o romance "Requiem - Uma Alucinação", que se passa em Lisboa e no qual um autor italiano se encontra com o espírito de um poeta português já morto.
Vários romances de Tabucchi foram adaptados para o cinema, como "Noturno Indiano" (prêmio Médicis estrangeiro, 1987), por Alain Corneau, e "Afirma Pereira", por Roberto Faenza, com Marcello Mastroianni como protagonista, o que contribuiu para o sucesso da obra.
Profesor de literatura portuguesa na Universidade de Siena (Itália), Antonio Tabucchi foi também articulista dos jornais "Corriere della Sera" e "El País". Foi um grande crítico do governo de Silvio Berlusconi.
Filho único de um vendedor de cavalos, Tabucchi, nasceu em 24 de setembro de 1943 em Pisa, na Toscana, estudou filologia românica e, a partir de 1962, literatura em Paris, onde descobriu o poeta Fernando Pessoa ao ler a tradução para o francês de um de seus poemas.
O entusiasmo com a descoberta o levou a estudar português e Portugal se tornou sua segunda pátria. Tabucchi redigiu uma tese sobre o surrealismo em Portugal. Apaixonado por Pessoa, traduziu toda sua obra para o italiano, ao lado da mulher, que conheceu em Portugal.
Segundo a editora Maria Piedade Pereira, ouvida pelo "Público", o último livro de Tabucchi (ainda inédito) é um conjunto de nove histórias que "têm todas a ver com a passagem do tempo, com a memória". Nos próximos três anos a editora Dom Quixote vai lançar em Portugal onze livros de Tabucchi entre novidades e reedições.

FOLHA DE SP

O escritor italiano Antonio Tabucchi, que morreu hoje em Lisboa, era considerado um autor de dimensão universal, com uma voz para lá da literatura e que dizia muitas vezes que sonhava em português.
Antonio Tabucchi, que nasceu em Vecchiano (Pisa) em 1943, descobriu a leitura na infância por culpa de uma fratura num joelho e por causa de um tio, que o ajudou a curar a maleita fornecendo-lhe muitos livros.
Apesar da naturalidade italiana, Tabucchi estava há várias décadas ligado a Portugal, por via de uma admiração profunda pela obra de Fernando Pessoa, que divulgou e traduziu para italiano.
A nacionalidade portuguesa foi-lhe concedida em 2004, uma mera formalidade para quem, como admitiu em várias entrevistas, sonhava frequentemente em português, condição involuntária de quem se considera cativo de um país.
O nome de Fernando Pessoa ficou-lhe marcado no percurso literário como nenhum outro autor, tinha como profissão "professor universitário" em Portugal e Itália, dirigiu o Instituto Italiano de Cultura, mas Antonio Tabucchi deixou sobretudo uma voz própria na literatura, comprometida com um grande sentido cívico.
Deixou publicadas obras como "Afirma Pereira" e "A cabeça perdida de Damasceno Monteiro", duas das que têm Portugal como cenário da ficção, "Nocturno Indiano", "Os últimos três dias de Fernando Pessoa" e "Requiem".                                                                  DN                                                           


Entretanto no Congresso do PC…

por A-24, em 25.03.12
…fala Alberto João Jardim. Fala das “grandes massificações em termos planetários”, fala de “big brothers”,  alerta para “o que diz a imprensa internacional sobre Portugal”, e avisa que “desde a Queda do Muro de Berlim houve um desplante total do Capitalismo Selvagem”. Segundo o Governante Madeirense a “especulação financeira deixou o poder democrático nas mãos do grande Capital.” Aproveita para filosofar sobre o “Pós-Modernismo”  Refere também que “se tivesse seguido as normas feitas por um certo capitalismo que domina as nossas sociedades” não teria sido reeleito, pois foi eleito por aqueles a quem deu aquilo a “que socialmente tinham direito.” Para AJJ é inconstitucional a Lei de limitação de mandatos – e recebe um largo aplauso do Congresso. O que mais me impressiona é vê-lo sempre com a bandeira da Revisão Constitucional quando ele tem sido o político que mais tem feito pelas premissas da própria da CRP. E no final da sua intervenção usa o termo “pós-capitalista” uma dúzia de vezes. Segundo AJJ: “Temos que nos preparar para um sociedade pós-capitalista, vai haver algo depois disto.” “O Estado terá que ser mais regulador em relação à riqueza criada pelas nações”. “O Estado Social vai substituír o Estado-Providência.” Vai tentando acabar com uma nova referência ao fracasso do Capitalismo e aproveita para criticar os Lobbies, a Esquerda, os Conservadores, os Radicais e os Liberais. E deixo o toque final, a cereja no topo do bolo: a sua recomendação para que não existam divergências na linha do partido, o seu apelo ao “um por todos, todos por um” num tom chega  a passar por soviético.
Alberto João Jardim não é um populista qualquer. É um Socialista perigoso, um hábil demagogo que conduziu a Madeira a um desastre financeiro acompanhado duma pornográfica intervenção do Estado no processo democrático e na liberdade de imprensa. Não se desenganem, isto não é um desabafo solitário e pouco sóbrio duma voz incomodada. É o discurso de além que venceu as eleições regionais com uma votação exemplar e que Passos Coelho fez questão de escolher para seu mandatário na Madeira.

Ricardo Lima in O Insurgente

Tenham dó...

por A-24, em 23.03.12

Depois de o editorial de hoje da Ana Sá Lopes, sinto que não existe muito mais a dizer. Afinal, quais são os critérios para se ser  agente da PSP? Alguém me esclarece? Porque pelas atitudes que tomam, parece que se resume a uma questão de massa muscular. O QI certamente ficou de fora dos critérios.

Peço desculpa se estou a dramatizar e a generalizar, mas a situação de ontem revoltou-me, como há muito não me revoltava.
Ora bem, vamos analisar os factos, temos uma patética (mini) greve geral, que foi um autêntico flop. Que no máximo mereceria uns oráculos de telejornal. E o que é que a PSP decide fazer para animar a malta? Dar bastonadas em jornalistas, uma delas da France Press.
Acontece que para a organização e para os arruaceiros que por lá andavam (sim, note-se que não estou a falar de quem se manifestava pacificamente pelos seus direitos, mas dos palermas que lá andavam sem saber bem porquê) esta greve não podia passar despercebida - o que é que se pode então fazer?
- Vamos provocar confusão à la Grécia - porque é tão giro e aparecemos na televisão e no youtube - e provocar desacatos com a Policia.
Estes desacatos levam-nos à intervenção policial - que faria todo o sentido se fosse feita de forma reponsável, de modo a garantir a segurança dos cidadãos, o que não aconteceu de todo. Tratou-se simplesmente de um espetáculo de força bruta, imposição de autoridade estúpida e violência gratuita.
Será que não concebem o prejuizo que causaram a Portugal? 
Será que não conseguem perceber que estavam a atacar - é mesmo a palavra - de forma despropositada os manifestantes? Não percebem o conceito de desproporcional? 
Será que não entendem que os tipos com camâras são jornalistas? E que estão apenas a fazer o seu trabalho?

Tenham dó...

Posto isto, estou intrigada sobre o nível de inteligência das nossas forças policiais. Não perceberam que estavam a ser provocados e que cairam que nem uns patinhos a dar espectáculo?
Não perceberam que esse espectáculo iria ecoar nos países em redor e prejudicar gravemente a nossa imagem, detruindo todo o trabalho que tem vindo a ser feito, com tanto sacrificio dos Portugueses?
Não consigo conceber qual é o objectivo de destruir a nossa imagem - de país estável e  cumpridor, que está a atingir as metas definidas - e transformar a percepção da opinião pública internacional sobre Portugal, como que se tratasse de um país instável e de arruaceiros, tal e qual a Grécia.
Todo o caos e instabilidade que "de repente" assolou o país é provocado por meia dúzia de arruaceiros, forças policias incompetentes (para não dizer mais) e pela intersindical comunista. É simples.
O giro de tudo isto, é o facto de neste momento essas imagens estarem a correr mundo, comparando-nos injustamente à Grécia. Quando na realidade a "grande greve" foi um flop e a maioria dos Portugueses, que continua a apoiar o governo, estava nesse momento nos seus locais de trabalho, a fazer a sua parte para tirar Portugal da crise.
Estado Sentido

A secularização da sociedade portuguesa avança

por A-24, em 23.03.12
Em 1977, 1991 e 2001, a ICAR portuguesa fez «contagens de cabeças» nas missas dominicais, a nível nacional e que nos dois últimos casos coincidiram com datas de censo nacional. A evolução que essas contagens permitem vislumbrar (ver artigo de 2007) é de uma secularização progressiva da sociedade portuguesa, com as percentagens (de pessoas presentes na missa católica sobre a população nacional) a caírem de 26% para 23% e depois para 19%.
Em 2011, a ICAR optou por não fazer essa contagem. Todavia, parece que a diocese de Viseu a fez. O resultado é que foram contadas nas paróquias dessa diocese, em fevereiro do ano passado, 43375 pessoas. Dez anos antes, seriam 70752. Ou seja, 39% dos católicos praticantes deixaram de o ser (por falecimento ou desinteresse). A diocese de Viseu resume: a percentagem da população da região que é católica praticante caiu sucessivamente de 33% (1991), para 29% (2001) e agora para 20% (2011).
Extrapolando os resultados de Viseu para o todo nacional, pode ser-se tentado a concluir que a percentagem nacional de católicos praticantes poderá estar agora nos 13%. E parece que os políticos não sabem.
link

"Atirador de Toulouse - Um falso Muçulmano"

por A-24, em 23.03.12
Parece que afinal o atirador de Toulouse, é um falso muçulmano, uma vez que todos sabemos que o Islão é a religião da paz e desencoraja fortemente os ataques a crianças e inocentes, da mesma maneira que condena a opressão das mulheres e a perseguição dos judeus.
Mohamed, assim se chama o falso muçulmano, é palestiniano e, pelo que se sabe já, estava numa jihad para "se vingar pelas crianças palestinianas e pelas intervenções do exército" do seu país no dar-al islam, e só os islamófobos ignoram que a jihad é basicamente apenas uma luta interior espiritual, que nada tem a ver com terrorismo, bombas e tiroteios sobre civis.
Pois acontece que, de algum modo, Mohamed, esqueceu isto tudo. Inacreditavelmente, parece que há muitos outros muçulmanos como ele, na verdade a esmagadora maioria, que não conhecem o "verdadeiro Islão", aquele que existe apenas nas cabeças do bem- aventurados que, como Obama, e Ken Livingstone, não se cansam de exaltar o pacifismo e a tolerância do Islão.
Na verdade, a própria assessora de Obama para os assuntos islâmicos, Dalia Mogahed, parece ser uma falsa muçulmana, porque não se cansa de exaltar a "resistência" (eufemismo para terrorismo islâmico contra Israel) e defender as maravilhas da sharia, coisas que, obviamente, nada têm a ver com o verdadeiro Islão.
In O Triunfo dos Porcos

Judeus

por A-24, em 22.03.12
«A "questão judaica" é hoje, na Europa, uma mera relíquia daquilo que foi durante séculos. Na verdade, poucos têm coragem de o dizer, mas embora a abominável "decisão final" (Endlösung), urdida pelo regime nazi para as minorias judaicas da Europa ocupada, tenha ficado por metade, tal foi suficiente para privar a Europa desse filão de resiliência, criatividade e inteligência que as minorias judaicas representaram na história das nações europeias. Os sobreviventes do extermínio, na sua maioria, estão hoje em Israel, ou são um dos motores da prosperidade dos EUA.

O ódio "popular" aos judeus é um dos fatores da decadência europeia. Não é preciso ser Antero de Quental para perceber que a decadência peninsular se inicia com a expulsão dos judeus, na altura em que a organização dos impérios marítimos de Portugal e Espanha mais precisaria do seu contributo. Basta olhar para a Alemanha de 2012. Com a mesma população que tinha ao tempo da República de Weimar, mas sem o impulso da sua vibrante comunidade judaica, exterminada ou exilada pelo Holocausto, a cultura alemã de hoje é, na comparação, pobre e sem brilho. Onde estão os filósofos, os escritores, os cientistas, os músicos, os cineastas, de ascendência judaica, que fizeram a grandeza universal da Alemanha até1933? Basta ler a biografia de George Steiner, Errata, para compreender os motivos que levaram Nietzsche a considerar os judeus como uma (malograda) vanguarda cosmopolita da unidade europeia, contra o perigo da autodestruição. As crianças judias assassinadas em França apenas nos recordam que, sob o verniz da tolerância europeia, jaz um virulento génio maligno pronto a despertar. A mediocridade não suporta a diferença e a singularidade de mérito que os judeus deixaram na nossa cultura comum. E que falta isso nos faz agora!»

VIRIATO SOROMENHO-MARQUES [DN]

Argelino e jihadista

por A-24, em 22.03.12
A tese de que o ataque de Toulouse se enquadrava num ataque generalizado às duas comunidades, judaica e islâmica, está a cair por terra: o suspeito é um francês de origem argelina e jihadista.
Por muito que se tente, não se conseguirá disfarçar a insegurança em que vivem os Judeus franceses e classificar este caso como isolado, ainda menos. 

In "Lisboa-Tel Aviv"


disparidades regionais

por A-24, em 22.03.12
“Most of Portugal’s manufacturing exports – garments, footwear, textiles, ceramics, wood products, metal goods and electronic components – are produced by thousands of small and medium-sized companies in the north (…) Businessman say investment in the north is natural and risk based, not decreed investment such as the $2.6bn channelled in a Ford-Volkwagen car plant near Lisbon. The output of this single project is roughly equivalent to that of the whole northern footwear industry (…) Prof. Pedro Arroja, an Oporto-based economics expert, calculates that the north makes an annual net transfer to the south of more than $3bn as result of relatively higher tax contributions and a lower level of public services in relation to the size of the population. This helps to explain why gross domestic product per capita in the north, about 87 per cent of the national average trails behind that of the Lisbon area, where it is about 129 per cent of the Portuguese average”, no Financial Times de 11/02/1997.

Ora, hoje em dia, o PIB per capita na região Norte é de 80% da média nacional e em Lisboa é de 141%. Quanto à transferência líquida do Norte para Lisboa, e para esse efeito de todas as regiões (com excepção do Algarve) para Lisboa, vou ainda estimá-la, mas dos números anteriores tudo indica que, a preços constantes, aquela transferência líquida deverá ser hoje superior aos 3 B’s de dólares de então.

“(…) existem duas regiões onde a redução nominal dos factores competitivos (incluindo os salários) mais necessária será: Lisboa e o Algarve. No Algarve, a elevada taxa de desemprego (quase 18%, a mais alta do País) é talvez a mais evidente manifestação dessa convergência para a média nacional. E em Lisboa o principal sinal é a redução dos salários na Administração Pública e no Sector Empresarial do Estado, que têm maior expressão na região da capital. Porém, sobretudo na capital, dificilmente observaremos as reduções nominais necessárias e a razão é essencialmente histórica. Convido, portanto, os leitores a comparar as disparidades regionais de hoje com aquelas observadas há cerca de vinte anos (…) Assim, em 1991, o Norte exibia um PIB per capita que representava 66% do PIB per capita de Lisboa. E hoje, quase vinte anos depois, a mesma leitura relativa ao Norte exibe apenas 56% da riqueza média por habitante de Lisboa. Mais, entre as restantes regiões continentais, também a posição relativa do Alentejo e do Centro se deteriorou face à capital.”, no meu artigo desta semana na Vida Económica (“Disparidades regionais”).

In "O Insurgente"

Oposição?

por A-24, em 22.03.12
Algum estrangeiro que chegue a Portugal e por desconhecer a porcaria que grassa na nossa comunicação social decidir ler um dos nossos jornais, arrisca-se a pensar que Sócrates ainda é primeiro-ministro. É Sócrates o alvo da crítica dos jornalistas, é Sócrates o alvo de alguns dos nossos mais destemidos sindicalistas e até o José Seguro ainda tem mais tiques de alternativa a Sócrates dentro do PS do que de secretário-geral eleito há quase um ano.
Até nalguns sectores governamentais ficamos a pensar que Sócrates governa, veja-se o que se passa com a EDP, se não fosse o Catroga andar por aí a vender a política energética a troco de um par de pentelhos, poderíamos pensar que o secretário de Estado da Energia foi demitido não por defender o que constava no programa eleitoral do PSD. O próprio governo que se dizia ser mais troikista deixou de o ser para agora aplicar rigorosamente o acordado entre Sócrates e a troika, se alguém dissesse que o Moedas é um adjunto de José Sócrates ninguém estranharia.
É preciso ser português para se perceber porque razão Sócrates continua a ser o alvo de todas as oposições ou porque alguns dos que mais se destacaram no passado se comportam agora como cordeirinhos a caminho do talho.
Mário Nogueira é quase um case study, o homem que organizou centenas de perseguições a Sócrates, promovendo mini manifestações em todas as deslocações para chamar nomes ao então primeiro-ministro, agora parece estar a ronronar sempre que é visto na presença do primeiro-ministro ou do ministro da Educação.
Veja-se o caso de Manuel Alegre e da sua seita da cidadania, no passado organizava manifestações por tudo e por nada, juntava congressos na reitoria, lamenta-se de os portugueses irem nascer a Badajoz, escrevia declarações de voto em todas as reuniões do plenário. Agora calou-se, as sedes da cidadania apodrecem, os seus amigos deixaram desaparecer, dir-se-ia que ou ganhou as eleições presidenciais ou o PS pediu-lhe desculpa e empossou-o como primeiro-ministro em coligação com o Louçã.
Se Alegre parece ter acalmado com a ausência de Sócrates o mesmo não se pode dizer dos sindicalistas de toga, gente ressabiada que um ano depois insiste na sua vingança por terem perdido o direito a três meses de férias. Tal como os directores de alguns jornais foram acometidos de uma estranha doença mental, uma espécie de fobia anti-socrática que será curável um bom par de anos depois do ex-primeiro-ministro ter tirado o curso de filosofia. Isso se algum magistrado não decidir escutá-lo por engano para se certificar que não tirou a cadeira de inglês filosófico com a ajuda do sucateiro.
Apesar de o parecer nada disto é estranho, resulta de do facto de em Portugal nem os que governam, nem os que fazem oposição actuarem a pensarem no povo. Mais do que correntes políticas ou de pensamento a política ou o sindicalismo em Portugal está nas mãos de seitas e estas actuam em função dos seus próprios interesses. Em Portugal a política é feita com alianças estranhas, favores e negócios sujos, vaidades pessoais.
In "O Jumento"

Mohamed, O Atirador de Toulouse

por A-24, em 22.03.12
Foi com notório e fino pesar que a comunicação social anunciou que afinal, o atirador de Toulouse não era um branco neo-nazi, simpatizante da Front Nationale, mas antes, mais um muçulmano. Agora mesmo á hora em que escrevo, o simplório e hilariante pivotda 25ª Hora da TVI24, pergunta a um especialista convidado se se trata de um lobo-solitário (laughing out loud). A estupidez, a má fé e a incompetência da maioria dos jornalistas põe em causa o próprio regime democrático, pois a democracia não sobrevive à falta de uma comunicação social livre, independente e de qualidade.
 Na verdade, este é mais um dos milhares de exemplos da agressão do islão ao Ocidente e aos judeus. Em causa não está um lobo-solitário mas uma gigantesca alcateia que conta com milhões de muçulmanos pelo mundo abaixo, prontos a disparar sobre civis inocentes. 
Os jornalistas que fornicam diariamente com o islão, mesmo sem quererem e muitos sem saberem, acertaram quando anunciaram que se tratava de um nazi. O islão e o nazismo são doutrinas políticas afins. Tão afins que na II Guerra Mundial colaboraram intensamente na Solução Final, o extermínio dos judeus.
Este é mais um caso de wishful thinking da nossa comunicação social e da parcialidade e manipulação em que diariamente incorrem. Antes de saberem a identidade do atirador, não se escusaram de o identificar exaustivamente. No mundo imaginado e bem-aventurado a partir das suas redacções, tratar-se-ia com toda a certeza de um branco racista que tanto odeia e assassina, negros, muçulmanos e judeus. Só que a realidade não é como eles a querem compor.
O islão é uma religião agressora e assassina. Sempre foi, e continuará a ser. Quer os jornalistas o reconheçam ou não.

In "Neuromante"