Nos últimos dias de Novembro, certos bairros populares de Roma, nomeadamente Tor Sapienza, foram abalados por manifestações contra os centros de acolhimento de imigrantes clandestinos e as consequências que tal presença imigrante tem tido para os autóctones...
A propósito disso, a TGcom24 (uma das cadeias do grupo Mediaset) entrevistou Dom Francesco Montenegro, arcebispo de Agrigento, presidente da comissão da Conferência Episcopal italiana para as migrações e da fundação «Migrantes» para acolhimento de imigrantes.
Quando o jornalista lhe pergunta se é justo protestar contra a presença dos imigrantes, o vigário do Judeu Morto responde:
"Protestos em Tor Sapienza? Espero que não seja algo que esconde alguns problemas políticos. (...) cada ocasião é aproveitada para se colocar uma casca de banana para que o presidente da câmara caia. (...)
O jornalista comenta: «até mesmo a Liga Norte foi às ruas de Roma juntamente com os moradores para protestar contra os imigrantes...»
O arcebispo responde:
«É confortável, é um trunfo para alguns políticos. Por exemplo, é importante para eles usar a história da imigração. Mas esta é uma batalha entre os pobres. Porque porque é que a Liga Norte, no protesto, não pediu também aos jogadores negros para se irem embora? Alguns adeptos queixam-se mas muitos batem palmas se os jogadores jogarem bem. E porque não dizer para se irem todos embora? Com esta lógica devemos mandar embora, por exemplo, todos que cuidadores que ajudam a manter as nossas crianças. (...)»
E quando depois o jornalista faz notar que alguns dos imigrantes em Tor Sapienza seriam autores de roubos e danos, o arauto da fé cristã diz assim:
«Pense-se que estes refugiados têm de estar nos centros de acolhimento em toda a Itália durante meses, alguns até mesmo anos, antes de receberem uma resposta. Se eu por exemplo fosse um imigrante de vinte ou trinta anos, que devesse ficar o dia todo sem fazer nada esperando por uma resposta sobre o meu futuro, depois de alguns dias eu também me revoltaria! (...)»
O drama, a tragédia, o horror, ficarem o dia todo sem fazerem corno, a serem sustentados por um Estado europeu, sem saberem o que vai acontecer amanhã...
Curioso, os nativos das classes populares europeias também não sabem o que lhes vai acontecer amanhã, desconhecem o seu futuro, só não estão é a ser sustentados sem fazer nada, com a agravante de que estão na sua própria terra... será que estes também se podem revoltar, segundo o arcebispo?...
Continuando...
Depois de justificar subtilmente que o cartão social seja dado a imigrantes ilegais, o que, note-se, constitui uma violação da própria lógica da lei que os faz «ilegais», é-lhe perguntado o que pensa do risco de que entre os imigrantes chegam do norte de África haja militantes do califado islâmico da Síria e do Iraque. F. Montenegro responde:
«Isso é possível, o mundo é sempre uma mistura de bem e mal. É preciso ser capaz de fazer o bom controlo e de filtrar. Quando os nossos imigrantes italianos partiram para a América ou outros países, nós exportámos a máfia. É um risco, mesmo assim. Nós não podemos viver como se estivéssemos numa bolha, como diz o papa Francisco. Talvez devêssemos ser menos colonizadores e tentar investir naquelas terras pensando no bem daquelas pessoas e não apenas nos nossos interesses. Porque se hoje há migração, o mal não é migrar, a migração é apenas um sintoma, o maior mal é a injustiça. Os migrantes denunciam a injustiça que existe. Não podemos pensar que tudo será sempre resolvido da maneira mais agradável.»
A resposta de uma das maiores autoridades do Cristianismo em Itália é pois assim:
- relativismo criminoso, comparando crime de rua, quotidiano, com risco de massacre de milhares de pessoas;
- chantagem moral criminosa, insinuando que por ter havido meliantes italianos noutros países, os Italianos agora são moralmente obrigados a deixar entrar em sua casa terroristas de um credo inimigo que ameaçam assassinar europeus em massa - isto é uma nova versão, particularmente mais violenta e despudorada, da «velha» chantagem moral que quer obrigar os Europeus a aceitar os imigrantes «porque os Europeus também emigraram», como se um indivíduo fosse obrigado a aceitar que o vizinho lhe entre em casa só porque o irmão desse indivíduo saiu dessa casa e foi viver para casa doutrem, como se, isto é de mais, como se a pessoa pudesse obrigar um familiar a ficar na mesma casa em que mora... se um irmão meu mora comigo e quiser ir-se embora, então eu fico obrigado a deixar que outro tipo qualquer venha morar para minha casa, como se eu fosse responsável por ter dado ao meu irmão a liberdade de sair daqui... é tão primariamente desonesto como isto, o discurso dos imigracionistas, mas enfim, não têm outro, e repetem-no à exaustão...
- culpabilização dos Europeus, baseada na velha acusação de que os Europeus são colonizadores, como se o melhor que os Povos do terceiro mundo têm, a sua própria sobrevivência alimentar, não estivesse a ser fornecida pelos Europeus.
E é isto o discurso de um dos principais representantes da religião que a patrioteiragem beata quer que seja um dos fundamentos da Europa, porque coisa e tal os valentes cruzados bateram nos muçulmanos em casa do caralho mais velho e assim...
Com uma Igreja «nacional» assim, quem é que precisa da Esquerda anti-racista?...
Isto é, de resto, a mais pura coerência cristã - porque o Cristianismo é realmente uma militância pelo Universalismo e por isso mesmo é visceralmente inimigo do Nacionalismo e perigosamente contrário à defesa da Nação e da Civilização, como a seguir se lê - quando lhe falam das operações europeias «Mare Nostrum» e «Triton», para controlar a imigração por mar, diz ele o seguinte:
"É preciso ver como se define a Triton. O risco é que sse quer fazer um muro para nos defendermos. Mas que futuro há se nós nos protegermos e não nos sentarmos à mesa com todos? Não acho que vamos salvar a humanidade levantando paredes! Agora a humanidade está tomando uma velocidade diferente. Infelizmente, no coração da Europa é o financiamento que interessa, não o homem. (...)»
Mais uma vez, o primado do universalismo moralmente tido como obrigatório - o primado deste ideal cristão sobre a segurança dos Europeus. E claro que na eventualidade de se darem grandes atentados bombistas muçulmanos em solo europeu, ou de se registarem sérios confrontos armados na Europa entre islamistas e autóctones, a Igreja estará obviamente na linha da frente a dar muito conforto moral e auxílio de primeiros socorros e apoio alimentar, sendo por isso gabada pela beatagem do costume...
E diz mais, o grandessíssimo padre:
«Precisamos de uma política que fomenta o acolhimento, que torne possível viajar, não crie medo, que permita que todos vivam, porque a Constituição diz que todo o homem que esteja sem pátria tem o direito de ser aceite. É a Constituição que o diz. »
Onde é que eu já ouvi isto, «é a Constituição que diz!», isto é realmente a velha converseta da cambada antirra que diz que «é a Constituição que diz!» que, por exemplo, os partidos racistas não podem existir porque não... porque os donos da antirraria dizem que não e escreveram-no. É um bocado como dizer que a prova de que Jeová existe é que a Bíblia diz que sim, que existe... neste caso, de F. Montenegro, é simplesmente um sequaz de um universalismo a legitimar o que diz um texto escrito por outros universalistas, para o caso vai dar ao mesmo.
Ainda bem que este credo está a perder terreno em toda a Europa... imagine-se a chatice que era as igrejas de todo o Ocidente estarem pejadas de Europeus a engolirem semanalmente veneno deste...