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A-24

Sobre Edwin Van der Sar

por A-24, em 28.05.11
Foram vários os recordes obtidos por Edwin van der Sar. Hoje, a algumas horas do fim de uma longa carreira, contra o Barcelona, há mais um para bater: tornar-se o futebolista mais velho a sagrar-se campeão europeu - o húngaro Ferenc Puskás conseguiu-o aos 39 anos. A idade e a reforma são temas recorrentes nos últimos anos do guarda-redes quadragenário, mas nem um nem outro têm atrapalhado as suas performances.
O último jogo oficial do holandês vai ser o seu 46.º da temporada. O Manchester United acabou de ser campeão de Inglaterra e pode ser campeão europeu com ele na baliza. Mas desta vez é que é: aos 40 anos (e quase sete meses), vai mesmo retirar-se, depois de ter contemplado essa hipótese várias vezes durante as últimas épocas.
Sai de cena como um dos guarda-redes mais laureados do futebol, o único guarda-redes que conseguiu ser campeão europeu por dois clubes diferentes (Ajax, em 1994-95, e Manchester United, em 2007-08).
Van der Sar está há mais de 20 anos na alta-roda do futebol. Começou a brilhar no Ajax, há muito, muito tempo, e por lá fez as primeiras nove épocas como sénior. "Estou a trabalhar na minha biografia. Vejo algumas fotos e penso: "Isto foi há uma vida". Sem telemóveis, Internet...".
De Amesterdão foi para Turim, onde representou a Juventus durante duas épocas, mas não ganhou qualquer título. A contratação de Gianluigi Buffon empurrou-o para o Fulham. A carreira parecia que iria chegar ao fim em Londres, mas quatro anos sólidos convenceram Alex Ferguson a não cometer o mesmo erro duas vezes.
"Enganei-me ao não o contratar no início da década de 2000", admitiu recentemente o treinador do Manchester United. Seis anos depois, em 2005, Peter Schmeichel seria convenientemente rendido. Entre a saída do dinamarquês e a entrada do holandês, dez guarda-redes vestiram a camisola dos red devils (Mark Bosnich, Raimond van der Gouw, Nick Culkin, Massimo Taibi, Paul Rachubka, Andy Goram, Roy Carroll, Ricardo e as tentativas mais sérias Fabien Barthez e Tim Howard), mas nenhum convenceu inteiramente. Van der Sar já poderia estar reformado quando chegou a Manchester, com 34 anos, e por isso foi visto como uma solução temporária, mas a sua qualidade e estabilidade devolveram a confiança à baliza do United.
E ainda foi bem a tempo de conseguir mais títulos (quatro campeonatos, uma Liga dos Campeões e um Mundial de Clubes), recordes (minutos seguidos sem sofrer golos na Premier League: 1311, a melhor marca de sempre em Inglaterra e a sexta mundial; mais internacionalizações pela Holanda: 130) e destaques individuais (a defesa do penálti de Anelka na final da Champions). David de Gea deve ser o senhor que se segue na baliza do Manchester United.
Van der Sar (1,97m) também foi uma presença constante e imponente na selecção holandesa. Depois de ter estado no Mundial de 1994 como suplente, foi sempre titular em todas as grandes provas em que a Holanda participou até ao Euro 2008, ajudando a equipa a atingir as meias-finais nos Europeus de 2004 e 2008 e no Mundial de 1998.
"Está no auge da sua carreira. Merece sair no topo", sublinhou Ferguson, que considera que o guarda-redes ainda tinha mais algumas épocas de qualidade dentro de si. Van der Sar tem mais um jogo para o provar e um recorde para bater.

Liderado por Messi, futebol arte do Barça bate Manchester e leva o tetra

por A-24, em 28.05.11
Com bela atuação, time catalão mostra superioridade sobre os rivais e ganha por 3 a 1. Após vencer um tumor no fígado, Abidal levanta a taça.
O futebol arte foi premiado neste sábado, no mítico Wembley, em Londres. Comandado pelo melhor do mundo Lionel Messi, que marcou o segundo gol e fez a jogada que originou o terceiro, o Barcelona veceu o Manchester United por 3 a 1 e conquistou o tetra da Liga dos Campeões. Não menos brilhantes do que o argentino, Pedro e David Villa marcaram os outros gols do triunfo catalão, que ainda contou com boas atuações de Xavi, Iniesta e Daniel Alves, na capital inglesa. Rooney fez o gol dos Diabos Vermelhos. 
Pep Guardiola chegou ao seu décimo título na carreira, o terceiro na Liga - dois como treinador e um como jogador (na temporada 1991/1992). O curioso é que o caneco na década de 90 foi levantado no mesmo estádio. Puyol, que iniciou a partida no banco de reservas, ainda entrou no fim e recebeu a braçadeira de capitão das mãos de Xavi. No entanto, numa demonstração de união, ele cedeu a honra de levantar o caneco para Abidal, lateral que venceu a luta contra um tumor no fígado e começou como titular.
Antes da entrada das equipes em campo, o velocista Usain Bolt foi até o centro do gramado. O corredor é conhecido por ser torcedor do Manchester United. Pé-quente? Que nada. Ao que parece o homem mais rápido do mundo estava sem meia.
Enquanto Manchester tenta diminuir espaços, Barça mantém posse de bola
Nos primeiros minutos, o United imprimiu uma forte marcação ao Barcelona, que não conseguia sair do campo de defesa para o ataque. O time catalão sentiu muita dificuldade para imprimir o ritmo de jogo que gosta, com toque e posse de bola. Messi era seguido de perto pelo sul-coreano Park, que levou vantagem sobre o rival nos primeiros lances.
O Manchester teve dois momentos de perigo em lançamentos longos. No primeiro, aos sete, Van der Sar bateu na bola no campo de defesa, e Rooney levou a melhor na corrida. Valdes se antecipou ao inglês e cortou no limite da grande área. Dois minutos depois, Chicharito quase aproveitou a indecisão de Piqué. O arqueiro salvou mais uma vez o Barcelona.
Globo

O negro em portugal

por A-24, em 24.05.11
HISTÓRIA Tabu negro em PortugalA história da presença dos negros em Portugal – um tabu até hoje – começa, a rigor, a partir de 1440, mas quase não deixou vestígios
Por Duda Guennes, de Lisboa

A presença do negro em Portugal é assunto tabu, votado ao silêncio, que só agora, discretamente, começa a ser estudado. E, nestes estudos, dois livros de autores estrangeiros são referências obrigatórias: Os Negros em Portugal – Uma Presença Silenciosa (Editorial Caminho – 1988), do brasileiro José Ramos Tinhorão, e O Negro no Coração do Império: uma Memória a Resgatar (séculos 15 –19), do antropólogo francês Didier Lahon (Casa do Brasil, Entreculturas – 1999).
Na década de 50, o historiador Manuel Heleno havia elaborado um exaustivo trabalho, em dois volumes, sobre a escravidão em Portugal. Lançou apenas o primeiro, que ia dos primórdios da nacionalidade até o século 15 (o período da servidão branca e moura). O segundo, que pegava de 1444, ano em que se efetuou o primeiro leilão de escravos negros em Lagos, Algarve, até a modernidade, foi simplesmente proibido de vir à luz pela censura.
Ainda hoje o mercado de escravos de Lagos, construído no século 16, está lá, de pé, para evocar o papel dos portugueses no tráfico negreiro. Em Lisboa, houve também uma “casa dos escravos”, de onde eram exportados para Sevilha e Valença. Em 1550, havia cerca de 10 mil negros em Lisboa, chegando a constituir 10% da população da capital. Estavam presentes na corte e nas casas da burguesia nascente e do clero. (Aliás, o papel do clero no tráfico de escravos precisa ser estudado). A mão-de-obra marinheira, que embarcou nas descobertas, era em grande número composta de escravos negros africanos. Geralmente eram batizados no porto de embarque e, se tentavam escapar, quando capturados eram marcados a ferro e fogo no rosto.


Houve, era inevitável, muitos cruzamentos que deram origem a muitos mestiços. É essa mistura de sangue que Portugal tentou esconder ao longo da sua história, e que agora os pesquisadores tentam resgatar. Houve até quem o negasse, como foi o caso do antropólogo Mendes Corrêa (citado por Tinhorão), segundo quem “a proporção de negróides, mulatos ou negros na nossa gente metropolitana é escassíssima”; os “portugueses não têm afinidades hemáticas com os negros africanos” ou “têm-se acumulado os documentos comprovativos de que são reduzidíssimos os vestígios das influências negríticas ou simplesmente negróides na população portuguesa atual” (1938).
Essa era a política “oficial” do Estado. No final da década de 50, Gilberto Freyre, que teve grande influência junto aos poderes salazaristas, propôs, e foi aceita, a “mítica” de que Portugal era uma sociedade multirracial. Em 1961, começou a guerra colonial na África portuguesa. O preto passou a ser o inimigo.
Com a Revolução dos Cravos, abril de 1974, e a independência das ex-colônias, a Metrópole foi invadida pelos “retornados” do ex-ultramar. Não se sabe ao certo o número, mas varia entre os 500 e 700 mil. Lisboa, que era uma cidade branca, passou a ser plurirracial, como preconizara Gilberto Freyre. Mas o preto continuou a ser discriminado.
Portugal tem um grande orgulho e proclama, aos quatro ventos, ter sido um dos primeiros países da Europa a abolir a pena de morte, mas foi também o último a ter acabado com a escravidão. E como demorou. Neste ponto, não resisto e volto ao livro de Tinhorão: “Decretada pelos liberais do chamado Setembrismo, a abolição do tráfico de escravos ao sul do Equador em 1836, com o objetivo de libertar os capitais necessários ao desenvolvimento – mas que serviu na verdade para desencadear o recrudescimento do comércio de escravos para o Brasil –, iniciaram-se em 1838 entendimentos exigidos pela Inglaterra para obter garantias contra o tráfico clandestino (o que foi formalizado por acordo de 1842, após a restauração da Carta Liberal de 1837), mas a instabilidade política no país, onde a força mais estável continuava ser a dos proprietários de terras, faz novamente sepultar o problema por mais 15 anos. Em 1858, finalmente, cinco anos depois do aparecimento do telégrafo, e dois anos após a inauguração do trecho inicial do caminho-de-ferro que devia ligar Lisboa ao Porto – e quando já se começava a discutir o socialismo nos meios operários –, o governo português marcou o fim da escravidão para 20 anos depois. E, de fato, embora a 27 de abril de 1869, após nova discussão do tema no Parlamento, ficasse escolhida finalmente a data da abolição para o dia 25 de abril de 1877, o assunto é retomado em abril de 1875, e a abolição antecipada para o ano seguinte, 1876, quando enfim se consumou”.


Presença residual – Como e por quê, depois de terem sido numerosos em certas cidades de Portugal, não se encontra nenhum traço de sua descendência? No livro de Lahon, as possíveis causas do esmaecimento da memória da escravidão negra em Portugal (fenômeno que também se deu em outras metrópoles européias) talvez se devam à falta de novas levas ou por miscigenação com a população portuguesa. A verdade é que os povos importados da África perderam, no século 20, a visibilidade que tanto sei
urpreendeu os viajantes estrangreiros da segunda metade do século 18. Uma visibilidade que agora volta a ganhar contornos mais nítidos com a entrada de trabalhadores africanos lusófonos e de brasileiros. Cresce também o número de imigrantes de países do Leste, especialmente da antiga Iugoslávia e da Ucrânia.
Com uma população envelhecida, controle de natalidade motivado por questões econômicas e a imigração de seus próprios cidadãos, nunca interrompida, para a América do Norte, França e Alemanha e outros centros, Portugal necessita cada vez mais de jovens imigrantes que possam restabelecer o seu equilíbrio populacional. O governo tem consciência dessa necessidade e estabelece políticas apenas para disciplinar a entrada desses imigrantes e reprimir abusos, mas, ao mesmo tempo, não consegue evitar que recrudesça um sentimento xenófobo que se tem traduzido em atitudes discriminatórias, especialmente em relação à juventude negra.
Em Portugal, a partir de 1761, progressivamente, os negros vão desaparecendo – especula-se que muitos tenham voltado para a África ou seguiram à força para o Brasil, onde teriam continuado a saga da escravidão, enquanto os libertos acabariam por se extinguir naturalmente, pouco a pouco. Com o fim da escravatura em todos os territórios sob controle luso, Portugal começa a substituir o trabalho escravo africano pelos galegos, que passaram a entrar no Reino em número cada vez maior, a ponto de o intendente-geral de polícia, Pina Manique, calcular em 30 mil esse contingente ao final do século 18. Mas essa é outra história...

(Leia mais na edição nº 65 da Revista Continente Multicultural. Já nas bancas)

Anticomunismo na Igreja Católica

por A-24, em 16.05.11

O Magistério da Igreja Católica sempre condenou oficialmente qualquer forma de comunismo, porque ela achava que o comunismo nunca poderia ser compatível com a doutrina católica:

  • Em 1846, o Papa Pio IX afirmou que o comunismo é "sumamente contrária ao próprio direito natural, a qual, uma vez admitida, levaria à subversão radical dos direitos, das coisas, das propriedades de todos e da própria sociedade humana" (Encíclica Qui pluribus[1]
  • Em 1878, o Papa Leão XIII disse que o comunismo é uma "peste mortífera, que invade a medula da sociedade humana e a conduz a um perigo extremo" (Encíclica Quod Apostolici muneris[2]
  • Em 1891, o Papa Leão XIII defendeu que "a teoria marxista da propriedade colectiva deve absolutamente repudiar-se como prejudicial àqueles membros a que se quer socorrer, contrária aos direitos naturais dos indivíduos, como desnaturando as funções do Estado e perturbando a tranquilidade pública." (Encíclica Rerum Novarum, n. 7)
  • Em 1931, o Papa Pio XI comentou que "ninguém pode ser ao mesmo tempo um católico sincero e um verdadeiro socialista revolucionário"[3]
  • Em 1937, o Papa Pio XI criticou os bolchevistas e ateus que pregavam que o comunismo era o "novo evangelho e mensagem salvadora de redenção". Ele considerou ainda que o comunismo era um "sistema cheio de erros e sofismas, igualmente oposto à revelação divina e à razão humana; sistema que, por destruir os fundamentos da sociedade, subverte a ordem social, que não reconhece a verdadeira origem, natureza e fim do Estado; que rejeita enfim e nega os direitos, a dignidade e a liberdade da pessoa humana". (Encíclica Divini Redemptoris, n. 14)
  • Em 1949, a Igreja Católica, mais concretamente o Santo Ofício, emitiu o decreto contra o comunismo, que estipula que todos os católicos que sejam comunistas são automaticamente excomungados.[4]
  • Em 1961, o Papa João XXIII defendeu que "entre comunismo e cristianismo, [...] a oposição é radical, e acrescenta não se poder admitir de maneira alguma que os católicos adiram ao socialismo moderado: quer porque ele foi construído sobre uma concepção da vida fechada no temporal, com o bem-estar como objetivo supremo da sociedade; quer porque fomenta uma organização social da vida comum tendo a produção como fim único, não sem grave prejuízo da liberdade humana; quer ainda porque lhe falta todo o princípio de verdadeira autoridade social." (Encíclica Mater et Magistra, n. 34)
  • Catecismo da Igreja Católica afirma que "a Igreja rejeitou as ideologias totalitárias e ateias, associadas, nos tempos modernos, ao «comunismo» ou ao «socialismo»"    Wikipédia

Diretor do FMI é formalmente acusado de abuso sexual nos EUA

por A-24, em 16.05.11
Vítima seria funcionária de um luxuoso hotel em Manhattan.
Dominique Strauss-Kahn foi preso em avião com destino a Paris.
O Diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, foi formalmente acusado de agressão sexual e tentativa de estupro a uma empregada de um hotel em Nova York, de acordo o porta-voz da polícia nova-iorquina, Paul Browne.
Strauss-Kahn deve ser levado a um juiz estadual ainda neste domingo (15), segundo Browne. O advogado do francês, Benjamin Brafman, disse em um email à agência de notícias Reuters, que seu cliente “vai alegar inocência” perante o juíz e promotores.
Strauss-Kahn foi preso neste sábado (14) dentro de um avião momentos antes da decolagem do voo para Paris. O porta-voz da polícia disse que a mulher que apresentou a denúncia contra Strauss-Kahn é uma camareira de 32 anos, que fugiu do quarto após o incidente.
De acordo com a polícia, o fato ocorreu no luxuoso hotel Sofitel, perto de Times Square. Strauss-Kahn, um possível candidato socialista nas eleições presidenciais francesas de abril próximo, deixou o hotel após o ocorrido.
“O Departamento de Polícia de Nova York percebeu que ele havia fugido, ele tinha deixado para trás seu telefone celular”, disse Browne. "Soubemos que ele estava em um avião da Air France. Prenderam o avião e ele foi retirado e agora está sendo mantido sob custódia da polícia para interrogatório."
Casado com uma jornalista de televisão, Strauss-Kahn já havia se envolvido em escândalos de natureza sexual anteriormente e, em 2008, foi acusado de ter mantido uma relação com uma de suas subordinadas no FMI.

Biografia
Dominique Strauss-Kahn assumiu o posto de diretor-gerente do FMI – sendo o décimo a ocupar o cargo – em 1º de novembro de 2007.
Antes de assumir o cargo no FMI, Strauss-Kahn foi membro da Assembléia Nacional Francesa e professor de Economia do Institut d'Etudes Politiques de Paris. Também atuou como professor visitante na Universidade de Stanford e foi conselheiro pessoal do secretário-geral da OCDE.
O diretor-gerente do FMI ocupou o cargo de ministro da Economia, Finanças e Indústria da França de junho de 1997 a novembro de 1999.
Strauss-Kahn é doutor em Economia pela Universidade de Paris. Ele também se formou em Direito, Administração de Empresas, Ciências Políticas e Estatística.
O executivo nasceu no dia 25 de abril de 1949, em Neuilly-sur-Seine, na França e passou os primeiros anos de vida no Marrocos.
(*) Com informações da Reuters, France Presse e EFE.
Globo

Acusações de bruxaria, orações e um ultimato: a luta de poder continua no Irão

por A-24, em 08.05.11

A luta de poder entre o Presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e o Supremo Líder, ayatollah Ali Khamenei, parece estar a atingir o apogeu com prisões e acusações de bruxaria, slogans nas orações nas mesquitas e um ultimato.

O motivo imediato do estranhamente 
 
público desentendimento entre as duas principais figuras da República Islâmica é o cargo do ministro da Informação e Espionagem, Heydar Moslehi, que foi afastado por Ahmadinejad e recolocado no cargo por Khamenei.

Ahmadinejad ficou então 11 dias sem presidir a reuniões do Governo num aparente protesto, e nas reuniões a que assistiu, o ministro não esteve presente. Agora, segundo relatos de Teerão, o Supremo Líder terá feito um ultimato: ou Ahmadinejad aceita o ministro, ou terá de se demitir.


Embora a composição do Governo seja competência do Presidente, o Supremo Líder é quem tem a última palavra na gestão da República Islâmica. E Khamenei tem vindo nos últimos dias, aparentemente, a mostrar este poder. Primeiro, com a detenção de vários aliados do chefe de gabinete de Ahmadinejad, Esfandiar Rahim Mashaei, acusados de serem “mágicos” e de terem invocado “espíritos”, segundo o diário britânico "The Guardian". Depois, nas orações de sexta-feira, as mais importantes da semana, muitos líderes religiosos sublinharam a importância do Supremo Líder e multidões responderam com cânticos: “Morte aos opositores do Supremo Líder”, descreve o "New York Times".



Nacionalismo pagão



No centro da disputa parece estar justamente o chefe de gabinete de Ahamdinejad, Esfandiar Rahim Mashaei, cuja filha é casada com o filho de Ahmadinejad, e que tinha já sido o motivo de uma repressão do ayatollah Khamenei a Ahmadinejad em Agosto passado. Mashaei, que muitos vêem como o possível candidato à sucessão a Ahmadinejad (que já não se poderá candidatar) em 2013, tinha defendido no ano passado uma “escola iraniana” do islão, levando à indignação vários líderes religiosos, que o acusaram de “nacionalismo pagão”.


Desta vez, os poderosos Guardas da Revolução, cuja influência terá sido essencial para a reeleição de Ahamdinejad, pareceram alinhar-se com a autoridade máxima no Irão. “As pessoas [próximas do Supremo Líder] não estão a apoiar-se em espíritos, fadas e demónios”, comentou o comandante dos Guardas, Mohammad Ali Jafari. Os Guardas da Revolução têm-se afastado de Ahmadinejad nos últimos meses à medida que as tendências “seculares” estão a ser mais visíveis.

"Criminoso nazi mais procurado do mundo" começou a ser julgado na Hungria

por A-24, em 05.05.11

Sandor Kepiro, de 97 anos, está acusado de crimes de guerra na Sérvia em 1942, nomeadamente contra judeus, e foi considerado pelo Centro Simon Wiesenthal – organização internacional de direitos humanos, focada no tema do holocausto – o “suspeito nazi de crimes de guerra mais procurado do mundo”.
O tribunal húngaro alega que Kepiro foi "cúmplice de actos de crimes de guerra" no massacre que ocorreu entre 21 e 23 de Janeiro, em Novi Sad, território actualmente sérvio. Pelo menos 1200 civis, entre os quais se contam judeus e sérvios, morreram durante esses dias e Kepiro é acusado directamente da morte de 36 dessas pessoas, podendo vir a enfrentar uma pena de prisão perpétua.
Em Janeiro de 1942, centenas de famílias foram raptadas e mortas por húngaros, aliados dos alemães nazis. Um sobrevivente dos ataques contou à BBC que as pessoas “eram atiradas para o rio em gelo” e que outras “eram retiradas de casa e mortas na rua”.
O antigo capitão da polícia diz-se inocente – apesar de admitir ter estado presente durante o massacre, assegura que não matou ninguém - e afirmou aos jornalistas que rodeavam o tribunal que todo aquele processo era um “circo”.
A idade avançada do arguido trouxe-lhe algumas complicações em tribunal, tendo-se queixado de problemas auditivos no início da audiência, eventualmente causados pelo aparelho que utilizava e que o fazia ouvir “zumbidos”. Kepiro disse nada ter compreendido da introdução que foi feita pelo Presidente do tribunal e, durante toda a audiência, a sua irmã repetiu-lhe as perguntas feitas pelo juiz ao ouvido. Ainda assim, o arguido disse sentir-se apto para participar na sessão de julgamento.
“Espero que seja finalmente condenado e punido”, declarou à AFP Efraim Zuroff, dirigente do Centro Simon Wiesenthal. “Trata-se do primeiro processo de um criminoso de guerra húngaro e como a Hungria colaborou com a Alemanha nazi, é muito importante que aconteça”, acrescentou Zuroff, responsável pela localização de Kepiro que se encontrava fugido.
Zuroff sublinhou que o “racismo e a xenofobia levam sempre à morte” e que a “melhor maneira de tratar esse fenómeno é pôr os culpados perante a justiça”. Ainda que isso aconteça “décadas depois”, acrescentou. “Não pode haver nem clemência, nem simpatia, não se pode ignorar os factos.”
À porta do tribunal, dezenas de estudantes empunhavam cartazes onde se podia ler “Como consegue dormir sr. Kapiro?” ou “O assassínio não tem idade”. Sandor Kepiro, por sua vez, levava um papel para o tribunal onde se lia: “Assassinos de um velho de 97 anos”, mas foi obrigado a guardá-lo.
Kepiro fora já condenado em 1946 a 14 anos de prisão por crimes de guerra mas nunca chegou a cumprir a pena, tendo conseguido fugir para a Argentina onde viveu durante vários anos.
Na próxima semana, deverá ser conhecido o veredicto de John Demjanjuk, também acusado de crimes de guerra relacionados com o holocausto e que começou a ser julgado em 2009.

Pib das regiões alemãs (2010)

por A-24, em 04.05.11
Vinte anos após a reunificação, ainda é perfeitamente constatável a diferença de rendimento entre os cidadão do antigo bloco ocidental e oriental, que formam hoje o mesmo país.

                                                                 (país = 100%)


Hamburg                           50.545   (West)      166.3

Bremen                              41.912   (West)      137.9

Hessen                               36.408   (West)      119.8

Bavaria                               35.529   (West)      116.9

Baden-Württemberg           33.890   (West)    111.5
 
Saarland                             30.272   (West)       99.3

North-Westphalia               30.172   (West)       99.3

Niedersachsen                    26.691   (West)       88.8

Rhineland-Palatinate           26.691   (West)      87.8

Schleswig-Holstein             25.954   (East)       85.4

Berlin                                  25.504   (East)       83.9

Thuringia                             21.973   (East)       72.3

Saxony-Anhalt                    22.583   (East)       74.3

Brandenburg                       21.784   (East)       71.7

Saxony                                22.687   (East)         74.7

Mecklenburg-Vorpommern  21.552   (East)       70.9

Casamento Real

por A-24, em 02.05.11
O mundo parou para assistir àquele que está a ser apontado como o casamento do século. Segundo a estimativa de vários jornais britânicos como o Guardian ou o The Independent, as ruas de Londres foram invadidas por um milhão de pessoas na esperança de ver os noivos e um número recorde de espectadores seguiram o evento em directo pela Internet e pela televisão.
Quer ladeando as ruas por onde passaria o cortejo, onde algumas pessoas já guardavam o seu lugar há dias, quer diante dos ecrãs gigantes montados em Hyde Park e Trafalgar Square, mas um pouco por todo o lado, os ingleses viveram um momento histórico ao lado da monarquia.
A primeira surpresa foi a simplicidade do vestido de cauda curta (recordemos o vestido da Princesa Diana com uma cauda de mais de sete metros e meio de comprimento) que deixava Kate próxima da irmã e madrinha de casamento, Philippa Middleton. 
O vestido da noiva, um dos temas mais discutidos desde o anúncio formal do noivado, não era o guarda-roupa de um conto de fadas, mas um encontro feliz entre a modernidade da Casa McQueen e a sobriedade que se esperaria de alguém sem ascendência nobre.
Simbolicamente, o vestido foi uma homenagem ao trabalho artesanal britânico com aplicações de renda feitas à mão pelos alunos da Royal School of Needlework. 
O Príncipe William chegou à Abadia de Westminster no seu uniforme de gala da Guarda Irlandesa cerca de meia hora antes da cerimónia para cumprimentar os convidados e as muitas pessoas que aguardavam junto de Westminster. Entre os convidados, David e Victoria Beckham, não sendo da realeza foram das presenças mais aclamadas à entrada da abadia, assim como Sir Elton John. 
O ducado de Cambridge foi hoje atribuído a William e Kate pela rainha Isabel. Antes da atribuição do título, Kate, que não tinha qualquer título prévio e que (ainda) não foi reconhecida como princesa pela rainha, pode ser nomeada como princesa William de Gales, na tradição britânica de referir a esposa pelo nome do marido. Assim, sua alteza real, a Princesa William de Gales, não significa que ela seja princesa, mas sim que é casada com o príncipe William. O título oficial de Kate é duquesa de Cambridge.
Depois de uma cerimónia curta com 1900 convidados entre famílias reais, amigos dos noivos, políticos e outros membros da administração britânica, os recém-casados saíram com o título de Duques de Cambridge para enfrentar uma multidão expectante.
Através da Internet, o entusiasmo não era menor. Quer no Youtube, onde o evento foi transmitido em directo no canal oficial da Família Real Britânica, pela primeira vez na história da monarquia inglesa, ou no site da BBC onde o número de pessoas a acompanhar a transmissão online foi tão grande que por várias vezes originou problemas técnicos, o alcance do casamento foi mundial.
A procissão de carruagens, encabeçada pela State Landau, de 1902, que transportava William e Kate foi recebida nas ruas de Londres com alguns raios de sol e muita imaginação das pessoas que aguardavam pela oportunidade de ver o casal trajados com coroas de plástico, cabeleiras a evocar a antiga nobreza ou óculos com as cores da bandeira do Reino Unido.
O momento alto de todo o evento teria lugar já no Palácio de Buckingham, onde o beijo estava marcado para as 13h25 na mesma varanda onde 30 anos antes os pais de William o tinham representado. Ao aparecer por detrás das cortinas, os lábios de Kate desenharam o som do “Uau!” perante a vista privilegiada da multidão que os esperava. O beijo aconteceu minutos depois e foi seguido por outro que já não estava programado.
Ainda na esperança de um terceiro beijo, a multidão diante do Palácio de Buckingham não percebeu de imediato que não havia nada mais para ver. Mas um convite formal que dizia “não há mais aparições previstas para a varanda do palácio” e convidada a população a abandonar o local, deixou claro que o espectáculo tinha acabado.

EUA anunciam a morte do terrorista Osama bin Laden no Paquistão

por A-24, em 02.05.11

Líder da al-Qaeda foi morto em operação dos EUA próximo a Islamabad.
Rede terrorista deve tentar vingar a morte, diz diretor da CIA.
A operação foi feita exclusivamente pelas forças americanas, segundo a chancelaria paquistanesa. Um funcionário dos EUA argumentou que isso ocorreu para preservar o sigilo necessário à operação.
saiba mais
Houve troca de tiros durante a ação, mas, segundo Obama, nenhum militar americano ficou ferido na operação e cuidados foram tomados para que nenhum civil fosse ferido.
Quatro helicópteros teriam sido usados na operação. A mansão fortificada ficou em chamas após o atentado.
Um oficial de Segurança Nacional disse à agência Reuters que a missão da equipe era matar, e não capturar Bin Laden.
'Justiça'
"Foi feita justiça", disse Obama. "Nesta noite, tenho condições de dizer aos americanos e ao mundo que os Estados Unidos conduziram uma operação que matou Osama Bin Laden, o líder da al -Qaeda e terrorista responsável pelo assassinato de milhares de homens, mulheres e crianças."
Segundo o presidente -que já lançou sua campanha à reeleição em 2012-, o corpo do terrorista está em poder das autoridades dos EUA.
Fontes do governo confirmaram que o corpo foi sepultado no mar, conforme o que seria o costume islâmico.
Nenhum país teria aceitado receber o corpo do terrorista, segundo as fontes citadas. Sepultar o corpo de Bin Laden no mar garantiria que seu local de repouso final não se tornasse um templo para peregrinação de seus seguidores, segundo a TV americana ABC.
Funcionários do governo e um congressista disseram que Bin Laden morreu com um tiro na cabeça, mas também não havia informação oficial sobre isso.
Uma autoridade disse à agência Reuters, sob anonimato, que testes de DNA e técnicas de reconhecimento facial seriam usados para ratificar a identificação do corpo.
Osama Bin Laden (Foto: AP)
A mesma autoridade disse que a ação foi acompanhada em tempo real por Leon Panetta, diretor da CIA, e por outras autoridades da inteligência americana, na sede da CIA, na cidade de Langley, no estado americano da Virgínia. A confirmação da morte foi recebida com aplausos prolongados, segundo a fonte.
Mais quatro mortes
Funcionários do governo americano também afirmaram que outros três homens e uma mulher teriam morrido no ataque, que teve a duração de 40 minutos.
Um dos homens seria um dos filhos do terrorista. Outros dois trabalhavam como mensageiros para Osama. Já a mulher teria sido morta ao ser usada como escudo humano por uma das vítimas. Ainda não havia confirmação oficial destas informações.
A operação estava sendo planejada desde agosto do ano passado, após os americanos terem conseguido uma pista segura sobre o paradeiro de Bin Laden. Obama disse ter autorizado a execução na sexta-feira.
Comemoração
Enquanto Obama fazia seu pronunciamento, dezenas de norte-americanos já cercaram a Casa Branca comemorando a morte do terrorista. Também houve comemoração no Marco Zero, local dos atentados em Nova York, e em outros pontos do país.
Em frente à Casa Branca, em Washington, multidão comemora o anúncio da morte de Osama bin Laden. (Foto: AP)
Antes do pronunciamento, a morte de Bin Laden já havia sido divulgada pela rede de TV CNN e confirmada por três fontes norte-americanas e também anunciada pela agência de notícias Reuters.
Procurado havia pelo menos dez anos pelos EUA, Bin Laden era considerado o mentor dos atentados de 11 de Setembro de 2001, que derrubaram as Torres Gêmeas em Nova York, atingiram o Pentágono e deixaram cerca de 3.000 mortos.
Os ataques levaram à invasão do Iraque e do Afeganistão por tropas lideradas pelos EUA, no que ficou conhecido como "guerra ao terror".
O secretário-geral da Otan, Anders Rogh Rasmussen, disse nesta segunda que a atuação da Aliança Militar no Afeganistão prosseguirá, mesmo após a morte de Bin Laden.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, confirmou em pronunciamento na TV na madrugada desta segunda-feira (2) a morte de Osama bin Laden, líder da rede terrorista da al-Qaeda, responsável pelos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 nos EUA, que mataram cerca de 3.000 pessoas.
De acordo com Obama, a morte foi consequência de uma ação de inteligência do Exército norte-americano em parceria com o governo do Paquistão, que localizou o terrorista -que tinha entre 53 e 54 anos- durante a semana passada.
O diretor da CIA, Leon Panetta, disse que a rede terrorista da al-Qaeda deve "quase certamente" tentar vingar a morte de Bin Laden.
"Apesar de Bin Laden estar morto, a al-Qaeda não está", disse o diretor da principal agência de espionagem dos EUA. "Os terroristas quase certamente vão tentar vingá-lo, e nos devemos -e vamos- permanecer vigilantes e resolutos."
Sigilo
A operação, sigilosa, foi executada na noite de domingo (madrugada de segunda no horário afegão) por um comando especializado da Marinha dos EUA. Um pequeno grupo de soldados conseguiu matar Bin Laden em uma fortaleza na cidade de Abbotabad, próximo a Islamabad, capital paquistanesa. A TV americana ABC mostrou imagens do interior do complexo.
Globo

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